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Crítica | Pânico 4

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•7 de julho de 2016•12 Minutes

Wes Craven redefiniu o gênero do suspense quando lançou “Pânico” em 1996 conseguindo assustar, divertir e principalmente se comunicar com o público – é impossível abandonar o filme na metade. Craven salvou os filmes slasher do abismo. Foi responsável pelo boom criativo que originou “Eu Sei o que Vocês Fizeram No Verão Passado”, “Lenda Urbana”, “Premonição”, entre vários outros. E agora volta corrigindo erros do passado (“Pânico 3”) e salvando mais uma vez o suspense previsível dos filmes decadentes e estagnados de hoje em dia.

Sidney Prescott volta a sua cidade natal, Woodsboro, para lançar seu livro de autoajuda revelando as dificuldades que passou graças ao psicopata Ghostface. Justamente em seu retorno, Ghostface volta a aterrorizar os estudantes da diminuta cidade. Agora cabe a ela, Gale e Dewey impedirem que o massacre se repita novamente enquanto tentam proteger a sobrinha de Sidney, Jill.

Novo grito, novas regras, nova década

O roteiro é novamente escrito por Kevin Williamson e mais uma vez consegue surpreender a todos espectadores com sua trama essencialmente imprevisível e lotada de reviravoltas. O teor crítico de sua escrita é elevadíssimo – detona toda essa geraçãohorror gore que destruiu o gênero do terror. Os reboots ou remakes também não foram poupados. Existe também outra crítica que é mais severa e sóbria destinando-se a atualidade ávida por fama e tecnologia. A metalinguagem – identidade da série –  volta em outros personagens reapresentando as regras dos plots de filmes de terror atuais. Com isso, resgata a atmosfera revolucionária inaugurada pelo primeiro filme da série em que as críticas direcionavam-se aos clichês e as infinitas sequências que amaldiçoaram o gênero.

Sua história prende o espectador do início ao fim surpreendendo a cada instante. Aqui, Ghostface apresenta-se diferente dos outros três da série. Muito mais violento, doentio, cruel e visceral, garante as ótimas cenas de mortes que preenchem o filme.  É vital citar que “Pânico” nunca foi uma franquia de terror que tem o intuito de amedrontar o espectador. A carga humorística é fortíssima, por isso não se sinta mal em dar boas risadas logo após uma morte violenta.

A vantagem deste “Pânico”, em especial, é que ele nunca se leva a sério. Isso resultou em uma narrativa bem criativa com algumas piadas bem elaboradas chegando até a se autossatirizar explicitado pelo clímax. Na minha sessão ocorreu algo interessante – lá nos minutos finais do longa, Sidney solta o melhor quote de todos os diálogos e a reação na plateia (claramente fãs da série, inclui-se eu aqui) foi unânime, uma chuva de aplausos. Falando em diálogos, os clássicos telefonemas de Ghostface estão muito bem revitalizados e memoráveis como sempre.

Infelizmente nem tudo é uma beleza na escrita de Williamson. Os problemas do filme são visíveis e incomodam um pouco. A principal proposta era a reinvenção do gênero. Então por que continuar com a inexplicável e tradicional demora (eterna) de um personagem chegar a outro local para salvar seu parceiro em uma cidade minúscula? Ou até mesmo a impossível falta de mira do xerife Dewey? Outras falhas existem, mas após assistir duas vezes percebi que é plausível o teletransporte mágico de Ghostface , mais rápido que todo o elenco, em termos de transitar pela cidade. A escolha de deixar o trio principal com menos tempo em tela também foi desnecessária.

Outra coisa que foi mantida e acredito que sempre será, é a explicação do psicopata da vez sobre o porquê de toda a matança após retirar a máscara e revelar sua identidade – sempre a maior surpresa. E, neste caso, é praticamente impossível decifrar  o assassino durante o longa – que para mim desde o primeiro filme da franquia se assemelha muito aos minutos finais de cada episódio de Scooby Doo.

Quando o clássico encontra o novo

O trio principal retorna. Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette estão bem melhores e mais a vontade em seus papéis que nos filmes anteriores. Campbell deixou de ser a adolescente indefesa e torna-se uma mulher preocupada com o futuro. Sua atuação demonstrou uma sobriedade muito interessante e até mesmo algumas caras inéditas, mas mesmo assim nada tirará Campbell da mediocridade. Courteney Cox volta mais impetuosa do que nunca com a inquieta Gale Weathers – de longe assume o pódio das atuações do trio original. Arquette deixa de mancar, mas continua com a mesma cara de idiota ingênuo do xerife Dewey. A velhice lhe ajudou a definir um pouco mais suas expressões conferindo um ar mais interessante ao personagem.

