Ana Paula Padrão rebate extremismo nas “mães de bonecas” e levanta debate sobre a infantilização das mulheres
Ana Paula Padrão entrou com força em um dos temas mais comentados da internet nos últimos tempos: os bebês reborn, bonecas hiper-realistas tratadas como filhos por adultos. Em vídeo publicado no Instagram — onde é seguida por mais de 1,4 milhão de pessoas — a jornalista fez duras críticas aos exageros e refletiu sobre o impacto simbólico e cultural desse tipo de comportamento.
Logo no início do vídeo, Ana Paula admitiu que sequer conhecia o fenômeno, até que foi abordada como se aquilo representasse um novo movimento feminino. A resposta da ex-apresentadora do MasterChef Brasil foi direta:
“Eu não tô nem aí se uma mulher adulta quer brincar de boneca, a não ser, é claro, que ela exija uma vaga do SUS pra essa boneca. Mas aí essa mulher já tá apresentando uma patologia e precisa de tratamento.”
A jornalista deixou claro que não condena o gosto pessoal, mas sim o limite ultrapassado quando a fantasia busca espaço na esfera pública. E aproveitou para reforçar:
“Nós não somos estúpidas a esse ponto, nem infantis a esse ponto.”
Mercado bilionário, mas ainda nichado
Ana Paula também chamou atenção para o crescimento do mercado de bebês reborn, que deve movimentar cerca de 1,8 bilhão de dólares em 2025. No entanto, ela ressalta que se trata de um nicho específico, assim como os cosméticos veganos, e que não deve ser usado para generalizar o comportamento feminino.
“A quem interessa ficar nos representando, a todas nós, mulheres, como um bando de idiotas infantilizadas que agora só se interessa pela fantasia dos livros de colorir ursinhos e de recém-nascidos de plástico?”, questionou.
Reflexão sobre identidade feminina
No encerramento do vídeo, Ana Paula lança uma provocação contundente:
“A quem interessa nos rotular de infantis, nos transformar em perturbadas mentais, incapazes, vítimas de movimentos radicais, incapazes de viver sem a proteção de um homem?”
Com isso, a jornalista transforma um assunto aparentemente inofensivo — o colecionismo ou afeto por bonecas — em uma crítica ao modo como certos discursos podem fragilizar a imagem da mulher adulta, autônoma e crítica. O vídeo gerou grande repercussão, com seguidores divididos entre o apoio à análise social e a defesa da liberdade de expressão afetiva por meio das bonecas reborn.