Josh Brolin critica streaming por ter 'toda a mesma m' e elogia originalidade de A Hora do Mal
O ator indicado ao Oscar, Josh Brolin, de 57 anos, fez uma crítica contundente e sem papas na língua ao estado atual do conteúdo oferecido pelos serviços de streaming. Em uma nova entrevista, ele lamentou a falta de originalidade e afirmou que seu novo filme de terror, Weapons, é a solução para a "mesmice" que domina as plataformas. "Você está assistindo a filmes em qualquer serviço de streaming e pensa: 'Prra, por que isso é tão chato, cara? Por quê?' [...] É toda a mesma m", disparou o astro.
A declaração foi dada ao site Collider, durante a divulgação de seu novo filme, dirigido por Zach Cregger, o mesmo cineasta do aclamado Noites Brutais (Barbarian). Para Brolin, a ousadia do novo longa é o que falta no entretenimento hoje.
A "solução" no terror de Zach Cregger
"Você procura ótimos cineastas e espera que apareça outro bom cineasta por aí", disse Brolin, sobre sua busca por projetos originais. Ele elogiou a forma como Weapons subverte o gênero. "E aí alguém não só pega o gênero de terror, mas mexe com ele e faz algo beirando o absurdo, e é meio engraçado, então te deixa desequilibrado o suficiente para que ele tenha um impacto emocional, no final das contas."
O filme, que (de forma fictícia) foi um sucesso de crítica e bilheteria, com uma estreia de US$ 42,5 milhões, conta a história de uma cidade em caos após o desaparecimento misterioso de um grupo de crianças.
O eco do diretor: a falta de filmes para adultos
A visão de Josh Brolin é compartilhada pelo diretor do filme. Zach Cregger já havia declarado que "o terror é uma das poucas saídas para a verdadeira criatividade em grande escala atualmente". Em uma crítica ao domínio dos filmes de super-heróis ("pessoas de meia-calça por US$ 200 milhões"), ele lamentou a falta de espaço para projetos de risco.
"Gostaria muito que pudéssemos ter comédias estranhas, ousadas e divertidas de volta nos cinemas. Ou produções dramáticas para adultos", disse o diretor.
As falas de Josh Brolin e Zach Cregger, juntas, formam uma crítica poderosa ao atual modelo de produção de Hollywood, tanto nos cinemas quanto no streaming. O sucesso de um filme como Weapons serve como argumento de que, apesar da aparente preferência da indústria por fórmulas seguras, o público ainda está faminto por histórias originais, ousadas e, acima de tudo, que não sejam "a mesma m*".
Simon Pegg descreve filme 'Star Trek' de Quentin Tarantino como 'loucura total'
O ator Simon Pegg, que interpretou o engenheiro Scotty na trilogia de filmes de Star Trek produzida por J.J. Abrams, jogou nova luz sobre um dos mais lendários projetos engavetados de Hollywood: o filme da franquia que seria dirigido por Quentin Tarantino. Em um painel na Fan Expo Boston, no último sábado (9), Pegg descreveu o roteiro como uma "loucura total" e exatamente o que se esperaria de uma incursão do diretor de Pulp Fiction no universo da Frota Estelar.
"Isso foi o que chamamos no meio artístico de loucura total", disse o ator, segundo o site Collider. "Era tudo o que se esperaria de um roteiro de 'Star Trek' de Quentin Tarantino."
Um filme de gângster no espaço
O projeto, anunciado no final de 2017, teria roteiro de Mark L. Smith (O Regresso) e seria baseado em uma ideia do próprio Tarantino. A trama se passaria em um planeta cuja cultura seria modelada na dos gângsteres da década de 1930 nos Estados Unidos, uma inspiração direta do episódio "A Piece of the Action", da série original dos anos 60.
