A edição de 2025 do Festival de Cannes começou sob novas regras para o tapete vermelho — e a primeira a sentir os efeitos foi Halle Berry. Durante a coletiva de imprensa do júri nesta segunda-feira (12), a atriz revelou que precisou trocar seu figurino de última hora por conta das mudanças impostas pela organização do evento. O motivo? Seu vestido original, assinado pelo designer Gupta, tinha uma cauda considerada “grande demais”.
“Não vou quebrar as regras”, disse Berry, resignada. “A parte da nudez também é provavelmente uma boa regra.”
A atriz norte-americana faz parte do júri da competição oficial deste ano, ao lado de nomes como Jeremy Strong (Succession), Payal Kapadia (All We Imagine as Light), Hong Sangsoo, Alba Rohrwacher, Leïla Slimani, Dieudo Hamadi e Carlos Reygadas. A presidência do júri está nas mãos da veterana Juliette Binoche.
Tapete sob controle
As novas normas divulgadas por Cannes têm como objetivo, segundo o festival, garantir o bom funcionamento logístico do evento e o respeito à legislação francesa. Em comunicado oficial, a direção destacou que o regulamento apenas “explicitou regras que já estavam em vigor há muito tempo”.
Entre as proibições, estão a nudez total — ainda que parcial ou artística — e roupas que possam atrapalhar o fluxo de convidados, como vestidos com caudas longas ou peças “excessivamente volumosas”. Cannes reforça que se reserva o direito de barrar o acesso de qualquer pessoa cujo traje comprometa a circulação ou a disposição dos assentos nas salas.
Um festival mais formal?
A decisão acende um debate sobre até que ponto a moda pode ou deve ser controlada em eventos de prestígio. Cannes, historicamente, é conhecido por seu tapete vermelho glamouroso, onde estilistas disputam atenção com vestidos de alto impacto visual. A imposição de limites — tanto de volume quanto de exposição do corpo — pode marcar uma mudança de tom no evento, priorizando a elegância contida em detrimento da ousadia criativa.
Ainda assim, Berry parece ter levado o veto com esportiva. Ao comentar sobre a regra contra nudez, limitou-se a dizer: “É provavelmente uma boa regra”.
