Caso Kiara: Laudo confirma que bebê estava morta durante o velório em SC
Caso Kiara: O laudo cadavérico solicitado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) confirmou que a bebê Kiara, de 8 meses, estava sem sinais vitais durante seu velório, realizado no sábado (19) em Correia Pinto, na Serra Catarinense.
O documento, que é sigiloso por envolver uma menor de idade, foi divulgado na segunda-feira (21) pelo MP, que reafirmou a morte da criança, conforme atestado pelo hospital. O MP ainda aguarda outro laudo complementar para determinar a causa exata da morte e investigar possíveis falhas no atendimento inicial.
A situação chamou a atenção após familiares afirmarem que Kiara apresentava batimentos cardíacos e temperatura corporal normal enquanto era velada. Eles acionaram o Corpo de Bombeiros durante a cerimônia, alegando que a menina chegou a mexer a mão. Os bombeiros confirmaram a presença de batimentos fracos ao examinarem a criança, porém, testes realizados indicaram a ausência de outros sinais vitais, como pupilas não reagentes e edemas no pescoço e atrás das orelhas.
Especialistas explicam que, após a morte, podem ocorrer fenômenos como espasmos musculares e atividade residual no corpo, o que pode ser confundido com sinais de vida. Isso explicaria o relato dos familiares sobre os movimentos da bebê. Além disso, o laudo do MP sugere várias razões para a percepção de calor e as leituras de pulso e saturação durante o velório, embora a criança já estivesse sem vida desde as 3h da manhã, segundo o atestado de óbito.
Caso chocou população em SC
A funerária que conduziu o velório também relatou o movimento da mão da menina durante a cerimônia. Apesar disso, os bombeiros, após examinar a criança, constataram que não havia rigidez nas pernas, mas o estado das pupilas indicava a morte. Agora, o MP aguarda o resultado de um segundo exame, o anatomopatológico, que deve ser finalizado em até 30 dias, para determinar a causa exata da morte e avaliar se houve negligência médica no atendimento inicial.
O Caso Kiara despertou comoção na pequena cidade de Correia Pinto, que tem cerca de 15 mil habitantes. A confirmação do óbito e os detalhes do laudo trouxeram à tona a discussão sobre os sinais residuais que podem ocorrer após a morte e os cuidados necessários para evitar falsas percepções em situações semelhantes.
O Ministério Público reforçou que, apesar dos relatos da família e dos sinais observados pelos bombeiros, a criança já estava morta antes de ser retirada do velório para o hospital. O caso segue em investigação, aguardando o laudo final para esclarecer as circunstâncias do primeiro atendimento médico.