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Crítica | Pokémon: Detetive Pikachu - Um mundo para se viver e admirar

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•9 de maio de 2019•6 Minutes

Até que demorou, mas os monstros colecionáveis de Pokémon, um dos anime mais populares de todos os tempos, enfim ganharam uma versão live-action. Com a Warner Bros e a Legendary por trás, Pokémon: Detetive Pikachu aposta em uma fase muito específica da franquia para servir como porta de entrada para uma potencial franquia cinematográfica, mas é mesmo uma passagem para que possamos ver icônicos personagens ganhando vida. O resultado certamente não é um grande estouro, mas é divertido o bastante para fazer desejar mais visitas a esse universo.

O filme apresenta um mundo onde humanos e Pokémon vivem em harmonia, destacando a metrópole de Ryme City como o grande centro dessa interação. Nesse cenário, o jovem Tim (Justice Smith) precisa descobrir o que aconteceu com seu pai, que é dado como desaparecido após uma investigação misteriosa. Ao seu lado, ele conta com a ajuda de um Pikachu sem memória (Ryan Reynolds) que se apresenta como um impecável detetive.

É curioso que seja justamente como um filme de detetive que Pokémon abra seus braços para o mundo do cinema. O material original sempre girou ao redor de torneios e histórias de caçada, com Detetive Pikachu sendo um game derivado para um nicho de fãs muito específico. Por mais que o longa não seja bem sucedido nesse quesito, já que o mistério é completamente desinteressante traz uma resolução absolutamente banal e vergonhosa de tão ruim (impossível de comentar sem spoilers), o roteiro de Dan Hernandez, Benji Samit, Derek Connolly e do diretor Rob Letterman acerta em como introduz o universo de Ryme City e seus habitantes de forma natural e nada confusa.

Tudo bem que o mérito está mais no trabalho de Letterman e sua gigantesca equipe de designers, artistas e equipes de efeitos visuais, que criaram um mundo palpável e que até mesmo exala de tão verossímil, mas o texto do quarteto ao menos traz algumas cenas divertidas e personagens Pokémon com características sólidas – com a sequência em que Tim e Pikachu interrogam o Mr. Mime usando o melhor dessas duas facetas, ao reproduzir uma situação característica do cinema policial com um personagem extremamente particular do universo de Pokémon.

Agora, o grande trunfo do filme está em seu visual, e não necessariamente onde a maioria espera. Sim, todos os Pokémon e os efeitos visuais para lhes darem vida são ótimos, mas o grande mérito fica com a espetacular direção de fotografia de John Mathieson. Para começar que a peculiar decisão de Letterman em rodar o filme em película – digo peculiar porque filmes com grande presença de efeitos visuais tendem a ser rodados no formato digital, mas esta é uma feliz exceção.

Tal decisão garantiu mais textura e realismo para as diversas criações digitais, e o trabalho de Mathieson com jogo de luzes e composições é fenomenal. As referências de Mathieson vão do óbvio cinema noir (com sombras expressionistas e muita névoa em interiores) até o neo noir de obras como Blade Runner; a forma como o primeiro encontro entre Tim e Pikachu é iluminado pelo neon que varia de azul e vermelho no exterior do ambiente é memorável, e torna a cena ainda mais instigante.

Certamente muitas pessoas acabaram se interessando pelo projeto por seu astro: Ryan Reynolds, que surpreendeu ao ser escalado para fazer a voz (e motion capture) de Pikachu. Infelizmente, não tenho como avaliar seu trabalho, já que não o vi. A esmagadora maioria das cópias brasileiras do filme está trazendo a versão dublada, e inexplicavelmente até mesmo a cabine de imprensa onde assistimos ao longa trouxe a cópia não-original, tornando impossível trazer uma análise dos trabalhos de Reynolds, Smith, Ken Watanabe e outros membros do elenco consistente. Só posso dizer que Pikachu está realmente fofo, mas sinto que perdi muito ao não assistir com a voz original de todo o elenco – sem falar que a mixagem de som claramente se prejudica nesse processo.

Mas devo acrescentar que, mesmo dublado, nenhum dos personagens humanos soa minimamente cativante ou interessante. Desde o perfil histérico de Smith até a construção forçada das figuras de Bill Nighy, Chris Gere e principalmente da pseudojornalista vivida por Kathryn Newton, é um alento ver que o filme está repleto de Pokémon para nos distrair dos personagens de carne e osso.

Pokémon: Detetive Pikachu é um filme com diversos problemas narrativos, e também na forma como tenta brincar com o gênero policial, mas que vale a diversão pelo mundo imersivo que constrói. Os Pokémon estão carismáticos e divertidos, e o longa surpreende pelo cuidado estético incomum de sua direção de fotografia para um longa do tipo. Eu só queria mesmo ter ouvido o Ryan Reynolds, pois suspeito que a experiência teria sido ainda mais proveitosa.

Pokémon: Detetive Pikachu (Pokémon: Detective Pikachu, EUA – 2019)

Direção: Rob Letterman
Roteiro: Dan Hernandez, Benji Samit, Derek Connolly e Rob Letterman, baseado na franquia Pokémon
Elenco: Ryan Reynolds, Justice Smith, Kathryn Newton, Bill Nighy, Ken Watanabe, Chris Gere, Suki Waterhouse
Gênero: Aventura
Duração: 105 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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