X consegue voltar a operar no Brasil após mudança estratégica no registro de servidores
Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), afirmou ao Correio que uma alteração no registro dos servidores do X permitiu o retorno da rede social no Brasil. A mudança foi realizada na noite anterior pela própria empresa, que passou a utilizar um sistema de proxy reverso da Cloudflare, dificultando o bloqueio da plataforma pelas operadoras de internet.
Atualização do aplicativo facilitou retorno do X
Segundo Perez, a atualização do aplicativo do X foi fundamental para o restabelecimento do acesso. “Quem tem o aplicativo no celular foi atualizado com uma versão nova, que mudou a forma de trabalhar. Em vez de usar os IPs próprios do X, a plataforma agora utiliza o proxy reverso da Cloudflare”, explicou. Essa mudança torna o bloqueio mais complexo, já que a Cloudflare protege diversos serviços essenciais no Brasil, incluindo sites do governo.
O conselheiro ressaltou que bloquear os IPs da Cloudflare seria inviável, pois afetaria uma grande parte da internet no país. “Bancos, sites governamentais e imprensa utilizam os mesmos IPs. Se bloquearmos, poderíamos derrubar metade da internet, tudo isso só para tirar o X do ar”, enfatizou.
Solução definitiva pode demorar dias
Ainda segundo Perez, a solução definitiva para o caso pode levar dias. A Abrint está aguardando uma definição técnica, uma vez que o bloqueio total tornou-se uma tarefa muito mais difícil. “Estamos apenas identificando o que está acontecendo e aguardando. Qualquer solução técnica não será imediata”, concluiu.
Bloqueio do X e decisões judiciais
O X foi bloqueado no Brasil em 30 de agosto após Elon Musk, dono da rede social, descumprir ordens judiciais ao não designar um representante legal no país, conforme exige o Marco Civil da Internet. Apesar da operação ter sido retomada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a suspensão da plataforma ainda está em vigor. A agência continua realizando fiscalizações e enviando relatórios ao STF sobre o caso.
O retorno do X foi celebrado por alguns setores, incluindo figuras políticas como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que parabenizou aqueles que “fizeram pressão” para restabelecer a operação da rede social no Brasil.