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Crítica | Jogos Mortais: Jigsaw - O Retorno Nada Sangrento de Jigsaw

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Catálogo, Cinema, Críticas•28 de novembro de 2017•8 Minutes

Um dos aspectos mais envolventes e aterradores do primeiro Jogos Mortais é como os “jogos” criados por John Kramer soam reais, podendo ser elaborados por alguém sádico o suficiente, com o tempo e know how necessários. Embora conte com alto teor de violência, a obra não esbanja do gore, deixando muito à cargo de nossa imaginação – vide a armadilha de urso reversa e a própria cena de Gordon cortando a própria perna. Através desse seu segundo longa-metragem, James Wan lançou seu nome no mercado e não muito tempo depois acabaria ficando conhecido por reviver o gênero terror através das franquias Sobrenatural e Invocação do Mal.

O que Wan realizou na primeira entrada da franquia sobre Jigsaw (e seus seguidores), no entanto, não foi seguido à risca pelas suas sequências. Já a partir de Jogos Mortais 2 o gore foi se tornando predominante sobre a trama e praticamente todo o angustiante e notável suspense do filme original foi substituído por um torture porn mais preocupado em encher baldes de sangue do que, efetivamente, nos contar bos histórias. Drenada até a escassez, a franquia sofreu uma anticlimática e lenta morte ao longo dos anos, sendo encerrada no seu sétimo capítulo, já sem um pingo de credibilidade. O que começou como uma criativa empreitada no gênero, tornou-se um mero entretenimento, de nicho, esquecível.

Grande surpresa, portanto, testemunha o renascimento da série sete anos após o seu enterro – assim como o infame Jigsaw, Jogos Mortais parece se recusar a morrer (e permanecer morto). Sete anos, contudo, não foram o suficiente para que esqueçamos do triste fim da franquia e temor é um mero eufemismo para expressar nosso sentimento em relação a esse revival. Para nossa surpresa, porém, Jogos Mortais: Jigsaw demonstra que aprendeu com o declínio da franquia e tenta, ao máximo, se aproximar da obra original. O que, infelizmente, não quer dizer que esse seja um longa desprovido de falhas.

A trama nos situa dez anos após a morte de John Kramer (Tobin Bell), o assassino Jigsaw original. Grande surpresa, portanto, para os detetives Halloran (Callum Keith Rennie) e Hunt (Clé Bennett), quando esses se deparam com cadáveres que indicam terem sido mortos por alguém utilizando métodos similares ao já falecido serial killer. Com novas vítimas aparecendo esporadicamente, a investigação para descobrir quem está por trás desses assassinatos segue a todo vapor. Em paralelo, acompanhamos quatro indivíduos forçados a participarem dos sádicos jogos, que, a cada etapa, pedem determinado sacrifício – tudo enquanto seus crimes do passado são trazidos à tona.

Principalmente como as duas primeiras entradas da franquia, Jigsaw mantém, através de montagem paralela, o foco nas vítimas e nos policiais encarregados da caçada pelo criminoso. A tentativa, bastante clara, é a de aumentar o suspense através das transições de sequência, criando elipses que permitem o desenvolvimento mais fluido da trama. No entanto, enquanto o arco envolvendo as vítimas do assassino segue de maneira a provocar tensão e angústia, o focado nos detetives mais soa como uma grande perda de tempo – principalmente por jamais sentirmos como se eles estivessem prestes a solucionar o caso. A escolha de dividir a narrativa em duas, portanto, mais soa como uma medida obrigatória, que, de fato, almejada pelos roteiristas, Pete Goldfinger e Josh Stolberg.

Perde-se muito do envolvimento com a história, portanto, nesses constantes vai-e-vem, como se um dos lados estivesse presente apenas para possibilitar a existência do maior plot twist da obra, que, apesar de não ser tecnicamente inédito, ainda ganha pontos pela maneira como é construído, possibilitando diálogos com o passado, presente e futuro da franquia. Vale, também, observar como a presença de inúmeros indivíduos no lado dos policiais prejudica a construção desses personagens, mantendo todos no raso, sem grande expressão por todo o filme. Dessa maneira, somos mantidos quase à parte de tudo o que ocorre, visto que não conseguimos, de fato, nos aproximar de qualquer um deles.

O mesmo ocorre no foco do outro lado. Evidentemente, inúmeras das vítimas presentes em cena têm a única função narrativa de servirem como buchas de canhão, chegando ao ponto de uma delas jamais ter o rosto revelado, tamanha é a sua irrelevância para a trama (a urgência já estava mais que estabelecida antes de sua morte). A maior simplicidade dos “jogos” em relação aos antecessores (nada de lâminas gigantescas fazendo movimentos pendulares), portanto, acaba se perdendo, visto que os focos no espetáculo e na tensão descerebrada continuam, apagando por completo o intrigante terror psicológico demonstrado na obra inaugural. Tudo é reduzido para a mais simples luta por sobrevivência, com inúmeros personagens desnecessários, que impossibilitam maior desenvolvimento dos mais importantes. Não bastasse isso, praticamente toda a tensão é quebrada pelo fato de sabermos, desde o início, quem irá sobreviver, ou, ao menos, chegar até a última etapa do “jogo”.

Curiosamente, essa escolha do roteiro não dialoga plenamente com as intenções de Michael e Peter Spierig, que assinam a direção. Os irmãos notadamente esquivam do gore que tomara conta de maior parte da franquia e deixam a violência mais gráfica se desenrolar, predominantemente, fora da tela. Claro que algumas “nojeiras” ainda se fazem presentes, mas nada perto do banho de sangue com o qual estamos acostumados. Visualmente a dupla busca aproximar-nos dos dois primeiros longas da franquia, com ambientes mais simples e planos não muito expositivos, mas, tudo se perde pela falta de alinhamento de tais objetivos com aqueles dos roteiristas.

Dessa forma, por mais que a intenção dos diretores de reviver a franquia, com um retorno às origens, seja louvável, não há como ignorarmos a falta de elementos que fariam dessa obra algo verdadeiramente engajante. Com personagens rasos, que falham em captar nossa empatia e um foco no lado policial que parece estar presente apenas para construir o maior plot twist da obra, Jogos Mortais: Jigsaw falha em recapturar a alma do filme original de James Wan, entretendo da forma mais simples possível, sem fazer com que nos lembremos de muita coisa da obra após o término da projeção.

Jogos Mortais: Jigsaw (Jigsaw, EUA, Canadá – 2017)

Direção: Michael Spierig, Peter Spierig
Roteiro: Josh Stolberg, Pete Goldfinger
Elenco: Callum Keith Rennie, Laura Vandervoort, Paul Braunstein, Tobin Bell, Brittany Allen, Clé Bennett, Hannah Anderson, James Gomez, Josiah Black
Gênero: Terror, Thriller
Duração: 91 min

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Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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