Scarlett Johansson afirma que Vingadores: Ultimato foi esnobado no Oscar: 'Como não foi indicado?'
Scarlett Johansson diz que Vingadores: Ultimato merecia mais reconhecimento no Oscar e descarta retorno ao MCU
Scarlett Johansson acredita que Vingadores: Ultimato foi injustiçado pela Academia. Em entrevista de capa à Vanity Fair de junho, a atriz criticou a ausência do filme entre os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2020. Para ela, a produção da Marvel era grandiosa demais para ser ignorada.
“Como esse filme não foi indicado ao Oscar?”, questionou Johansson. “Era um filme impossível que não deveria ter dado certo, mas que realmente funciona como filme.”
Lançado em 2019, Ultimato arrecadou impressionantes US$ 2,79 bilhões nas bilheteiras, tornando-se o segundo filme de maior bilheteria da história, atrás apenas de Avatar. Apesar disso, no Oscar de 2020 o longa recebeu apenas uma indicação, na categoria de Melhores Efeitos Visuais.
Fim de uma era para Natasha Romanoff
Johansson também aproveitou a entrevista para deixar claro, mais uma vez, que não pretende voltar ao papel da espiã Natasha Romanoff, a Viúva Negra, morta em Ultimato.
“Seria muito difícil entender em que sentido isso faria sentido para mim”, declarou. “A história dela está completa. Não quero mexer com isso.”
Embora a personagem tenha tido um filme solo em 2021, Viúva Negra, a atriz já vinha reforçando que aquele seria seu último adeus ao MCU.
“Natasha está morta. Ela está morta. Ela está morta. Certo?”, repetiu à InStyle em março. “Ela salvou o mundo. Deixe-a ter seu momento de heroína.”
Do Homem de Ferro a Thanos: a trajetória de uma Vingadora
Scarlett estreou no MCU em Homem de Ferro 2 (2010) e se tornou uma das figuras centrais do universo cinematográfico da Marvel, integrando os Vingadores originais ao lado de Robert Downey Jr., Chris Evans e outros. Ao longo de mais de uma década, construiu uma das personagens mais queridas do público.
Com o encerramento de sua trajetória como Viúva Negra e o fim da saga do Infinito, Johansson agora se dedica a novos projetos, como Eleanor, a Grande, seu próximo trabalho como diretora.
Novo trailer de Superman revela tom heroico e emocional da nova era DC sob James Gunn
James Gunn revela novo trailer de Superman, com foco em heroísmo, humanidade e vilania de Lex Luthor
A nova era do Universo DC ganhou forma definitiva com o lançamento do trailer completo de Superman, dirigido e escrito por James Gunn. O vídeo, divulgado nesta quarta-feira (13), dá o tom emocional e épico da produção, que estreia nos cinemas em 11 de julho e tem sido tratada como o ponto de partida da nova fase dos estúdios DC.
David Corenswet interpreta o icônico Superman, também conhecido como Clark Kent, enquanto Rachel Brosnahan assume o papel de Lois Lane, e Nicholas Hoult encarna um Lex Luthor mais frio, calculista e inquietante. A prévia mostra um Superman dividido entre seu poder quase divino e a necessidade de manter-se conectado à humanidade.
https://www.youtube.com/watch?v=Ox8ZLF6cGM0
Superman mais humano e cercado de novos personagens
O trailer revela cenas inéditas que aprofundam a tensão entre a figura pública de Superman e seu lado íntimo como Clark Kent, jornalista do Planeta Diário. Em um dos momentos mais falados, Luthor afirma com desprezo: "Ele não é um homem. É um 'algo'. E, de alguma forma, se tornou o centro das atenções do mundo inteiro."
Outro destaque é Krypto, o supercão, que arrasta um Superman ferido até a Fortaleza da Solidão, onde o herói recebe tratamento de robôs alienígenas. A relação entre os dois promete adicionar um toque emocional à história, humanizando ainda mais o personagem.
