O chef e apresentador Jamie Oliver, 50 anos, fez uma confissão surpreendente e brutalmente honesta sobre a espetacular falência de sua rede de restaurantes, Jamie’s Italian. Em uma nova entrevista, ele atribuiu a ruína de seu império não a erros de mercado, mas à sua própria “burrice em matemática”, uma insegurança que, segundo ele, o persegue desde a escola e o impediu de cuidar do “básico” em seus negócios.
A declaração, dada no podcast ‘Begin Again’, da apresentadora Davina McCall, é um raro momento de vulnerabilidade de uma celebridade global, que assumiu a culpa pelo colapso que resultou em uma dívida de mais de R$ 583 milhões e na demissão de milhares de funcionários.
‘Acertei as partes difíceis e errei o básico’
Na conversa, Jamie Oliver explicou que, paradoxalmente, sua empresa era excelente nos aspectos mais complexos, mas falhava no fundamental. “Todas as coisas que a maioria das pessoas tem dificuldade em acertar, nós acertamos. Nós éramos realmente bons nas coisas difíceis. E o problema era mesmo o básico”, refletiu o chef.
Ele conectou essa falha diretamente à sua dificuldade pessoal com números. “Passei uma vida inteira me recusando a aceitar qualquer responsabilidade em relação a números e matemática… Eu não passei de ano em matemática na escola. Conceitualmente, dentro disso, sim, sou burro. Eu tenho uma visão negativa de mim em relação à matemática”, confessou.
A queda de um império de restaurantes
A falha no “básico” teve consequências gigantescas. No auge de suas operações, a rede Jamie’s Italian chegou a ter 42 restaurantes no Reino Unido e 61 em outros países, tornando-se uma marca global. No entanto, a má gestão financeira levou a empresa a acumular mais de £ 83 milhões (R$ 583 milhões) em dívidas, forçando o fechamento da maioria das lojas e a entrada em um processo de recuperação judicial em 2019.
A filosofia do fracasso e a busca pela redenção
Apesar do impacto devastador do fechamento da rede, Jamie Oliver hoje tenta extrair lições da experiência. “Pode parecer que estou sendo duro comigo mesmo, mas eu reconheço isso agora, através da minha incapacidade de exorcizar meus demônios”, disse ele, sobre sua aversão aos números.
Ele concluiu com uma reflexão filosófica sobre a importância de falhar. “Eu acho que a dor e o fracasso fazem parte de realmente moldar sua visão periférica e seus sentidos”, afirmou. “Às vezes eu falhei porque fui cedo demais e as pessoas não estavam prontas. Às vezes eu falhei porque fui tarde demais.”