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Crítica | Pica-Pau: O Filme - Uma das maiores decepções do ano

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Catálogo, Cinema, Críticas•4 de outubro de 2017•10 Minutes

De época em época Hollywood lança produções em live-action que possam ser sucesso de bilheterias. O foco principal é sempre no público infantil que assiste a esses filmes mesmo muitas vezes sendo de qualidade narrativa e visual ruim. Pica-Pau, assim como Zé Colméia e os Smurfs não passou batido nessa onda de live-actions, e foi parar nos cinemas com produção da Universal e direção de Alex Zamm (Um Heróis de Brinquedo 2).

Pica-Pau é um personagem icônico dos desenhos animados. Muitos cresceram assistindo aos episódios do pássaro doido que teve três fases distintas. A primeira ocorreu entre os anos de 1941 e 1943 em que ele aparecia totalmente biruta, a segunda fase entre 1944 e 1949 ele recebeu o incremento da cor azul e ganhou traços mais suaves, diferentes da primeira versão que era mais bizarro. A última fase, talvez a mais conhecida entre nós brasileiros se deu entre os anos de 1950 à 1972 em que foi desenhado com o topete para frente e recebeu traços mais delicados.

No filme em live-action eles decidiram fazer uma mescla com o personagem da terceira fase, mas com o jeito ‘biruta’ da primeira fase. Isso fica claro já no início quando ele começa a aloprar os caçadores que entram na mata a fim de praticar caça ilegal. Durante todo o longa prevalece esse lado louco e politicamente incorreto dele, assim como é no desenho animado. Outro acerto do filme é em relação ao design de criação do Pica-Pau. Pode parecer exagerado em um primeiro momento, mas depois você se acostuma com o CGI, que, se não é bom, é competente. Pelo trailer parece estranho em primeiro momento, mas depois que começa a assistir você se adapta a ele e esquece que a animação é diferente da apresentada no desenho. 

Na trama o querido pássaro vive serenamente em uma árvore que fica em um terreno próximo a uma reserva florestal. Esse terreno tem dono. Pertence a Lance Walters (Timothy Omundson) que depois de perder o emprego em uma petrolífera se muda junto com seu filho e sua namorada (Thaila Ayala) para construir um empreendimento a fim de vendê-lo futuramente. Claro que o Pica-Pau não vai permitir que invadam seu território e destruam tudo sem causar muita confusão e altas aventuras até que todos desistam do propósito inicial.

É uma história bastante óbvia e já apresentada em muitos outros longas, mas de forma diferente. Em Zé Colmeia, o personagem precisava fazer de tudo para salvar seu habitat natural, no live-action dos Smurfs eles precisaram fugir para outra cidade a fim de não serem pegos pelo vilão Gargamel. Em Pica-Pau ele precisa fugir de dois caçadores que querem o vender por ser um espécime raro e tenta impedir a destruição de onde mora simplesmente por prazer, não há uma motivação específica. Em alguns momentos ele é bastante sádico, faz as suas travessuras apenas por fazer ou em alguns momentos para defender um garoto de apanhar de outros. 

No desenho ele era politicamente incorreto, aqui ele é mostrado como um bobalhão gente fina. Mesmo quando ultrapassa os limites, avisa para as crianças para que não façam isso em casa “eu sou um profissional de desenho animado”. Isso é desnecessário. Tá certo que o público-alvo são as crianças, mas um personagem que é politicamente incorreto se tornar um guia para crianças é algo bastante incomum.

Outra situação que causa estranheza é o fato dele ficar interagindo com a câmera, praticando quase um monólogo que demonstra claramente que o diretor não sabe o que fazer com o protagonista. Dialogar com outros personagens ele faz apenas para irritar, o filme inteiro ele irrita a todos sem uma definição clara do porque tudo aquilo.

O que fica nítido ao assistir não só ao trailer, mas ao filme, é o fato do pássaro não dialogar com o ambiente que ele está inserido. Claramente causa estranheza que ele é um elemento diferente e não natural naquele lugar. Se essa era a ideia ao criar o live-action conseguiram, porque ficou tão mal inserido na floresta e interagindo com os personagens humanos que tudo soou falso. Se fizessem um filme ao estilo de Os Smurfs e a Vila Perdida com certeza teriam melhor sucesso. 

Por onde se olha, há clichês excessivos. Primeiro com a escolha da família em viajar para o campo e viver por lá, nem que seja por alguns meses até a casa ficar pronta. Isso já foi feito em vários filmes e não há nada novo nisso. Depois vem a questão de abordar o tema ecologia e da preservação do meio-ambiente. Lance trabalha em uma petrolífera, setor conhecido por poluir o meio-ambiente. Depois ele e seu filho se mudam para o campo para ‘destruir’ a mata e construir a casa, outra mensagem passada de forma suave a de que não devemos destruir as florestas e que a preservação dela é importante. É uma mensagem muito clichê, já apresentada em produções como Avatar e Pocahontas. 

Tirando o Pica-Pau, todo o resto dos personagens é uma grande decepção. Há de se realçar que os atores estão bem, Thaila Ayala (mais ou menos) e Timothy Omundson em especial. O problema são seus personagens que são superficiais e tolos. Thaila Ayala, por sinal, fez sua estreia em Hollywood e não merecia estar em uma adaptação dessa, tem mais carisma e talento para alçar voos maiores em outras produções. Só que aqui sua atuação soa tão caricata que não dá para entender do porque ela estar no filme. Fora o fato de terem a dublado de forma tão ridícula, para não dizer de forma superficial. Parecia outra pessoa falando e a dublagem ainda conseguiu a deixar mais chata que aparentemente foi apresentada. Os vilões são outro ponto positivo, podem ser caricatos assim como todo o resto, mas pelo menos tentam fazer algo de diferente ao parecerem ser mais cruéis do que aparentam.

Isso tudo é culpa de um roteiro que quis abordar vários assuntos que já deram certo em outros longas, isso sem focar em nenhum deles. Por exemplo, colocaram o garoto em uma banda simplesmente porque ele estar sem uma função clara no filme. Fizeram o Pica-Pau destruir tudo e ajudá-los depois, e a pior decisão de todas em relação a personagem da Thaila Ayala. Deram destaque para ela e depois a fizeram sumir de cena com uma ideia boba. Essas decisões por parte do diretor amarrado ao roteiro foram matando o filme pouco a pouco.

O cinema americano vem errando feio nos últimos live-actions mesclados com animação que produziu. Difícil trabalhar com um produto que é adorado pelo público, que é a produção original e levar às telas com uma adaptação que tente ser diferente, mas que mantenha a alma do original. Pica-pau tentou, mas não conseguiu. Isso não impossibilita que ele vá bem na bilheteria, já que o público-alvo que é o infantil deve abarrotar as salas de cinema. O problema é que ele tem concorrente forte, que é a produção My Little Pony. Quem gosta do desenho original, com todo certeza não irá curtir. É uma produção esquecível que poderia muito bem ter sido melhor desenvolvida e pensada. 

Escrito por Gabriel Danius

Pica-Pau: O Filme (Woody Woodpecker, EUA – 2017)

Direção: Alex Zamm
Roteiro: Alex Zamm, William Robertson
Elenco: Thaila Ayala, Chelsea Miller, Eric Bauza (Voz do Pica-Pau), Graham Verchere, Timothy Omundson
Gênero: Animação, Aventura
 

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Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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