Coringa: Delírio a Dois divide opiniões: fracasso ou obra subversiva?

A sequência de Coringa (2019), intitulada Delírio a Dois, tem gerado reações intensas e polarizadas desde seu lançamento. Com um orçamento significativo e um elenco de peso liderado por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, o filme era altamente aguardado, mas sua recepção crítica e comercial deixou muito a desejar. Agora, o ator Tim Dillon, que interpreta um pequeno papel como guarda no Asilo Arkham, criticou duramente o filme durante uma participação no podcast The Joe Rogan Experience.

Críticas de Tim Dillon

Dillon não poupou palavras, chamando o longa de “o pior filme já feito”. Segundo ele, a produção tentou se distanciar do tom sombrio do primeiro filme, que foi alvo de críticas por sua suposta glorificação da raiva masculina e do niilismo. Para Dillon, a sequência exagera no elemento musical e perde o fio narrativo.

“Eles têm Joaquin Phoenix e Lady Gaga sapateando a um ponto em que é insano”, afirmou o ator.

Ele também mencionou que, durante as filmagens, o elenco sentia que o filme estava condenado ao fracasso. “Estávamos conversando no almoço e dizíamos: ‘Qual é o enredo? Isso vai bombar, cara'”, relatou Dillon.

Um fracasso nas bilheterias e nas críticas

Os números não são favoráveis a Folie à Deux. O filme arrecadou US$ 38 milhões em seu fim de semana de estreia doméstica, uma queda acentuada em relação ao primeiro Joker. No segundo fim de semana, houve uma queda de 81% nas bilheterias. Embora tenha atingido US$ 205 milhões mundialmente, apenas US$ 60 milhões vieram do mercado interno.

No Rotten Tomatoes, a sequência registra uma baixa aprovação de 32%, e o público deu um D no CinemaScore, um indicativo de insatisfação generalizada.

Tarantino elogia o filme

Por outro lado, o cineasta Quentin Tarantino ofereceu uma visão mais positiva em sua aparição no podcast de Bret Easton Ellis. Tarantino admitiu ter se envolvido emocionalmente com o filme, elogiando suas sequências musicais e o tom ousado.

“Gostei muito das sequências musicais. Quanto mais banais as músicas fossem, melhores elas seriam”, comentou o diretor, destacando a natureza subversiva da obra.

Coringa: Delírio a Dois permanece uma obra polarizadora. Enquanto críticos como Tim Dillon condenam sua falta de coesão narrativa e tom exagerado, figuras como Tarantino destacam seu experimentalismo como um ponto forte. Seja como for, o filme certamente não passou despercebido.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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