A terceira temporada da aclamada antologia de Ryan Murphy na Netflix, intitulada “Monstro: A História de Ed Gein”, mergulha em um dos casos de true crime mais perturbadores da história americana. Ed Gein, conhecido como o “Açougueiro de Plainfield”, não foi um serial killer no sentido clássico, mas seus crimes macabros e sua fazenda de horrores nos anos 50 foram tão chocantes que criaram o molde para os vilões mais icônicos do cinema.

Charlie Hunnam assume o papel do homem que inspirou o medo por gerações. Para entender a grandiosidade desta nova temporada, confira 5 aspectos reais e aterrorizantes do caso Gein que moldaram o gênero do terror.

1. A fazenda de horrores (Inspirou a casa de Norman Bates)

Ed Gein vivia em uma fazenda isolada em Plainfield, Wisconsin, com a mãe, Augusta, uma mulher extremamente puritana e controladora. Após a morte dela, Gein ficou completamente isolado. A série mostrará como essa fazenda se transformou no seu laboratório de experimentos macabros.

  • A Inspiração Cinematográfica: A casa de Gein, isolada, escura e dominada pela presença da mãe falecida (cuja influência o protagonista não conseguia superar), é a base clara para o Bates Motel e a casa vitoriana de Norman Bates no clássico Psicose (1960).

2. O roubo de cadáveres e a necrofilia (A obsessão pela morte)

Gein tinha uma obsessão patológica pela figura da mãe e buscava “recriá-la”. Ele roubava cadáveres femininos recém-enterrados do cemitério local para satisfazer seus impulsos.

  • A Abordagem da Série: A temporada deve dedicar tempo à exploração dessa dinâmica de Gein com a morte e a negação, o que é crucial para entender a psique de um monstro que não era motivado pela matança em si, mas pela fixação mórbida.

3. Utensílios feitos de restos humanos (A pele de Buffalo Bill)

O aspecto mais gráfico e chocante dos crimes de Gein foi a criação de objetos, roupas e utensílios a partir de ossos e pele humana.

  • Os Itens Reais Encontrados: Na fazenda, a polícia encontrou uma poltrona forrada com pele, tigelas feitas de crânios, máscaras de pele humana (que ele usava), e até um cinto feito de mamilos.
  • A Inspiração Cinematográfica: Este horror prático e visceral inspirou diretamente o vilão Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes, que tentava criar um “traje” com a pele de suas vítimas, e, claro, o vilão Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica, que usa máscaras de pele.

4. O vínculo com a mãe (O eixo narrativo da antologia)

A grande força de Gein era a tirania de sua mãe, que o convenceu de que todas as mulheres eram pecadoras, exceto ela. Quando ela morreu, Gein perdeu seu único guia moral (ainda que distorcido), e seus crimes começaram.

  • A Psicologia: A série de Ryan Murphy, fiel ao seu estilo, deve explorar profundamente como essa repressão religiosa e o medo da sexualidade criaram o ambiente perfeito para o nascimento do monstro, colocando o trauma de infância no centro da narrativa.

5. O monstro que não era um assassino em série (A exceção na antologia)

Ao contrário de Jeffrey Dahmer e dos irmãos Menendez, Ed Gein só é conhecido por ter matado duas mulheres (além de ter roubado diversos túmulos). Ele não seguiu um padrão rígido de assassinatos em série.

  • O Diferencial: A temporada deve focar menos em uma contagem de vítimas e mais na atmosfera de terror gótico e psicológico. Gein se tornou o “monstro original” porque sua aberração não estava na quantidade, mas na qualidade aterrorizante dos seus atos, redefinindo o que era possível para um thriller psicológico.
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Patrícia Tiveron

Apaixonada por explorar os universos do cinema, jogos e séries. Mergulho nas histórias que nos fazem rir, chorar e sonhar, e escrevo sobre o que encontro.

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