Academia pede desculpas por falta de apoio público ao cineasta Hamdan Ballal

Após críticas, Academia pede desculpas por não apoiar publicamente o cineasta Hamdan Ballal, espancado e preso na Cisjordânia.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS) divulgou um pedido de desculpas oficial por não ter demonstrado apoio direto a Hamdan Ballal, codiretor do documentário No Other Land, após o cineasta palestino ter sido espancado e preso na Cisjordânia. A declaração veio após críticas severas de membros da indústria cinematográfica.

Resumo da notícia:

  • Hamdan Ballal, codiretor do documentário No Other Land, foi espancado por colonos e detido pelo exército israelense em sua cidade natal, Susiya.

  • O diretor israelense Yuval Abraham denunciou o caso nas redes sociais, informando que Ballal teve ferimentos na cabeça e no estômago.

  • A primeira declaração da Academia evitou citar o nome de Ballal e foi criticada por falta de apoio.

  • Após pressão de membros da AMPAS, a entidade divulgou um novo posicionamento, reconhecendo o erro.

  • A Academia afirmou condenar qualquer tipo de violência e repressão à liberdade de expressão.

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Críticas à primeira declaração da Academia

O silêncio da AMPAS em relação ao nome de Ballal e ao documentário No Other Land, vencedor do Oscar de Melhor Documentário, gerou indignação na indústria. Inicialmente, os líderes da Academia, Bill Kramer e Janet Yang, apenas mencionaram que o ocorrido geraria “muitos pontos de vista únicos”, sem se posicionar diretamente contra a violência sofrida pelo cineasta.

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Essa postura resultou em fortes críticas de centenas de membros da Academia, incluindo profissionais do ramo de documentários. Diante da repercussão negativa, a AMPAS revisou sua declaração e fez um pedido formal de desculpas.

Novo posicionamento e pedido de desculpas

Na sexta-feira, Kramer e Yang enviaram uma nova carta aos membros da Academia, reconhecendo que falharam ao não citar diretamente Hamdan Ballal e seu trabalho. “Pedimos sinceras desculpas ao Sr. Ballal e a todos os artistas que não se sentiram apoiados por nossa declaração anterior”, escreveram.

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Eles também enfatizaram que a Academia condena qualquer forma de violência e repressão à liberdade de expressão, reforçando que artistas devem ser protegidos, independentemente das circunstâncias.

Impacto do caso na indústria cinematográfica

O episódio reacendeu debates sobre a responsabilidade da Academia em se posicionar diante de eventos políticos e humanitários. Nos últimos anos, a AMPAS tem enfrentado desafios ao equilibrar sua neutralidade institucional com a necessidade de apoiar artistas em contextos de opressão.

A resposta tardia ao caso de Hamdan Ballal demonstra a crescente cobrança da indústria por posicionamentos claros e ações concretas em defesa da liberdade artística e dos direitos humanos.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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