A dúvida sobre a recepção dos fãs
Pegg, um fã declarado de cultura pop, confessou que adoraria ter visto o resultado final, mas ponderou sobre como a visão autoral de Tarantino seria recebida pelos "trekkers", a devotada base de fãs da franquia.
"Acho que teria sido uma curiosidade incrível ver 'Star Trek' pelas lentes dele", acrescentou. "Não sei como teria sido recebido pelos fãs, mas certamente teria sido algo interessante."
Por que o filme nunca aconteceu?
Apesar do entusiasmo inicial da Paramount e de J.J. Abrams, o filme acabou não saindo do papel. O roteirista Mark L. Smith já havia revelado em 2023 o principal obstáculo: a própria filosofia de carreira de Tarantino. O diretor, que afirma que irá se aposentar após seu décimo filme, ficou receoso de que Star Trek pudesse ser sua obra final.
"Lembro que estávamos conversando e ele disse: 'Se eu conseguir entender a ideia de que 'Star Trek' pode ser meu último filme... É assim que eu quero terminar?'", contou Smith na época. "Acho que esse foi o problema que ele nunca conseguiu superar, então o roteiro ainda está lá na mesa dele."
A declaração de Simon Pegg reacende a imaginação dos fãs sobre o que poderia ter sido um dos crossovers mais inusitados da história do cinema. Embora o projeto permaneça na gaveta, a descrição de "loucura total" garante que o Star Trek de Tarantino viverá para sempre como um dos grandes "e se" de Hollywood.
'Shrek 5' é adiado para 2027 para evitar concorrência com 'Vingadores' e 'Duna'
A volta do ogro mais amado do cinema vai demorar um pouco mais. A Universal e a DreamWorks Animation anunciaram o adiamento da estreia de Shrek 5, que foi remarcado de 23 de dezembro de 2026 para 30 de junho de 2027. A mudança estratégica de seis meses tira o filme de uma das janelas mais competitivas dos últimos anos e o posiciona como um grande lançamento de verão no hemisfério norte.
A decisão de adiar o longa é uma clara manobra para fugir da concorrência pesada que se formou no final de 2026. O filme iria estrear poucos dias depois de três blockbusters gigantescos: Vingadores: Apocalipse, Duna: Parte III e A Era do Gelo 6, todos programados para 18 de dezembro de 2026. Com a nova data, Shrek 5 ganha espaço para dominar as bilheterias sem dividir a atenção do público.
Zendaya se junta à família de ogros
Além da nova data, uma novidade de peso no elenco foi confirmada. A atriz e cantora Zendaya, uma das maiores estrelas da atualidade, se juntará ao elenco de voz original como a filha (provavelmente adolescente) de Shrek e Fiona.
Ela se une ao trio original que retorna para a nova aventura: Mike Myers (Shrek), Eddie Murphy (Burro) e Cameron Diaz (Fiona).
O retorno a Tão Tão Distante
Shrek 5 marca o primeiro filme da saga principal em 17 anos, desde o lançamento de Shrek Para Sempre, em 2010. A franquia, baseada no livro de William Steig, se tornou um fenômeno cultural no início dos anos 2000, com o primeiro filme de 2001 ganhando o Oscar de Melhor Animação e sendo aclamado por sua abordagem satírica e bem-humorada dos contos de fadas.
A direção do novo filme está em mãos experientes. Os veteranos da franquia, Walt Dohrn e Conrad Vernon, retornam ao comando, com a codireção de Brad Ableson, de Minions 2: A Origem de Gru. A volta da equipe criativa original e do elenco principal, agora reforçado por um nome como Zendaya, sinaliza a grande aposta da DreamWorks em revitalizar uma de suas propriedades intelectuais mais queridas e bem-sucedidas.
Final explicado de 'A Hora do Mal': entenda o mistério das crianças desaparecidas
Atenção: este texto contém spoilers massivos do filme A Hora do Mal (Weapons).
