A famosa e controversa obra de arte “Comediante”, do artista italiano Maurizio Cattelan, foi novamente alvo de um “ataque” de fome. Um visitante do museu Pompidou, em Metz, na França, simplesmente retirou a banana presa com fita adesiva da parede e a comeu. O item, avaliado em cerca de R$ 34 milhões, foi rapidamente substituído, como prevê o conceito da própria instalação.
O caso, que ocorreu na última semana, foi divulgado pelo museu, que é considerado o maior centro de arte moderna e contemporânea da Europa. Segundo a instituição, a equipe de segurança abordou o visitante de forma “calma” e, pouco tempo depois, uma nova banana já ocupava o lugar da que foi devorada, mantendo a integridade da obra.
A decepção do artista: “Não comeu a casca”
O criador da obra, Maurizio Cattelan, conhecido por suas criações satíricas e provocadoras, reagiu ao incidente com o bom humor esperado. Ele afirmou que sua única decepção foi o fato de o visitante não ter comido também a casca da banana e a fita adesiva, que também compõem a peça.
A resposta irônica do artista reforça a própria proposta da obra “Comediante”, que é uma crítica ao mercado de arte, à efemeridade e à forma como o valor é atribuído a objetos.
Não é a primeira vez que a obra é devorada
Esta não foi a primeira vez que a “banana mais cara do mundo” serviu de lanche. A obra já havia sido leiloada anteriormente por cerca de US$ 6,2 milhões (aproximadamente R$ 35,8 milhões). O comprador, o empresário do ramo de criptomoedas Justin Sun, convocou uma coletiva de imprensa em Hong Kong e, diante dos jornalistas, comeu a banana que havia acabado de comprar, em um gesto performático que viralizou mundialmente.
O ato de comer a fruta, portanto, já se tornou parte da história e da “performance” da obra de Cattelan. O novo incidente no museu francês apenas adiciona mais um capítulo à trajetória de uma das peças de arte mais polêmicas e comentadas do século XXI, que continua a gerar debates sobre os limites e o significado da arte contemporânea.