Com o tempo, o evento cresceu e se tornou o maior da América Latina, mas parece que a BGS segue em frente mais pela força do seu nome e pelo que representou no passado do que, de fato, por trazer grandes novidades.
A Brasil Game Show, ou BGS, como é popularmente conhecida, teve sua origem em 2009 com a proposta de apresentar as principais novidades da indústria de jogos, exibindo lançamentos e títulos inéditos em primeira mão para o público.
Quando falo em “novidades”, não me refiro apenas a acessórios ou PCs gamers de última geração, nem a jogos que ainda serão lançados, mas também de experiências imersivas que acompanhem as tendências do mercado — como simuladores super-realistas e conteúdos voltados à inteligência artificial, que são o tema do momento no mercado tech.
O que presenciei na BGS 2025 foi uma mistura de estandes nada interessantes, o que apenas reforça a sensação de que o evento vem perdendo sua essência e seu poder de atrair o público.
Tudo na edição deste ano precisa ser repensado — tudo mesmo. Os brindes foram fraquíssimos, as filas nos estandes eram enormes, os balcões de informação estavam mal localizados e, o pior de tudo: decidiram realizar a edição de 2025 no Anhembi, um espaço pequeno que simboliza o quanto a BGS vem diminuindo e perdendo força nos últimos tempos.
Como em todas as edições, a BGS 2025 contou com a presença de convidados internacionais, entre eles Naoki Hamaguchi (Final Fantasy VII) e Hideo Kojima (Metal Gear). Este último causou um grande alvoroço no sábado (11) e evidenciou a falta de organização do evento: centenas de pessoas esperaram por horas sem conseguir uma pulseira para tirar foto com o criador japonês.
Estandes como os da TCL, Nintendo, Samsung e Konami foram um verdadeiro oásis de qualidade em meio a tantas atrações irrelevantes. A Samsung apresentou suas novas tecnologias — com destaque para as TVs QLED voltadas ao Mundial de 2026 —, enquanto a Konami apostou no eFootball como principal atração.
A BGS precisa se reinventar — e com urgência. As próximas edições dirão muito sobre o que o evento realmente quer transmitir ao público e qual é o seu foco, especialmente agora que a concorrência vem crescendo, com a Gamescom ganhando cada vez mais força. A verdade é uma só: ou a BGS se reestrutura e evolui, ou acabará virando apenas parte da história.
Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.