O novo filme de terror do diretor Zach Cregger (Noites Brutais), A Hora do Mal, chegou aos cinemas com um mistério central assustador: o que aconteceu com uma turma de crianças que desapareceram de suas camas, todas exatamente às 2h17 da manhã? Se você está curioso sobre a trama, mas com muito medo de assistir, ou se saiu do cinema com dúvidas, nós explicamos o final chocante.
O filme, estrelado por Josh Brolin e Julia Garner, se tornou um sucesso de crítica e público, em grande parte por sua reviravolta surpreendente.
O mistério das 2h17
A trama acompanha a professora Justine Gandy (Julia Garner), que se torna a principal suspeita dos pais da cidade após todos os seus alunos desaparecerem em uma única noite — todos, exceto um garoto chamado Alex. Um dos pais mais desesperados, Archer Graff (Josh Brolin), começa a investigar o caso por conta própria, convencido de que a professora está escondendo algo.
A tia Gladys e a revelação da bruxaria
A grande reviravolta do filme é que a responsável pelo sumiço não é a professora, mas sim a tia-avó de Alex, a frágil e doente Gladys (Amy Madigan). Ela, na verdade, é uma bruxa poderosa que está usando magia macabra para se curar.
Primeiro, ela lança um feitiço nos pais de Alex, deixando-os mudos e imóveis, enquanto ela se alimenta de sua energia vital. Em seguida, ela convence o pequeno Alex a roubar itens pessoais de seus colegas (crachás da escola). Usando os objetos, ela lança um feitiço que faz com que todas as outras crianças da turma marchem até a casa de Alex e fiquem presas no porão, onde ela também passa a se alimentar de sua energia para rejuvenescer.
O título do filme, A Hora do Mal (Weapons, ou "Armas" em inglês), se refere a outro poder de Gladys: ela consegue fazer uma lavagem cerebral em pessoas, transformando-as em "armas" com a única missão de encontrar e matar um alvo.
O confronto final e a vingança das crianças
O clímax acontece quando Gladys transforma o diretor da escola em uma "arma" para matar Justine. Archer a salva, e os dois se unem, descobrindo que as pistas levam à casa de Alex. Lá, eles enfrentam outros adultos enfeitiçados.
Quando tudo parece perdido, com Archer também sendo enfeitiçado para matar Justine e os pais de Alex prestes a matar o próprio filho, o pequeno Alex tem uma ideia genial: ele usa os pertences dos colegas para criar um novo feitiço, transformando as 17 crianças presas no porão em "armas" com a missão de matar a bruxa Gladys.
A bruxa, então, é perseguida por um exército de crianças determinadas, que a alcançam e a desmembram de forma brutal. Com a morte dela, todos os seus feitiços são quebrados.
O amargo final feliz
O final do filme é agridoce. Os pais de Alex, traumatizados, são internados em uma instituição. O próprio Alex vai morar com uma tia. As outras crianças são devolvidas às suas famílias, mas o trauma é tão profundo que, segundo a narração, algumas delas só voltaram a falar recentemente, mostrando as cicatrizes permanentes deixadas pela bruxa.
Terror 'A Hora do Mal' surpreende e lidera bilheterias com US$ 42,5 milhões
O terror original A Hora do Mal (Weapons) superou todas as expectativas e estreou no topo das bilheterias norte-americanas com uma arrecadação impressionante de US$ 42,5 milhões. Em um fim de semana vitorioso para filmes de gêneros não-heróicos, a comédia da Disney Sexta-Feira Mais Freak também teve um desempenho excelente, ficando em segundo lugar com US$ 29 milhões. Juntos, os dois lançamentos dominaram o mercado e empurraram o blockbuster de super-heróis Quarteto Fantástico para a terceira posição.
A estreia global de A Hora do Mal chegou a US$ 70 milhões, um resultado notável para uma história original e mais uma vitória para o estúdio New Line, da Warner Bros., e para o diretor Zach Cregger, que já havia surpreendido a indústria em 2022 com o aclamado Noites Brutais.
