A aguardada volta de Arlindo Cruz para casa terá que esperar mais um pouco. A alta hospitalar do sambista, que estava prevista para esta quarta-feira, 18 de junho, foi adiada para a próxima sexta-feira, dia 20. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz, que explicou que o adiamento se deve a questões logísticas na montagem da estrutura de home care na residência do casal.

“Aguardando a remontagem da home care”

Em uma atualização para os fãs, Babi Cruz esclareceu a situação. “Ele está de alta da clínica médica”, informou. “Estamos aguardando a remontagem da home care aqui em casa. Ficaram faltando alguns equipamentos que vêm de São Paulo. Então, na sexta-feira (20), até o final do dia, acredito que já esteja tudo montadinho para ele chegar em casa”, explicou.

Arlindo Cruz, de 66 anos, está internado desde 28 de abril, há mais de 50 dias, para tratar um quadro de pneumonia. A notícia de sua alta, mesmo com o pequeno adiamento, é recebida com grande alívio e celebração pela família, amigos e pela legião de fãs do artista.

Oito anos de luta e resiliência

A batalha de Arlindo pela saúde tem sido longa e árdua. Em uma entrevista recente, Babi Cruz relembrou o dia que mudou a vida da família para sempre: 17 de março de 2017, quando o sambista sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico grave.

“Ele estava exercendo a maior função que o trouxe a esta terra: ele estava compondo, ele estava cantando embaixo do chuveiro”, recordou Babi. “Quando, de repente, eu ouvi um silêncio ensurdecedor, e aí foi como num piscar de olhos. Eu pisquei, quando eu abri o olho, o meu mundo desabou”.

Ela descreveu os momentos de pânico. “Ele estava caído no chuveiro, dizendo pra mim: ‘Mãe, eu tô fraco. Mãe, eu tô sem força’. E eu percebi que a situação era grave. Eu não tinha noção que a partir daquele momento a minha vida tomava um outro rumo, que a vida dele estava por um fio”, desabafou. “Hoje faz 8 anos […] Nunca mais eu ouvi a voz dele, nunca mais.”

O legado do “sambista perfeito”

Desde o AVC, Arlindo Cruz vive com sequelas severas que afetaram sua fala e mobilidade, exigindo cuidados médicos 24 horas por dia. Mesmo com as limitações, ele continua a ser uma das figuras mais amadas e respeitadas do samba. Compositor de mais de 700 músicas, gravadas por grandes nomes como Zeca Pagodinho, Maria Bethânia e Beth Carvalho, ele é considerado um verdadeiro poeta do povo e um pilar da cultura brasileira.

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