Elenco extenso e diversidade no universo DC
Além do trio principal, o elenco é reforçado por:
- Skyler Gisondo como Jimmy Olsen
- Sara Sampaio como Eve Teschmacher
- Edi Gathegi como Senhor Incrível
- Anthony Carrigan como Metamorfo
- Nathan Fillion como o Lanterna Verde Guy Gardner
- Isabela Merced como Gavião-Gavião
- María Gabriela de Faría como O Engenheiro
Essa formação indica que o longa vai além da história de origem e já prepara terreno para um universo cinematográfico mais amplo — mas com foco emocional no herói mais clássico da DC.
Gunn promete reverência ao legado e inovação narrativa
Durante a CinemaCon, James Gunn afirmou que sempre sonhou em fazer um filme do Superman, destacando que essa nova versão seria uma mistura de reverência aos quadrinhos clássicos com uma abordagem moderna e mais humana.
Corenswet, no mesmo evento, declarou: "É uma grande honra interpretar um papel que existe tão claramente na consciência pública." A responsabilidade é grande, mas o trailer sugere que Gunn e sua equipe estão preparados para entregar um Superman épico, com alma e propósito.
Warner Bros. Discovery anuncia retorno da marca HBO Max em reviravolta 'estratégica'
HBO Max está de volta: Warner Bros. Discovery desiste de “Max” após dois anos
Menos de dois anos após tentar expandir sua imagem com a marca “Max”, a Warner Bros. Discovery anunciou nesta quarta-feira (13) que voltará a usar o nome HBO Max em seu principal serviço de streaming. A decisão marca uma mudança significativa de posicionamento e reconhece o valor consolidado da marca HBO junto ao público.
A revelação aconteceu durante a apresentação da empresa para executivos do setor publicitário no Madison Square Garden, em Nova York. O retorno à marca original ocorrerá no verão do hemisfério norte, reforçando o apelo de conteúdo premium associado ao selo HBO.
Identidade forte vence abrangência genérica
A tentativa de renomear a plataforma como apenas "Max" buscava transmitir uma oferta mais ampla, acessível a todos os públicos, incluindo conteúdo infantil, reality shows e blockbusters — além dos tradicionais dramas adultos da HBO. No entanto, a mudança gerou confusão entre consumidores e enfraqueceu a identidade do serviço.
“Hoje, estamos trazendo de volta a HBO, a marca que representa a mais alta qualidade em mídia”, disse David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery. “Isso acelerará ainda mais nosso crescimento.”
Casey Bloys, presidente da HBO e do Max Content, reforçou a mudança: “A HBO Max representa melhor nossa proposta atual para o consumidor. É uma promessa de entregar conteúdo que vale a pena pagar.”
Streaming mais enxuto, mas com impacto
A empresa admite agora que tentar ser “tudo para todos” — a estratégia da Netflix — não é viável para seu modelo de negócios. JB Perrette, CEO global de streaming da WBD, foi direto: “Não é subjetivo nem controverso — nossa programação tem um impacto diferente.”
Além da decisão de branding, a Warner Bros. Discovery destacou que seu negócio de streaming teve lucro operacional de quase US$ 3 bilhões em dois anos, com 22 milhões de assinantes adicionados apenas no último ano. A expectativa é ultrapassar 150 milhões de assinantes até 2026.
A mudança também foi precedida por um sutil reposicionamento visual. Recentemente, o Max havia alterado seu logotipo, adotando o clássico preto e branco da HBO — um indicativo da reaproximação com a marca original.
A volta do nome HBO Max simboliza mais que uma troca de logotipo: é um reconhecimento de que qualidade e identidade forte superam a variedade genérica. Para a Warner Bros. Discovery, o futuro passa por reafirmar o prestígio construído por décadas — e deixar claro para o público que, se é HBO, é conteúdo premium.
Festival de Cannes presta tributo a David Lynch com documentário inédito
Cannes homenageia David Lynch com documentário póstumo “Welcome to Lynchland”
O Festival de Cinema de Cannes foi palco de uma homenagem comovente ao cineasta David Lynch na quarta-feira (14), com a estreia mundial do documentário Welcome to Lynchland, lançado poucos meses após sua morte, ocorrida em janeiro aos 78 anos. O filme, dirigido por Stéphane Ghez, resgata o legado artístico de um dos autores mais enigmáticos do cinema moderno.