O sucesso do terror e da comédia
O sucesso de A Hora do Mal foi impulsionado por uma recepção espetacular. O filme conquistou uma rara nota "A-" do público no CinemaScore — algo quase inédito para o gênero de terror — e uma aprovação de 96% da crítica no Rotten Tomatoes. Estrelado por Josh Brolin e Julia Garner, o longa de mistério sobre o desaparecimento de crianças atraiu o público com uma campanha de marketing elogiada por não revelar a grande reviravolta da trama.
Sexta-Feira Mais Freak, por sua vez, provou a força da nostalgia e das comédias de estúdio. Reunindo as estrelas do original, Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, a sequência conquistou uma nota máxima "A" no CinemaScore. Com um orçamento modesto de US$ 45 milhões, o filme praticamente se pagou em seu fim de semana de estreia, com uma arrecadação global de US$ 44,5 milhões.
A queda dos super-heróis
Enquanto os novos filmes celebravam, os super-heróis enfrentaram um fim de semana difícil. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, da Marvel, sofreu uma queda acentuada de 60% em sua segunda semana, arrecadando apenas US$ 15,5 milhões e levando seu total doméstico a um número considerado "problemático" de US$ 240,3 milhões.
Superman, em sua quinta semana, ficou em sexto lugar, com US$ 7,8 milhões, e agora soma US$ 578,8 milhões globalmente. A performance de ambos os filmes, com arrecadação maior nos EUA do que no exterior, contraria a tendência de blockbusters e reforça a tese de uma "fadiga de heróis" no mercado internacional.
A força dos veteranos
Ainda no Top 10, outros grandes sucessos do verão continuam a mostrar força. Jurassic World Rebirth está prestes a cruzar a incrível marca de US$ 800 milhões globais. O fenômeno F1: O Filme também segue firme, com uma arrecadação mundial de US$ 570,7 milhões, quase empatando com Superman.
Macaulay Culkin revela por que prefere 'Esqueceram de Mim 2'
O ator Macaulay Culkin, de 44 anos, encerrou de uma vez por todas o debate sobre qual filme da franquia Esqueceram de Mim é o melhor, e sua resposta foi tão honesta quanto hilária. Em uma nova entrevista, a eterna estrela infantil declarou que sua preferência pela sequência de 1992, Perdido em Nova York, tem um motivo muito simples: "Me pagaram mais".
A declaração, feita no popular programa do YouTube "Hot Ones", mostra o característico bom humor e a sinceridade desarmante com que Culkin lida com seu legado. Ele chegou a detalhar o acordo que fez para o segundo filme. "Acho que tenho 5% do lucro líquido e também 15% do merchandising", revelou. "Então, se você comprar um Talkboy, eu fico tipo: 'Sim, eu pego 15% disso, muito obrigado!'", brincou, incentivando o público a comprar o icônico gravador do filme no Natal.
"Peguem leve com as crianças"
Na mesma semana, o ator, que hoje é pai de dois filhos, também usou sua plataforma para um apelo mais sério: a defesa de outras estrelas infantis. Em antecipação a um novo documentário sobre ex-atores mirins problemáticos, intitulado "Hollywood Demons", Culkin publicou uma mensagem direta aos produtores em seu Instagram.
"Querida ID [Investigation Discovery], por favor, peguem leve com as crianças. Todos nós já passamos por poucas e boas", escreveu. "Ninguém quer se sentir explorado. Não peguem pesado. Com amor, Macaulay Culkin." O gesto foi visto como um ato de proteção e empatia de alguém que entende como ninguém as pressões da fama na infância.
O legado de Kevin McCallister
Casado com a também ex-atriz mirim Brenda Song, Culkin hoje tem uma relação pacífica com o papel que o transformou em um dos maiores astros infantis da história. Ele, que recentemente atuou na série (fictícia) Fallout, continua abraçando o legado de Kevin McCallister. Na última temporada de festas, ele promoveu uma turnê especial de exibição do clássico natalino.