O quarteto novato também não faz mal e chega a impressionar de vez em quando. O maior destaque é Hayden Panettiere incorporando a cômica Kirby,  que ganha seu momento impar durante um dos questionários de Ghostface. Emma Roberts encara facilmente seu papel dando conta da transformação necessária de sua personagem. Anthony Anderson e Adam Brody são os novos policiais de Woodsboro e soltam a melhor piada do filme envolvendo Bruce Willis.

Dane Farwell é o dublê que dá vida ao Ghostface. Infelizmente, nesse filme ele não repetiu o célebre ato de limpar a faca entre os dedos após a sanguinolência, mas continua com sua expressiva cabeça inclinada sinistra. Roger Jackson dubla o antagonista durante os telefonemas. Ele alterou a voz do psicopata, mas mesmo assim continua marcante, aterrorizante e estranhamente sexy.

Colorindo o horror

A fotografia de Peter Deming abandona as distorções das lentes usadas no primeiro “Pânico” e dá mais relevância a sua iluminação. A modelagem da luz é bem feita nos interiores e cumpre o papel de tornar tudo sombrio, denso e pesado, às vezes saturando mais um tom amarelado e outras um mais azulado. Já nos exteriores a história não se repete. Geralmente, em cenas noturnas em que o enquadramento do plano captura uma fonte de luz intensa como faróis e postes existe uma superexposição de luz que deforma a imagem. Isso poderia ter sido facilmente evitado se tivesse fechado um pouco mais o diafragma de suas câmeras garantindo um efeito de luz mais legal de olhar. A maquiagem também merece um destaque especial.

Beltrami em pânico

Marco Beltrami é um compositor muito imprevisível. Já recebeu duas indicações ao Oscar, mas alguns de seus trabalhos são simplesmente abismais. Fez a música de todos os filmes da franquia que são conhecidas por serem desconhecidas. O filme que redefiniu o gênero não ter um tema próprio é uma coisa muito triste. Na essência, a trilha original funciona raramente. As incessantes composições são extremamente melodramáticas que acabam cansando os ouvidos após alguns minutos. Existem exceções como o caso da cena do estacionamento em que a música casa perfeitamente.

Novamente quem salva a música é a trilha licenciada que conta com praticamente duas canções (a que abre e a que fecha o filme) durante toda a projeção. São elas “Something to Die For” e “Bad Karma”.

Voltando da Rua Elm

Wes Craven estava desaparecido. Voltou ano passado com o fraco “A Sétima Alma” e agora, honrando seu título de mestre do suspense da atualidade, entrega um dos melhores filmes da série. As referências a vários outros filmes slasher são muitas, além de homenagear a própria franquia ao relembrar o metalinguístico “longa” “Stab”. Como havia assistido o quarto filme antes do segundo, desconhecia a existência deste curta que conta inúmeros planos hitchcockianos – uma bela homenagem de um mestre do suspense para uma lenda do gênero.

A violência, a crítica ácida e o humor negro se fazem presentes em todos os atos da película. Craven tem uma habilidade impressionante em criar psicopatas incrivelmente carismáticos. Freddy Krueger é criação sua e Ghostface é meu vilão favorito. Ele desconstruiu a imagem mítica e inalcançável desses psicopatas – repare como Ghostface apanha de Sidney em todos os filmes da franquia e também a ausência de planos que lhe conferem um ar de grandeza, fora o grande diferencial – ele sabe falar.

Craven também sabe utilizar vários recursos sonoros para criar uma atmosfera extremamente tensa elevando o suspense as alturas. Seja com o rangido de uma porta débil como o eco do estacionamento deserto, o espectador fica completamente imerso no mundo minuciosamente criado por ele. Ele anima o público logo no inicio de todos seus filmes com aberturas fantásticas – basta assistir uma delas e você já conhece o método cinematográfico do diretor.

E conseguiu novamente remodelar o gênero que já apresentava sinais de esgotamento há tempos, vide “Jogos Mortais” e “O Albergue” que claramente esqueceram o que o terror e o suspense significam, medo, não nojo. Além disso, até mesmo suas imagens escondem críticas a nossa sociedade ávida por reconhecimento, basta reparar no último plano do filme que o fecha com chave de ouro.

Qual o seu filme de terror favorito?

“Pânico 4” cumpre o que promete. Apresenta os novos clichês em um tom debochado e tenta salvar o gênero mais uma vez. Para os adolescentes de 1996 que assistiram o primeiro filme nos cinemas, a impressão deve ser de uma nostalgia tamanha. Então se você gostava desses filmes de terror teen, não perca seu tempo duvidando se o filme merece um bilhete de cinema. Apenas vá com o intuito que você irá se divertir (e muito). Agora, eu já sei responder a pergunta de Ghostface com muita segurança.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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