A exibição contou com a presença do filho do cineasta, Riley Lynch, que subiu ao palco do Palais para apresentar o documentário. “Este festival significou muito para o meu pai”, disse, emocionado. Ele relembrou ainda a última vez que esteve em Cannes, em 2002, quando Lynch presidiu o júri oficial. “Comemorei meu décimo aniversário aqui, e Sharon Stone trouxe o bolo.”
Retrato de um gênio excêntrico
Com cerca de uma hora de duração, Welcome to Lynchland foi produzido antes da morte de Lynch e oferece um mergulho profundo em sua obra, desde o surrealismo de Eraserhead até o fenômeno cult Twin Peaks e o aclamado Mulholland Drive. A narrativa busca decifrar a mente por trás de obras tão simbólicas e misteriosas, contando com entrevistas inéditas do próprio diretor e depoimentos de colaboradores recorrentes como Kyle MacLachlan, Laura Dern, Naomi Watts e Isabella Rossellini.
Um laço duradouro com Cannes
Lynch teve uma relação marcante com Cannes. Venceu a Palma de Ouro em 1990 com Coração Selvagem (Wild at Heart), recebeu o prêmio de melhor direção por Mulholland Drive em 2001 e foi presidente do júri em 2002. Por isso, o festival fez questão de publicar uma homenagem oficial após seu falecimento, exaltando sua influência e o caráter atemporal de sua obra.
“Um artista único e visionário, cuja obra influenciou o cinema como poucos”, destacou o comunicado. “Seus filmes continuarão a alimentar nossa imaginação e a inspirar todos aqueles que veem o cinema como uma arte capaz de revelar o indizível.”
Distribuído pela Cineteve Sales, Welcome to Lynchland agora inicia seu percurso internacional como testemunho definitivo de uma das mentes mais ousadas da história do cinema.
Diretor de Missão: Impossível revela que quase abandonou o cinema antes de parceria com Tom Cruise
Antes de Tom Cruise, Christopher McQuarrie quase abandonou o cinema
Christopher McQuarrie, hoje uma das figuras centrais por trás da bem-sucedida franquia Missão: Impossível, revelou que estava pronto para deixar a indústria do cinema antes de conhecer Tom Cruise. A declaração foi feita durante uma masterclass no Festival de Cinema de Cannes, onde o aguardado Missão: Impossível – Acerto de Contas Final terá sua estreia mundial.
“Eu estava mesmo saindo da indústria”, admitiu McQuarrie. “Mas trabalhar com Tom mudou tudo. Ele não impõe sua visão — ele empodera você para descobrir o que quer fazer com a chance que tem.” A parceria entre os dois começou com Jack Reacher (2012) e se consolidou em Missão: Impossível – Nação Secreta (2015), com McQuarrie assumindo de vez o comando da franquia.
Cruise aparece de surpresa e elogia visão do diretor
Tom Cruise surpreendeu o público presente em Cannes ao aparecer durante a conversa com McQuarrie. O astro fez questão de destacar a admiração pelo trabalho do diretor, afirmando que já acompanhava sua carreira antes mesmo de se conhecerem. “Ele tem uma visão única sobre a franquia”, disse Cruise, que protagoniza e também produz os filmes da série desde 1996.
O novo longa — anunciado como a conclusão da saga — mostra Ethan Hunt enfrentando uma inteligência artificial descontrolada com potencial para destruir a humanidade. Cruise e equipe estão em uma turnê global de divulgação, com paradas programadas em Londres e Tóquio, além da estreia em Cannes, marcada para 14 de maio.
Cena inspirada no TikTok e discussões criativas com Cruise
Durante a conversa, McQuarrie revelou que uma das cenas finais do filme foi inspirada por um vídeo no TikTok. Ao mostrar o clipe a Cruise, ouviu do ator: “Eu consigo fazer isso”. O diretor respondeu: “Não, você não consegue”. A resposta de Cruise foi típica: “Sim”. McQuarrie concluiu, rindo: “Às vezes me arrependo das ideias que dou a ele”.
