O que pode ser o ano mais sombrio da história recente da Walt Disney Company. Em 2025, o estúdio que por décadas foi o padrão ouro de Hollywood está enfrentando uma cascata de decepções de bilheteria, com uma sequência de grandes projetos fracassando em gerar lucro e, em alguns casos, se tornando “bombas” colossais. A lista de insucessos é tão grande que 2025 já é considerado o pior ano da história do estúdio, superando o já desastroso 2023.
A crise sistêmica, marcada pelos resultados decepcionantes de filmes como Capitão América: Admirável Mundo Novo, Branca de Neve e, mais recentemente, Tron: Ares, levanta sérias questões sobre a estratégia da Disney e o futuro de suas franquias.
Os números de um desastre anunciado
A lista de filmes que não atingiram as expectativas em 2025 é longa e cara. Embora alguns títulos tenham arrecadado centenas de milhões, os altos custos de produção e marketing os transformaram em prejuízos.
- Capitão América: Admirável Mundo Novo: Arrecadou US$ 415 milhões globalmente, mas não atingiu o ponto de equilíbrio financeiro.
- Thunderbolts: Mesmo com boa recepção da crítica, faturou US$ 382 milhões, também lutando para se pagar.
- Branca de Neve: Considerado uma “bomba” inquestionável, com uma bilheteria global de cerca de US$ 205 milhões contra um orçamento que pode ter chegado a US$ 270 milhões.
- Tron: Ares: A mais recente decepção, estreou com apenas US$ 60 milhões globalmente, contra um orçamento de US$ 180 milhões. Estima-se que o filme precise de US$ 600 milhões para se pagar, um número que parece inatingível.
Um novo recorde de fracassos que supera o desastre de 2023
Classificar 2025 como o pior ano da Disney não é um exagero. O número de projetos de grande orçamento que falharam é raro na história moderna de Hollywood. A comparação natural é com 2023, um ano em que a Disney já havia perdido quase US$ 1 bilhão com quatro grandes fracassos, incluindo As Marvels.
A diferença é que, em 2025, o número de insucessos é ainda maior, com pelo menos seis grandes lançamentos ficando no vermelho. O que antes parecia um “tropeço” em 2023, agora se revela uma “crise sistêmica de previsibilidade e confiança” na estratégia do estúdio.
O contraste com as promessas de Bob Iger
O desastre nas bilheterias se torna ainda mais gritante quando contrastado com as declarações do CEO Bob Iger no início do ano. Em uma reunião com acionistas, ele classificou a lista de lançamentos de 2025 como a “mais forte desde 2019”, gerando uma expectativa que agora soa vazia. O que era para ser um voto de confiança se tornou um erro de avaliação sobre o apetite do público.
Um acerto de contas para o Reino Mágico
A crise na Disney não está passando despercebida em Hollywood. O padrão de fracassos é tão consistente que não pode ser atribuído apenas à má sorte. A situação exige um período de “acerto de contas” no estúdio, com a necessidade de reexaminar processos de aprovação, redefinir expectativas e, o mais importante, restaurar a confiança do público.
Enquanto 2025 avança, todos os olhos se voltam para a Disney para ver se ela consegue estancar a sangria — ou se este ano ficará para a história como seu maior colapso de bilheteria.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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