O produtor da série Silent Hill, Motoi Okamoto, revelou a estratégia por trás da bombástica apresentação “Silent Hill Transmission” de 2022, na qual a Konami anunciou três novos jogos da franquia de uma só vez. Segundo ele, a decisão ousada foi calculada para enviar uma mensagem clara aos fãs: a empresa estava falando sério sobre reviver a IP e garantir seu futuro, e não apenas “testando as águas” com um único lançamento.

A declaração, feita em uma nova publicação no X (antigo Twitter), oferece um vislumbre da mentalidade da Konami ao ressuscitar uma de suas franquias mais amadas e explica o risco calculado que, agora se sabe, valeu a pena.

‘Queríamos que as pessoas sentissem o quão sérios estávamos’

Okamoto explicou que a decisão de anunciar o remake de Silent Hill 2, o novo título Silent Hill F (ambientado no Japão) e o jogo narrativo Silent Hill: Townfall simultaneamente foi deliberada.

“Não queríamos apenas anunciar um único remake para ‘testar as águas’. Queríamos que as pessoas sentissem o quão sérios estávamos sobre reviver a série”, escreveu o produtor (em tradução via Automaton). “Desenvolver um remake e um novo título simultaneamente envolve riscos, mas queríamos transmitir nosso compromisso em primeiro lugar.”

Ele argumentou que apenas anunciar um novo jogo pode mostrar o futuro de uma série e que a empresa precisava demonstrar sua seriedade para que os fãs pudessem se “empolgar genuinamente”. “Se a empresa adota uma abordagem de esperar para ver, os jogadores também o farão”, refletiu.

Uma aposta que deu certo: o sucesso dos novos jogos

A estratégia arriscada da Konami parece ter dado frutos. Desde a transmissão de 2022, tanto o remake de Silent Hill 2 (lançado em 2024) quanto o Silent Hill F (lançado em setembro de 2025) foram aclamados pela crítica e bem recebidos pela maioria dos fãs, revitalizando a franquia. (O único projeto do anúncio original que fracassou foi a série interativa Silent Hill: Ascension).

As análises do VGC, por exemplo, chamaram o remake de SH2 de uma “recontagem habilidosa” e SH F de um “spin-off grotescamente deslumbrante”.

A filosofia para remakes: equilibrar o velho e o novo

Okamoto também aproveitou para comentar sobre a filosofia da Konami ao abordar remakes. Segundo ele, é crucial equilibrar o apelo aos fãs antigos com a necessidade de atrair um novo público.

“Com remakes, mesmo que você considere os fãs antigos, na melhor das hipóteses, cerca de metade deles retornará”, escreveu. “Se você не projeta [o remake] com cerca de metade de novos públicos e metade de fãs antigos em mente, a base de clientes não crescerá.” Essa visão explica a abordagem do remake de Silent Hill 2, que buscou ser fiel ao original, mas com modernizações para novos jogadores.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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