Após uma semana de suspensão, o programa Jimmy Kimmel Live! está de volta à programação da ABC a partir desta terça-feira (23). No entanto, o retorno é parcial e marcado pela continuidade da polêmica. A Sinclair, uma das maiores proprietárias de emissoras de TV locais dos Estados Unidos, anunciou que suas 39 afiliadas da ABC não exibirão o talk show, substituindo-o por “programação jornalística”.

A decisão da Sinclair de manter o boicote mostra que a crise, iniciada por comentários de Kimmel sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk, está longe de terminar e expõe uma profunda divisão entre a rede ABC, de propriedade da Disney, e algumas de suas principais parceiras de transmissão.

O boicote da Sinclair e a pressão das afiliadas

Em um comunicado, a Sinclair informou que a substituição do programa de Jimmy Kimmel por conteúdo jornalístico em suas emissoras começará hoje. A empresa foi uma das primeiras, ao lado da Nexstar, a suspender a exibição do programa na semana passada, em um movimento que forçou a ABC a retirar a atração de toda a sua grade nacional por tempo indeterminado.

O comunicado da Sinclair sugere que ainda há negociações em andamento para um possível retorno futuro, mas, por ora, o boicote está mantido, deixando milhões de espectadores em vários estados sem acesso ao programa.

A pressão de Hollywood que forçou a volta do programa

A decisão da ABC de trazer o programa de volta, mesmo sem o apoio de todas as suas afiliadas, teria sido motivada por uma forte pressão da comunidade de Hollywood. Segundo a imprensa norte-americana, mais de 40 estrelas do cinema e da TV assinaram uma petição ou carta aberta em apoio a Kimmel, o que teria pesado na decisão da Disney de reverter a suspensão.

Relembre a polêmica que tirou Kimmel do ar

Toda a crise começou na semana passada, após um monólogo de Jimmy Kimmel sobre o assassinato de Charlie Kirk. Na ocasião, o apresentador sugeriu que o movimento “MAGA”, de Donald Trump, estaria tentando se dissociar do atirador. A fala gerou uma reação imediata do presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, que ameaçou tomar medidas contra as afiliadas da ABC por não servirem ao “interesse público”.

A pressão do órgão regulador e a rápida revolta das afiliadas, lideradas por Sinclair e Nexstar, levaram à suspensão do programa, em um dos casos mais emblemáticos de colisão entre entretenimento, política e poder corporativo da história recente da TV americana.

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