A nova entrevista do ator mostra um artista que encontrou um equilíbrio perfeito entre o humor ácido para lidar com o passado e a seriedade para defender uma causa que conhece de perto. Ele pode preferir o segundo filme pelo dinheiro, mas seu maior legado, hoje, parece ser o de um guardião para as novas gerações de talentos infantis.
Dave Bautista se junta a Henry Cavill no reboot de 'Highlander' como o vilão Kurgan, diz site
O aguardado reboot de Highlander pode ter encontrado seu vilão. De acordo com o site norte-americano Deadline, o ator Dave Bautista (Guardiões da Galáxia, Duna) está cotado para interpretar o brutal e icônico antagonista Kurgan. Se confirmado, ele irá estrelar ao lado de Henry Cavill, que fará o papel do protagonista, o imortal Connor MacLeod.
A produção, que será dirigida por Chad Stahelski, o mestre da ação por trás da franquia John Wick, é um dos reboots mais esperados de Hollywood. A possível escalação de Bautista para o papel do vilão eleva ainda mais a expectativa para um embate épico entre os dois astros.
Um rumor de 10 anos que se torna realidade?
Curiosamente, os rumores de que Dave Bautista estaria em negociações para o papel de Kurgan não são novos. A especulação circula na internet desde 2015, há exatos 10 anos, quando o projeto ainda estava nas mãos de outro diretor.
Não está claro se o ator esteve de fato em negociações durante todo esse tempo ou se os novos cineastas se inspiraram nos antigos rumores para finalmente considerá-lo para o papel. De qualquer forma, a notícia foi celebrada pelos fãs, que veem em Bautista a presença física e a intensidade necessárias para dar vida ao vilão.
O legado do Kurgan original
No filme original de 1986, um clássico cult, o Kurgan foi interpretado de forma memorável e ameaçadora pelo ator Clancy Brown. Ele é o principal antagonista da história, um guerreiro imortal e sádico que caça outros imortais ao longo dos séculos para absorver seus poderes, em uma rota de colisão inevitável com o herói, Connor MacLeod.
Um elenco de peso para um clássico cult
Com a direção de Chad Stahelski, a promessa é de um filme com sequências de ação inovadoras e brutais, fiéis ao espírito dos duelos de espada do original. Além de Henry Cavill como o protagonista, rumores também apontam que o ator Russell Crowe pode se juntar ao elenco, potencialmente no papel de Ramirez, o mentor de MacLeod, que foi interpretado por Sean Connery no filme de 1986.
O reboot de Highlander, que está sendo desenvolvido pela Amazon, ainda não tem uma data de lançamento definida. A combinação de um diretor especialista em ação, um protagonista do calibre de Henry Cavill e, agora, a possível adição de Dave Bautista como o vilão, posiciona o projeto como uma das produções mais promissoras do gênero nos próximos anos.
Dubladores da Índia perdem trabalhos para IA e temem clonagem de voz sem consentimento
Enquanto os atores de Hollywood conquistaram proteções contra o uso indiscriminado da inteligência artificial (IA) após as greves históricas de 2023, seus colegas na Índia já sentem na pele os efeitos da tecnologia. Profissionais da indústria de dublagem e locução do país relatam que trabalhos já começaram a desaparecer, substituídos por IA, e agora enfrentam uma nova e assustadora ameaça: a clonagem de suas vozes para uso sem consentimento ou remuneração justa.
A situação acendeu um alerta no setor, que, por ser majoritariamente composto por freelancers, se encontra em uma posição vulnerável. A Associação de Dubladores da Índia (AVA) tem se mobilizado para conscientizar seus cerca de 20.000 membros sobre os riscos e a necessidade de se protegerem.