Reflexões sobre o cinema e o futuro da indústria
McQuarrie também fez críticas à realidade atual da indústria cinematográfica, lamentando o desaparecimento dos filmes de orçamento médio — onde diretores podiam arriscar mais sem pressão de bilheteria. “Hoje, jovens cineastas não têm mais como aprender com seus erros. Isso enfraquece o cinema”, afirmou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de filmes como Os Suspeitos serem produzidos hoje, McQuarrie foi direto: “Não. Aquela reviravolta só funcionou porque não havia essa consciência cinematográfica coletiva que temos agora por causa da internet”.
Tom Cruise: "Não estou competindo com ninguém"
O diretor ainda elogiou o comprometimento de Cruise com o cinema como um todo. “Ele promove filmes de outros diretores como se fossem seus”, disse. Cruise, por sua vez, destacou que não vê competição no ofício: “Não estou competindo com ninguém além de mim mesmo.”
Sobre se Acerto de Contas Final marcará sua despedida como Ethan Hunt, o astro foi enigmático: “Prefiro que as pessoas vejam o filme e aproveitem”.
Com o fim (ou pausa) de uma das franquias mais icônicas do cinema moderno, Cannes serve como palco para não apenas uma estreia, mas para a celebração de uma colaboração criativa que revitalizou a carreira de um cineasta e elevou ainda mais o legado de Tom Cruise.
Reinventando o medo: como cenas cotidianas viram pesadelos em Premonição 6
Criar novas formas de morrer nos cinemas não é tarefa fácil, especialmente quando se trata de uma franquia com o legado de Premonição 6. Com cinco filmes anteriores e uma legião de fãs exigentes, os diretores Adam Stein e Zach Lipovsky enfrentaram o desafio de produzir mortes nunca vistas — mas assustadoramente possíveis.
Em entrevista ao GamesRadar+, a dupla revelou que precisou mergulhar em seus próprios medos para construir o enredo de Premonição 6, o sexto longa da saga. “Queríamos algo original, que não repetisse o que já foi feito na franquia ou em outros filmes como Jogos Mortais. Precisava ser algo cotidiano, algo que o público olhasse e pensasse: ‘Nunca mais vou encarar isso da mesma forma’”, explicou Stein.
Da ansiedade à tela: o processo por trás das mortes mais criativas do cinema
Lipovsky destacou o nível de dedicação da equipe envolvida. Durante anos, roteiristas, produtores e técnicos passaram por um processo intenso de brainstorming para criar mortes únicas. “Quando você trabalha em Final Destination, começa a ver o mundo com outros olhos. Tudo vira uma ameaça em potencial. E se esse objeto inofensivo se tornasse letal? Isso virou nossa fonte de inspiração”, contou o diretor.
Essa abordagem obsessiva gerou uma nova leva de mortes impactantes. A sequência inicial do filme, por exemplo, já promete elevar o terror a outro nível. O medo de altura, de objetos cortantes e até de acessórios corporais ganha um novo significado. Fica o aviso: talvez seja hora de repensar aquele piercing.
Personagens, trama e um adeus emblemático
A história gira em torno de Stefani, interpretada por Kaitlyn Santa Juana, que descobre ter premonições após escapar de um acidente. Para salvar sua família, ela precisa entender e interromper a cadeia de mortes que se instala. O elenco também conta com Teo Briones, Richard Harmon, Rya Kihlstedt, Brec Bassinger, entre outros nomes. E para os fãs de longa data, uma surpresa: Tony Todd retorna para sua última aparição na franquia.
Estreia nos cinemas e o impacto da franquia
Premonição 6 estreia no dia 16 de maio e promete renovar o medo do público com uma combinação de tensão psicológica e mortes absurdamente realistas. A franquia, que já virou meme e lenda urbana com cenas icônicas — como o bronzeador fatal e a infame tora na estrada —, mostra que ainda tem muito fôlego (e criatividade) para surpreender.
