Karla Sofía Gascón encerra polêmica e parabeniza vencedores do Oscar 2025
Atriz comenta sua experiência na cerimônia após polêmica de postagens racistas
Karla Sofía Gascón usou as redes sociais na segunda-feira para agradecer à Academia pela indicação ao Oscar de Melhor Atriz e parabenizar os vencedores da noite. A declaração marca o fim de uma crise de imagem que envolveu a atriz após postagens racistas antigas ressurgirem nas redes sociais.
Principais pontos da declaração de Karla Sofía Gascón:
- Agradeceu à Academia pela indicação e pelo convite à cerimônia.
- Elogiou o apresentador Jimmy Kimmel, comparando-o a Conan O’Brien.
- Disse que aproveitou reencontros com amigos e colegas da indústria.
- Parabenizou Zoe Saldaña, vencedora de Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez, e os compositores Clément Ducol e Camille, responsáveis pela música El Mal.
Reação discreta após a polêmica
A estrela de Emilia Pérez entrou na temporada de premiações como uma das favoritas ao prêmio de Melhor Atriz, mas sua campanha perdeu força rapidamente após a controvérsia envolvendo postagens racistas. Desde então, Gascón optou por um perfil mais discreto:
- Não compareceu ao SAG Awards na semana anterior.
- Evitou o tapete vermelho do Oscar no domingo.
- No César Awards, na França, agradeceu à equipe do filme e à Netflix.
Momento de leveza na cerimônia
Mesmo mantendo distância dos holofotes, Gascón esteve presente na plateia e riu junto ao público quando o apresentador Jimmy Kimmel brincou com a polêmica:
"Karla, se você vai tuitar sobre o Oscar, lembre-se: meu nome é Jimmy Kimmel."
A atriz seguiu a sugestão e, aparentemente, evitou novas controvérsias nas redes sociais após a cerimônia.
Fim de um capítulo conturbado
A declaração de Gascón marca um fechamento simbólico da polêmica que afetou sua campanha ao Oscar. Embora sua imagem tenha sido abalada, ela segue celebrando as conquistas de Emilia Pérez e se mantendo presente no meio cinematográfico.
Oscar 2025: Reação de Demi Moore ao perder Melhor Atriz repercute na web
Fernanda Torres também concorria na categoria; prêmio foi para Mikey Madison por Anora
A categoria de Melhor Atriz no Oscar 2025 foi uma das mais aguardadas, principalmente pelos brasileiros, já que Fernanda Torres estava na disputa pela estatueta. No entanto, o prêmio ficou com Mikey Madison, por sua atuação em Anora.
Entre as concorrentes, Demi Moore era apontada como favorita por muitos críticos por sua performance em A Substância. Mas foi sua reação ao perder a estatueta que se tornou um dos assuntos mais comentados da noite.
jack antonoff’s reaction to mikey madison winning best actress over demi moore ?? pic.twitter.com/5va9W4PMx0
— madison ☾ .*・。゚ (@LDRcoven) March 3, 2025
Leitura labial revela comentário discreto de Demi Moore
Assim que o nome de Mikey Madison foi anunciado, Demi Moore manteve uma expressão séria e contida, mas aplaudiu a vencedora. De acordo com a especialista em leitura labial Nicola Hickling, a atriz veterana murmurou um simples "Legal", sem esboçar um sorriso.
Além disso, segundo Hickling, Demi também balançou levemente a cabeça, um gesto que pode indicar um esforço para manter a compostura diante da surpresa. A reação rapidamente viralizou nas redes sociais, com muitos internautas interpretando como um sinal de decepção contida.
Discurso de Mikey Madison celebra profissionais do sexo
Ao subir ao palco para receber o prêmio de Melhor Atriz, Mikey Madison demonstrou grande emoção e aproveitou para destacar um grupo frequentemente marginalizado na sociedade.
"Isso é muito surreal. Eu cresci em Los Angeles, mas Hollywood sempre pareceu tão distante para mim, então estar aqui, de pé nesta sala, é realmente incrível."
A atriz ainda fez questão de agradecer e homenagear as profissionais do sexo, cujo universo é abordado em Anora:
"Eu só quero reconhecer e homenagear a comunidade de profissionais do sexo. Vou continuar apoiando e sendo uma aliada. As mulheres incríveis que tive o privilégio de conhecer foram um dos destaques desta experiência."
Por fim, Mikey também exaltou o talento de suas concorrentes:
"Quero reconhecer o trabalho atencioso, inteligente, bonito e de tirar o fôlego dos meus colegas indicados. Estou honrada em ser reconhecida ao lado de vocês. Este é um sonho que se tornou realidade, provavelmente, vou acordar amanhã."
