Al Pacino quase foi demitido de O Poderoso Chefão

Al Pacino é indiscutivelmente um dos maiores nomes do cinema mundial, mas o que muitos fãs não sabem é que ele quase foi demitido de um de seus papéis mais icônicos: Michael Corleone na trilogia O Poderoso Chefão. Em sua recém-lançada autobiografia, intitulada “Sonny Boy”, o ator detalha o quão intensa foi sua experiência durante as filmagens do clássico dirigido por Francis Ford Coppola.

Lançada no Brasil pela Editora Rocco em 15 de outubro, a autobiografia revela que Al Pacino enfrentou enormes desafios no set de O Poderoso Chefão, incluindo a insegurança do estúdio em relação à sua contratação. Desde o início, havia desconfiança sobre se ele seria capaz de entregar a performance que o papel exigia. O próprio Coppola teria admitido que Pacino não estava “dando conta” inicialmente, o que aumentou ainda mais a pressão sobre o ator.

Nos bastidores, o clima era tenso. Pacino descreve em sua biografia que o desconforto era palpável: “Havia um desconforto entre as pessoas, até mesmo a equipe, quando eu estava trabalhando. Eu estava muito consciente disso”, escreveu o ator. Em meio a rumores de que ele e o próprio Coppola poderiam ser demitidos, Pacino se sentia cada vez mais desmotivado e sobrecarregado. “Não que Francis não estivesse dando conta — eu não estava. Mas ele era o responsável por eu estar no filme”, explicou.

Ator comemorou lesão

Essa sensação de incerteza começou a mudar quando Pacino teve a oportunidade de gravar uma cena crucial para o filme, o momento em que Michael Corleone se vinga de Sollozzo e McCluskey em um restaurante italiano. A sequência, uma das mais marcantes da saga, convenceu a equipe de que ele era, de fato, o ator ideal para o papel. Entretanto, nem tudo correu como o esperado logo depois.

Durante outra cena, em que Michael pula de um carro em movimento, Pacino acabou se machucando seriamente ao torcer o tornozelo. Ele relembra o incidente com detalhes em “Sonny Boy”: “Eu tinha torcido tanto meu tornozelo que não conseguia me mover. Todos na equipe se aglomeraram ao meu redor.” Para surpresa de muitos, em vez de ficar desesperado, o ator viu isso como uma possível saída da pressão que vinha enfrentando.

“Fiquei lá pensando: ‘Isso é um milagre. Oh, Deus, você está me salvando. Não preciso mais fazer esse filme’. Fiquei chocado com a sensação de alívio que passou por mim. Aparecer para trabalhar todos os dias, me sentindo indesejado, me sentindo um subordinado, era uma experiência opressiva, e essa lesão poderia ser minha libertação dessa prisão. Pelo menos agora eles poderiam me demitir, escalar outro ator como Michael e não perder cada centavo que já haviam investido no filme”, desabafa Pacino na autobiografia.

Apesar de seu desejo momentâneo de ser dispensado, a produção optou por mantê-lo no papel, e Pacino continuou a gravar. Como todos sabem, ele não apenas concluiu o primeiro filme, como também liderou as sequências O Poderoso Chefão II e O Poderoso Chefão III, consolidando seu lugar como um dos maiores atores da história do cinema.

Luiz Henrique Oliveira

Nascido no interior de São Paulo, com passagens pelo Maze Blog, Cenapop, UOL, Hit Site e Bolavip Brasil, sempre escrevendo sobre entretenimento.

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