Críticas a Missão: Impossível – Acerto Final dividem opiniões entre elogios à ação e frustrações com a trama
A despedida explosiva de Ethan Hunt
Missão: Impossível – Acerto Final estreia em 23 de maio de 2025 com uma missão ambiciosa: encerrar de forma épica a saga do agente Ethan Hunt, vivido por Tom Cruise. Entretanto, as primeiras impressões dos críticos indicam que esse adeus pode não ser tão unânime quanto os fãs esperavam. A expectativa por um final grandioso foi atendida em partes, especialmente nas cenas de ação – marca registrada da franquia –, mas dividiu a crítica quando o assunto é enredo e coerência narrativa.
Ação intensa, ritmo desigual
Críticos como Hoai-Tran Bui, da Inverse, elogiaram o filme como “uma bela bagunça caótica”, destacando sequências que beiram o surrealismo e remetem ao estilo físico de Buster Keaton e aos exageros dos desenhos animados clássicos. A tensão criada em certos momentos foi descrita como quase insuportável de tão imersiva.
Já Germain Lussier, do Gizmodo, reforçou essa dualidade, classificando o filme como “longo, repetitivo, mas com cenas de ação inacreditáveis”. Essa oscilação entre altos e baixos foi um dos pontos mais comentados por quem teve acesso antecipado ao longa.
Reações apaixonadas e críticas contundentes
Do lado mais entusiasmado, Zach Pope exaltou a produção como o final mais visceral da saga, destacando a intensidade emocional e física das cenas. Courtney Howard foi ainda mais longe, chamando o filme de “padrão-ouro do cinema de ação” e recomendando que seja visto com o máximo de som e tela possível.
Por outro lado, nem todos embarcaram na adrenalina. Matt Neglia ponderou que o longa tenta abarcar demais, o que acaba comprometendo sua clareza. Para ele, o excesso de referências e exposição enfraquece a narrativa. Andrew Salazar foi mais direto ao expressar decepção, afirmando que o longa não tem o impacto dos títulos anteriores. Reyna Cervantes criticou duramente as escolhas criativas, ainda que tenha reconhecido a qualidade das cenas de ação.
Estreia nos cinemas e elenco estelar
Com direção de Christopher McQuarrie, o elenco conta com nomes como Hayley Atwell, Esai Morales, Vanessa Kirby, Simon Pegg, Ving Rhames e Pom Klementieff. Missão: Impossível – Acerto Final promete dividir o público como poucas vezes visto na franquia – e talvez essa seja sua maior ousadia.
Jornalistas denunciam restrições no acesso a famosos no Festival de Cannes 2025
Às vésperas da abertura do 78º Festival de Cinema de Cannes, uma carta aberta assinada por mais de 100 jornalistas internacionais lança luz sobre um problema crescente no circuito dos grandes festivais: o bloqueio sistemático ao acesso a entrevistas com talentos. O protesto, endereçado à direção do festival e a líderes de outros eventos de peso como Veneza, Londres e San Sebastián, denuncia a substituição do jornalismo crítico por interações rápidas e promocionais, que, segundo os signatários, esvaziam o papel da imprensa especializada.
A iniciativa ecoa uma ação semelhante ocorrida em Veneza no ano passado, onde repórteres protestaram contra a escassez de oportunidades para realizar entrevistas significativas com artistas e realizadores. Para muitos desses profissionais — especialmente freelancers — esse acesso não é um luxo, mas uma necessidade: é com as entrevistas exclusivas que eles financiam a viagem, hospedagem e produção de conteúdo de qualidade.
“Esperamos estar errados, mas tudo indica que Cannes seguirá o mesmo caminho”, afirma Marco Consoli, jornalista italiano e um dos autores do manifesto.
