Barry Jenkins e o desafio do CGI em Mufasa: O Rei Leão

O premiado diretor Barry Jenkins está se aventurando em território inesperado com Mufasa: O Rei Leão, sequência de O Rei Leão (2019), que chega aos cinemas em 20 de dezembro. O cineasta, conhecido por trabalhos intimistas como Moonlight e Se a Rua Beale Falasse, falou sobre sua experiência com a tecnologia de animação fotorrealista, marcando sua estreia em um projeto totalmente CGI.

“Não é minha praia”: Jenkins e os limites do digital

Em entrevista à Vulture, Jenkins revelou suas hesitações iniciais sobre trabalhar em um filme totalmente digital. “Quando aceitei esse trabalho, pensei: ‘Por que eu?'”, disse ele, reconhecendo sua inexperiência com efeitos visuais. Ainda assim, foi a qualidade do roteiro que o convenceu a aceitar o projeto, após inicialmente planejar recusá-lo.

A transição para um ambiente digital apresentou desafios criativos. Jenkins destacou a ausência de elementos físicos no set, como figurinos e cenários, substituídos por estúdios de som vazios. “Quero trabalhar de outra forma novamente, onde tudo esteja fisicamente lá”, comentou, sublinhando sua preferência por cenários reais e interação direta com o ambiente.

Apesar disso, ele encontrou maneiras de imprimir sua visão autoral no filme. Jenkins buscou trazer uma textura mais orgânica às imagens, optando por tomadas longas e detalhes que, segundo ele, evitam a artificialidade comum ao CGI. Em um momento, ele pediu que uma cena fosse mantida com uma leve “imperfeição” causada pela simulação de um operador de câmera perdendo o equilíbrio, para adicionar realismo.

Um projeto pessoal, mas desafiador

Jenkins aceitou o filme em parte por razões pessoais, como a oportunidade de trabalhar em Los Angeles e desacelerar sua rotina de viagens, que o separava frequentemente de sua esposa, Lulu Wang. No entanto, o diretor admitiu que o processo de criação digital não reflete totalmente seu estilo artístico. “Sempre acredito que o que está aqui [fisicamente] é suficiente”, disse ele, enfatizando sua busca por criar imagens que transmitam emoção e autenticidade.

Mesmo assim, Jenkins encontrou no projeto uma chance de inovar dentro das limitações do CGI, trazendo sua sensibilidade narrativa para um universo visualmente desafiador.

Uma nova visão para o clássico

Com Mufasa: O Rei Leão, Barry Jenkins pretende unir o rigor técnico da animação fotorrealista com a profundidade emocional que caracteriza seu trabalho. O filme, que explora a origem de Mufasa, promete ser uma experiência visual e narrativa, marcada pela visão única do diretor.

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