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Crítica | O Soldado do Futuro - O Primo Feio de Blade Runner

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•13 de julho de 2018•6 Minutes

Antes de trabalhar na longa franquia de filmes Resident Evil, Paul W.S. Anderson dirigiu O Soldado do Futuro, obra espiritualmente parte do mesmo universo de Blade Runner, funcionando como um sidequel, ou seja, com eventos que ocorrem em paralelo ao longa-metragem de Ridley Scott. Roteirizado pelo co-roteirista da clássica adaptação de Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick, o filme de Anderson apresenta alguns conceitos similares ao seu “primo”, trazendo, inclusive, referências, como a batalha de Tannhauser Gate, citada por Roy Batty, em seu discurso próximo ao fim de Blade Runner, com um spinner aparecendo como easter-egg. Infelizmente, enquanto o longa de 1998 em tese herda o universo da obra de Scott, ela não apresenta sequer um terço de sua qualidade.

A trama tem início com o treinamento de Todd 3465 (Kurt Russell), criado desde cedo para ser o soldado ideal. De imediato ele já apresenta ter habilidades superiores aos seus colegas, fazendo dele o melhor de seu pelotão. Isso, porém, não é o suficiente para que ele supere os novos soldados geneticamente modificados do coronel Mekum (Jason Isaacs) e, em uma demonstração de proficiência, Todd é derrotado e tido como morto. Um tempo depois ele acorda no interior de uma nave de entulho, que o joga em um planeta distante, onde ele conhece uma comunidade que também ficara presa ali. Enquanto se aproxima dessas pessoas, o batalhão de Mekum é enviado para o mesmo setor, representando alto risco para todos que vivem ali.

Em essência, O Soldado do Futuro nada mais é que Pocahontas (ou Dança com Lobos) no espaço. O roteiro de David Webb Peoples é extremamente previsível e segue praticamente a mesma premissa desses dois filmes citados, com a principal diferença sendo, claro, o próprio Kurt Russell e seu personagem, que permanece calado a maior parte do tempo. Por ser completamente clichê, o texto já tira grande parte do envolvimento do espectador com os personagens da obra e Webb Peoples sequer se esforça para trazer algo de novo – do momento que Mekum anuncia a missão de ir até esse setor da galáxia, já sabemos precisamente o que irá acontecer.

Não ajuda, claro, o fato da construção de personagens ser praticamente inexistente. Como esperado, Todd é totalmente unidimensional e sua mudança de soldado impiedoso para homem preocupado com o bem-estar daqueles a seu redor não ocorre de forma gradativa, é apenas jogada em tela, com o texto sequer se preocupando em dar falas ao protagonista. A impressão que fica é que ele apenas luta para proteger aquela comunidade por ter se apaixonado por uma das mulheres locais, Sandra (Connie Nielsen) – romance esse, aliás, que é composto unicamente por trocas de olhares pouco expressivos, já que Russell veste o seu rosto de durão durante todo o longa-metragem.

Para piorar, a direção de Paul W.S. Anderson, que está longe de contar com uma invejável filmografia, parece se espelhar em aberturas de séries de televisão dos anos 1990, com direito a câmera lenta em excesso, alguns congelamentos que precedem a transição entre sequências, sem falar nas cenas de ação pouco envolventes, que apenas tornam evidente a péssima coreografia apresentada. A tragédia é tamanha que sequer conseguimos conter as risadas em determinadas cenas, de tão “bregas” ou artificiais, quebrando, claro, por completo a nossa imersão, que já era praticamente inexistente.

Nem mesmo esse universo “compartilhado” com Blade Runner soa tão atrativo aqui, já que os cenários são resumidos a terrenos sucateados, com poucos elementos a serem, de fato, observados pelo espectador. Em geral vemos ambientes ausentes de detalhes que permitem enxergarmos como é, de fato, aquela sociedade futurista, já que Anderson busca ocultar todo o espaço ao redor dos personagens, ora com planos mais fechados, ora com focos de luz ou escuridão, que nos impedem de explorar, com o olhar, todo o cenário. Trata-se, portanto, de uma ficção científica bastante pobre no seu visual, distanciando-se, dessa forma, de seu “primo”.

Mesmo que tenha sido imaginado como um sidequel da obra de Ridley Scott, O Soldado do Futurosoa muito distante de Blade Runner, configurando-se mais como um filme de ação genérico do que qualquer outra coisa. Com roteiro clichê e extremamente previsível, direção de arte pouco inspirada, direção que beira o ridículo e zero construção de personagens, não é a toa que esse filme tenha sido esquecido, já que sequer é capaz de entreter o espectador, por mais que esse almeje assistir algo descompromissadamente.

O Soldado do Futuro (Soldier) — Reino Unido/ EUA, 1998
Direção:
 Paul W.S. Anderson

Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Kurt Russell, Jason Scott Lee, Jason Isaacs,  Connie Nielsen, Sean Pertwee,  Jared Thorne, Taylor Thorne, Mark Bringelson, Gary Busey
Gênero: Ação

Duração: 99 min.

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Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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