A 77ª edição do Emmy Awards, realizada na noite de domingo (14), foi marcada por um momento histórico. O jovem ator britânico Owen Cooper, de apenas 15 anos, se tornou o mais jovem vencedor masculino em qualquer categoria de atuação na história da premiação. Ele levou a estatueta de melhor ator coadjuvante em minissérie por seu trabalho aclamado e controverso na série da Netflix, Adolescence.

O recorde anterior pertencia a Scott Jacoby, que tinha 16 anos quando venceu em 1973. A vitória de Cooper coroa um ano de sucesso estrondoso para o ator e para a série, que se tornou um fenômeno global.

‘Eu não era nada há três anos, estou aqui agora’

Ao subir no palco do Peacock Theatre, em Los Angeles, o jovem ator estava visivelmente emocionado. Em seu discurso de aceitação, ele compartilhou uma mensagem inspiradora sobre superação e trabalho duro.

“Estar aqui em cima… nossa, isso é tão surreal”, disse Cooper. “Esta noite prova que, se você ouvir, se concentrar e sair do seu conforto, pode conquistar qualquer coisa na vida.” Com a voz embargada, ele refletiu sobre sua rápida ascensão: “Eu não era nada há três anos, estou aqui agora. Este prêmio pode ter meu nome, mas ele realmente pertence às pessoas por trás das câmeras e a todo o elenco.”

O fenômeno ‘Adolescence’

A vitória de Cooper é um reconhecimento de sua performance complexa como Jamie Miller, um adolescente assassino, na minissérie Adolescence. A produção da Netflix, lançada em março, se tornou a segunda série em língua inglesa mais assistida da história da plataforma, atrás apenas de Wandinha.

Filmada em longos planos-sequência, a série mergulha na mente de um jovem que é radicalizado pela internet, um tema que gerou uma intensa discussão global na chamada “manosfera”. Cooper, em entrevistas anteriores, demonstrou uma maturidade impressionante ao analisar a psicologia de seu personagem e as forças que o levaram a cometer um crime.

A construção de um personagem complexo

O ator revelou que a espontaneidade foi chave para construir a performance. Durante uma cena de terapia com a colega de elenco Erin Doherty, ele improvisou uma de suas falas mais marcantes. “Acho que quando eu disse: ‘Olhe para mim agora!’, isso não estava no roteiro”, contou. “Simplesmente surgiu na minha cabeça e eu pensei que era algo poderoso a se fazer.” Essa entrega e imersão no papel renderam a ele não apenas o respeito da crítica, mas agora, o prêmio máximo da televisão.

Mostrar menosContinuar lendo