Superestrelas, pouca conversa
A edição de 2025 de Cannes promete ser uma das mais estreladas dos últimos tempos, com a presença de nomes como Tom Cruise, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Emma Stone, Joaquin Phoenix e Benedict Cumberbatch. No entanto, pouco se sabe sobre o tempo que essas celebridades dedicarão à imprensa, além das tradicionais coletivas de imprensa dos filmes em competição. Até o momento, por exemplo, Missão: Impossível 8 — exibido fora da competição — não terá compromissos formais com a mídia, restringindo-se a sessões de fotos com Cruise e o diretor Christopher McQuarrie.
Para os jornalistas, essa tendência preocupa. As agendas controladas por assessores de imprensa, com entrevistas de apenas 10 minutos para múltiplos profissionais simultaneamente, inviabilizam qualquer aprofundamento.
“Estamos tratando a entrevista como uma espécie de loteria. Não dá mais para trabalhar assim”, afirma Consoli.
O fim do jornalismo cinematográfico?
A carta aberta alerta que, sem espaço para reflexão, o jornalismo cultural está sendo substituído por conteúdos instantâneos e manipuláveis, muitas vezes gerados por inteligência artificial. Segundo os jornalistas, as entrevistas reais são uma das últimas barreiras contra a desinformação e a erosão do discurso crítico.
Além disso, os autores apontam que a visibilidade dos próprios filmes e festivais também sai prejudicada: “Sem jornalismo, tudo se reduz a marketing e frases feitas. O cinema precisa de diálogo, precisa de pensamento.”
Um apelo aos líderes do cinema
A declaração pede um posicionamento claro de nomes como Thierry Frémaux (Cannes), Iris Knobloch (presidente do festival), Alberto Barbera (Veneza), Tricia Tuttle (Londres) e José Luis Rebordinos (San Sebastián). Eles são convocados a reafirmar publicamente o papel central da imprensa cultural na vida dos festivais.
A carta também se dirige a estúdios, artistas e agentes, pedindo que restabeleçam o diálogo com os jornalistas, em nome de um ecossistema cinematográfico mais saudável e democrático. “Todos nós amamos o cinema”, conclui o texto. “E todos nós temos interesse em vê-lo prosperar.”
Morre Robert Benton, roteirista de Bonnie e Clyde e diretor vencedor de três Oscars, aos 92 anos
Cineasta faleceu em casa, em Manhattan. Vencedor por Kramer vs. Kramer e Places in the Heart, Benton foi um mestre em dramas íntimos e humanos
O premiado roteirista e diretor Robert Benton, vencedor de três Oscars e conhecido por obras como Kramer vs. Kramer e Bonnie e Clyde, faleceu aos 92 anos neste domingo (11/5), em sua casa em Manhattan, segundo informou sua assistente de longa data, Marisa Forzano, ao The New York Times.
Benton era considerado um dos principais contadores de histórias do cinema americano moderno, combinando intimismo emocional com diálogos densos e naturalistas. Ao longo de uma carreira que durou seis décadas, ele colecionou oito indicações ao Oscar, tendo vencido três vezes — duas por Kramer vs. Kramer (roteiro adaptado e direção) e uma por Places in the Heart (roteiro original).
De Bonnie e Clyde à sensibilidade de Kramer vs. Kramer
Sua carreira começou em parceria com David Newman, com quem escreveu o revolucionário Bonnie e Clyde (1967), considerado um marco da Nova Hollywood. A dupla também coescreveu Superman (1978), ao lado de Mario Puzo e Leslie Newman, e a comédia What's Up, Doc? (1972), dirigida por Peter Bogdanovich.
O maior sucesso de Benton viria com Kramer vs. Kramer (1979), drama sensível sobre divórcio e paternidade que venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado. O filme revelou a força dramática de Dustin Hoffman e Meryl Streep, ambos premiados pela Academia, e teve o pequeno Justin Henry indicado aos 7 anos.
Um diretor de atores, movido pela família
Conhecido como um "diretor de atores", Benton atraiu talentos como Paul Newman, Sally Field, Anthony Hopkins, Nicole Kidman e Morgan Freeman. Dirigiu clássicos como The Late Show (1977), Nobody’s Fool (1994), The Human Stain (2003) e Feast of Love (2007).