O avanço silencioso da IA
Atualmente, a IA ainda não consegue replicar perfeitamente a emoção e a nuance de uma dublagem dramática. No entanto, ela já se tornou perfeitamente funcional para trabalhos de narração mais simples, como vídeos corporativos, infomerciais e comerciais de TV — um mercado que servia como importante complemento de renda para muitos profissionais.
"Se antes um dublador fazia de 15 a 20 projetos por mês, agora caiu para talvez seis ou sete", afirma Amarinder Singh Sodhi, Secretário-Geral da AVA e a voz hindi de personagens como o Gavião Arqueiro. Segundo ele, o impacto é ainda maior para os artistas mais velhos, que não têm como mudar de profissão facilmente.
"Sua voz é sua propriedade intelectual"
Diante do avanço da tecnologia, a AVA iniciou uma campanha de educação. "Nossa regra básica é que, antes mesmo de ir para uma audição, faça perguntas — pergunte para que exatamente você está fazendo essa audição", diz Sodhi. O objetivo é evitar que os artistas gravem "roteiros aleatórios" que, na verdade, servem apenas para alimentar e treinar modelos de IA com suas vozes.
A dubladora Rakhee Sharma levanta a questão ética. "Amanhã, se alguém me enviar um trecho de um discurso de ódio com a minha voz, ficarei horrorizada, porque não apoio. A voz faz parte da nossa personalidade. É a nossa identidade", defende.
A clonagem de voz e os dilemas éticos
A tecnologia mais recente e preocupante é a clonagem de voz, uma espécie de "deep fake" de áudio. Ela permite que a "textura" da voz de um grande astro de cinema seja aplicada sobre a "atuação" de um dublador profissional. O resultado é que um ator de Bollywood que fala hindi pode, por exemplo, ter seus filmes lançados em outras línguas indianas com sua própria voz, e não a de um dublador.
Embora a técnica ainda exija a performance de um dublador habilidoso para servir de base, os profissionais temem que isso leve a uma precarização do trabalho, com os estúdios argumentando que devem pagar menos, já que a voz final não será a do dublador.
Diferente dos EUA, onde o sindicato SAG-AFTRA conseguiu acordos que regulam o uso de IA, na Índia ainda não há leis ou intervenção do governo. "Precisamos de algo como [a negociação coletiva do SAG-AFTRA]", afirma o dublador Ankur Javeri, a voz de Goku em hindi. A batalha dos profissionais de voz da Índia contra a IA está apenas começando, e o resultado definirá o futuro de toda uma indústria.
James Cameron diz que faz filmes de 'Avatar' para 'fazer o bem', e não por dinheiro
O cineasta James Cameron, diretor dos dois filmes de maior bilheteria de sua geração, afirmou em uma nova entrevista que sua motivação para dedicar as últimas duas décadas de sua carreira à franquia Avatar não é o lucro, mas sim a esperança de "fazer algum bem ao mundo". Em uma conversa filosófica com a revista Rolling Stone, o lendário diretor descreveu a saga como um "cavalo de Troia" para entregar mensagens sobre a conexão da humanidade com a natureza.
"Eu justifiquei fazer filmes de 'Avatar' para mim mesmo nos últimos 20 anos, não com base em quanto dinheiro ganhamos, mas com base na esperança de que isso possa fazer algum bem", declarou Cameron. "Pode nos ajudar a nos conectar. Pode nos ajudar a nos conectar com o nosso lado perdido de nós mesmos, que se conecta com a natureza e a respeita."
A estratégia do "cavalo de Troia"
Apesar de seu otimismo, o diretor reconhece os limites do cinema. "Se eu acho que os filmes são a resposta para os nossos problemas humanos? Não", ponderou. "Acho que ‘Avatar’ é uma estratégia de cavalo de Troia que te leva a uma peça de entretenimento, mas que, de certa forma, trabalha seu cérebro e seu coração."
