A tensa batalha judicial entre as estrelas de Hollywood Blake Lively e Justin Baldoni ganhou um novo e contundente capítulo nesta quinta-feira, 5 de junho. Em uma declaração pública enviada à revista Us Weekly, Lively contra-atacou as manobras legais do ator e diretor, acusando-o de hipocrisia e de tentar minar leis de proteção às mulheres, em um caso que se desenrola sob a irônica sombra de seu trabalho conjunto no filme “É Assim que Acaba”, uma adaptação do aclamado romance de Colleen Hoover sobre violência doméstica.

O “exército” de apoiadores e a tentativa de silenciamento no tribunal

O estopim para a nova declaração de Lively foi a tentativa da equipe jurídica de Baldoni de contestar a participação de diversas organizações de direitos das mulheres como amicus curiae (amigos da corte) no processo. Este recurso legal permite que terceiros com expertise em um assunto forneçam informações e argumentos para auxiliar o tribunal.

Um total de 18 organizações, incluindo a histórica e influente Organização Nacional para Mulheres (NOW), fundada em 1966, submeteram quatro relatórios diferentes em apoio a Lively. A atriz destacou a importância deste movimento: “Dezoito organizações dedicadas aos direitos das mulheres, direitos das crianças e contra a violência doméstica reforçaram quatro relatórios amicus curiae diferentes. Todas unidas contra a tentativa de Justin Baldoni de desmantelar uma lei criada para proteger as mulheres que falam sobre a violência — simplesmente para se proteger”, afirmou.

Lively acusa Baldoni de hipocrisia e de usar táticas “DARVO”

O ponto mais incisivo da declaração de Lively foi a acusação de que a postura de Baldoni no tribunal contradiz diretamente a persona pública que ele cultivou por anos como um aliado feminista. “Em vez de defender seu caso com argumentos, [Baldoni] está contradizendo anos de sua persona pública — abandonando a mensagem #MeToo de seus podcasts, TED Talks e entrevistas, onde ele uma vez pediu aos homens para ‘ouvirem as mulheres em suas vidas, segurarem a angústia e acreditarem nelas, mesmo que elas estejam falando algo contra você'”, criticou a atriz, citando as próprias palavras do cineasta.

Baldoni é conhecido por seu trabalho sobre masculinidade tóxica, incluindo seu popular TED Talk “Por que eu cansei de tentar ser ‘homem o suficiente'” e seu projeto “Man Enough”. Lively também acusou a equipe de Baldoni de empregar “táticas DARVO”, um acrônimo em inglês para “Negar, Atacar e Reverter Vítima e Ofensor”. Este conceito psicológico descreve a atitude de agressores que, ao serem confrontados, negam as acusações, atacam a credibilidade da vítima e se posicionam eles mesmos como os verdadeiros ofendidos. “Essas mulheres e organizações estão alertando para as táticas DARVO e os efeitos assustadores que elas podem ter muito além deste caso”, completou Lively.

O histórico do processo e o que está por vir

A disputa legal teve início em dezembro de 2024, quando Blake Lively acusou formalmente Justin Baldoni, que a dirigiu e com quem contracenou em “É Assim que Acaba” (2024), de assédio e de promover um ambiente de trabalho tóxico durante as filmagens. Baldoni negou veementemente as alegações e entrou com um processo de contra-ataque, acusando Lively e seu marido, o ator Ryan Reynolds, de orquestrarem uma campanha difamatória para destruir sua carreira.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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