"Antes de dirigir pela primeira vez, pensei: ‘Como posso fazer as pessoas falarem normalmente?’. Depois percebi: basta contratar bons atores", disse Benton em uma entrevista ao The Hollywood Reporter em 2013. Seus elencos somaram oito indicações ao Oscar, com três vitórias.
A família era o fio condutor de sua obra. Places in the Heart (1984), por exemplo, foi inspirado nas memórias de sua avó no Texas durante a Grande Depressão.
De Waxahachie para Hollywood
Robert Douglas Benton nasceu em 29 de setembro de 1932, em Dallas, e cresceu em Waxahachie, onde teve uma infância marcada pela dislexia e pela paixão por cinema, incentivada pelo pai. Estudou Belas Artes na Universidade do Texas, onde foi colega de Jayne Mansfield e Rip Torn.
Após uma breve passagem pelo Exército e pela Universidade de Columbia, trabalhou na revista Esquire, onde conheceu Newman. A parceria gerou o livro satírico Extremism: A Non-Book (1959) e o musical da Broadway It’s a Bird… It’s a Plane… It’s Superman (1966).
A inspiração para Bonnie e Clyde veio de uma nota de rodapé sobre foras da lei americanos. O projeto só decolou quando Warren Beatty adquiriu o roteiro e trouxe Arthur Penn para dirigir.
Legado duradouro
Benton deixa um legado inestimável para o cinema, onde soube explorar as emoções humanas com precisão e ternura. Seus filmes tratavam do ordinário com profundidade, revelando personagens complexos em busca de redenção e conexão.
Ele deixa um filho, John Benton. Sua esposa por 60 anos, Sallie, faleceu em 2023.
CoComelon vai ganhar filme nos cinemas em 2027 com produção da Universal e DreamWorks
Sucesso infantil com bilhões de visualizações no YouTube, CoComelon fará sua estreia nas telonas em animação inédita
O fenômeno infantil CoComelon, responsável por entreter milhões de crianças ao redor do mundo com músicas educativas e animações coloridas, está prestes a dar um passo inédito: a estreia nos cinemas com um longa-metragem previsto para 2027. A animação será produzida pela Moonbug Entertainment, em parceria com a Flywheel Media, Universal Pictures, DreamWorks Animation, Prime Focus Studios e com animação assinada pelo DNEG Group.
A novidade marca a transição da marca — que nasceu no YouTube — para o cinema, após o sucesso de sua produção ao vivo CoComelon LIVE! JJ’s Journey e da forte presença em plataformas de streaming como Netflix, Spotify, Apple Music e Amazon Music. No YouTube, a série ultrapassa 4 bilhões de visualizações, tornando-se um dos conteúdos mais assistidos da plataforma.
Um filme inspirado na infância e nos marcos do desenvolvimento
O longa-metragem seguirá o estilo característico da série, com foco em JJ e seus amigos vivendo marcos importantes da infância, como visitar um amigo pela primeira vez, adotar um animal de estimação e enfrentar novos desafios com coragem e curiosidade. A proposta é manter o tom educativo e musical da franquia, com canções para cantar junto, mensagens positivas e visuais vibrantes.
Segundo a Moonbug, o objetivo é levar a experiência CoComelon para uma nova geração de espectadores nas telonas, expandindo o universo que já conta com diversos spin-offs, como CoComelon Lane, Cody Time, Nina’s Familia e JJ’s Animal Time.
Apoio de grandes nomes da indústria
A produção contará com o suporte de gigantes da mídia. A Moonbug Entertainment pertence ao grupo Candle Media, liderado pelos ex-executivos da Disney Kevin Mayer e Tom Staggs, com financiamento da Blackstone. Já a Flywheel Media, que também está desenvolvendo Angry Birds: O Filme 3 para 2027, se une ao projeto com foco no mercado global de animações infantis.
A combinação entre a força da marca CoComelon, o prestígio da Universal e DreamWorks, e a expertise da DNEG em animação de ponta, promete um projeto de escala internacional que deve atrair pais e crianças ao redor do mundo para os cinemas.