O compromisso com Pandora
O compromisso de Cameron com o universo que ele criou é total. Seu último filme fora da franquia foi Titanic, em 1997. Questionado sobre essa dedicação a um único universo, ele se compara a outros grandes criadores. "Por que [George] Lucas continuou trabalhando na mesma coisa [Star Wars]? Por que [Gene] Roddenberry continuou trabalhando na mesma coisa [Star Trek]?", questionou. "Porque quando você se conecta com as pessoas, por que desperdiçar isso?".
Aos 70 anos, ele garante que se sente saudável e com vigor para dirigir os próximos dois filmes da saga, Avatar 4 e Avatar 5, previstos para 2029 e 2031. "Estou saudável, estou pronto para ir. [...] Se conseguir, farei", afirmou.
A contagem regressiva para 'Fogo e Cinzas'
Enquanto planeja o futuro distante, o foco imediato do diretor está na pós-produção do terceiro filme, Avatar: Fogo e Cinzas, que tem estreia marcada para 19 de dezembro deste ano. A expectativa para o longa é altíssima, já que os dois primeiros filmes da franquia ocupam o primeiro e o terceiro lugar no ranking das maiores bilheterias de todos os tempos.
A declaração de James Cameron mostra que, para ele, o sucesso financeiro avassalador de Avatar é o que viabiliza sua verdadeira missão: usar o espetáculo visual de Pandora para fazer o público refletir sobre o nosso próprio planeta.
James Cameron, diretor de 'O Exterminador do Futuro', alerta para risco de 'apocalipse' com IA
Quarenta anos depois de ter aterrorizado o mundo com a ideia de uma inteligência artificial genocida em O Exterminador do Futuro, o diretor James Cameron está soando o alarme novamente. Em uma nova entrevista à revista Rolling Stone, o lendário cineasta afirmou que a humanidade enfrenta três grandes "ameaças existenciais" simultâneas, e que o perigo de um "apocalipse ao estilo do Exterminador do Futuro" é mais real do que nunca.
"Eu acho que ainda existe o perigo de um apocalipse ao estilo do Exterminador do Futuro, em que você junta IA a sistemas de armas, até mesmo ao nível de sistemas de armas nucleares", alertou o diretor, apontando para o risco de delegar decisões críticas a uma superinteligência.
O perigo dos sistemas de armas autônomos
Cameron, vencedor do Oscar, explicou que a velocidade da guerra moderna, com "janelas de decisão tão curtas", torna o uso de IA em sistemas de defesa quase inevitável. E, para ele, é aí que mora o perigo. "Seria necessária uma superinteligência para conseguir processar tudo, e talvez sejamos inteligentes e mantenhamos um humano informado. Mas os humanos são falíveis, e muitos erros foram cometidos que nos colocaram à beira de incidentes [...] que poderiam ter levado a uma guerra nuclear", argumentou.
"Eu avisei vocês em 1984!"
Esta não é a primeira vez que o diretor de Titanic e Avatar fala sobre o assunto. Em declarações anteriores, ele chegou a brincar com a situação: "Eu avisei vocês em 1984! E vocês não ouviram", disse, em referência ao ano de lançamento de seu clássico, que mostrava a IA Skynet se tornando autoconsciente e tentando exterminar a humanidade.
Na nova entrevista, ele listou as três maiores ameaças que, segundo ele, estão atingindo seu ápice ao mesmo tempo: a crise climática, as armas nucleares e a superinteligência artificial. "Talvez a superinteligência seja a resposta. Não sei. Não estou prevendo isso, mas pode ser", ponderou, deixando uma pequena janela de esperança.
O recado em 'Avatar 3'
A preocupação de Cameron com o tema deve se refletir em seu próximo filme, Avatar: Fogo e Cinzas, que estreia em 19 de dezembro deste ano. Segundo a imprensa internacional, o longa deve abrir com uma legenda anti-IA, deixando clara a posição do cineasta.