Fernanda Torres representou o Brasil no Oscar 2025
A atriz brasileira Fernanda Torres também estava entre as indicadas ao prêmio, trazendo grande expectativa entre os fãs brasileiros. Embora não tenha levado a estatueta, sua presença na disputa foi celebrada como um marco para o cinema nacional.
Os principais vencedores do Oscar 2025
- Melhor Atriz: Mikey Madison (Anora)
- Melhor Ator: Adrien Brody (The Brutalist)
- Melhor Filme: Anora
- Melhor Ator Coadjuvante: Kieran Culkin (A Real Pain)
- Melhor Atriz Coadjuvante: Zoe Saldaña (Emilia Pérez)
A premiação foi marcada por discursos impactantes, surpresas e momentos de grande emoção no palco do Dolby Theatre.
Adrien Brody quebra recorde com discurso mais longo da história do Oscar
Ator vence por The Brutalist e fala por quase seis minutos na cerimônia
Adrien Brody entrou para o Guinness World Records ao realizar o discurso de aceitação mais longo da história do Oscar, durante a premiação de 2025. O ator, que venceu na categoria de Melhor Ator por sua performance como o arquiteto judeu-húngaro László Tóth em The Brutalist, falou por cinco minutos e 40 segundos, ultrapassando o recorde de Greer Garson (5m30s) em 1943.
Discurso interrompido e momento inusitado
Brody subiu ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, após derrotar concorrentes de peso como Timothée Chalamet, Sebastian Stan, Colman Domingo e Ralph Fiennes. Antes de iniciar seu discurso, o ator chamou atenção ao cuspir seu chiclete e entregá-lo à sua parceira, Georgina Chapman.
Ignorando o tradicional cronômetro de 45 segundos, ele começou sua fala com um pedido enfático quando a música tentou interrompê-lo:
"Desligue a música! Já fiz isso antes. Obrigado. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve."
O momento remeteu à sua primeira vitória no Oscar, em 2003, por O Pianista, quando também foi interrompido. Na época, ele pediu: "Um segundo, por favor. Eu só tenho uma chance."
Temas abordados no discurso
Dessa vez, Brody aproveitou o extenso tempo no palco para abordar uma variedade de temas, incluindo antissemitismo, racismo e opressão sistêmica:
"Estou aqui mais uma vez para representar os traumas persistentes e as repercussões da guerra e da opressão sistemática, do antissemitismo, do racismo e da alteridade. Rezo por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo."
Além disso, ele refletiu sobre a fragilidade da profissão de ator, destacando a importância da gratidão:
"Não importa onde você esteja em sua carreira, tudo pode ir embora. O que torna esta noite especial é a consciência disso e a gratidão por ainda poder fazer o trabalho que amo."
Encerrando a fala, ele incentivou a união e a empatia:
"Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, continuar amando uns aos outros. Vamos reconstruir juntos. Obrigado."
Oscar 2025: principais vencedores da noite
A cerimônia de 2025 consagrou Anora como o grande vencedor do Oscar, levando a estatueta de Melhor Filme. No entanto, The Brutalist também se destacou ao vencer Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Cinematografia.
Outros destaques da noite incluíram:
- Melhor Atriz: Mikey Madison (Anora)
- Melhor Ator Coadjuvante: Kieran Culkin (A Real Pain)
- Melhor Atriz Coadjuvante: Zoe Saldaña (Emilia Pérez), que celebrou ser a primeira americana de origem dominicana a vencer um Oscar
- Sean Baker fez história ao ganhar quatro prêmios: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição e Melhor Filme, todos por Anora.
A noite foi marcada por discursos poderosos, que evidenciaram tanto as conquistas cinematográficas quanto temas sociais importantes.
Ministro de Israel critica vitória do documentário "No Other Land" no Oscar 2025
Filme aborda destruição na Cisjordânia e divide opiniões no cenário político
A vitória de No Other Land na categoria de Melhor Documentário no Oscar 2025 gerou reações negativas por parte do governo israelense. O ministro da Cultura e dos Esportes de Israel, Miki Zohar, classificou o prêmio como "um momento triste para o mundo do cinema", acusando os diretores de distorcer a imagem do país.
Polêmica em torno do documentário
O filme, dirigido pelos jornalistas Basel Adra (palestino) e Yuval Abraham (israelense), retrata a destruição da região ocupada de Masafer Yatta, na Cisjordânia, e a aliança entre ambos na cobertura do conflito. A produção já havia conquistado importantes prêmios, incluindo os do International Documentary Association e Spirit Awards.
Apesar do reconhecimento global, a narrativa do documentário gerou críticas de setores políticos em Israel. Em publicação no X (antigo Twitter), Miki Zohar afirmou:
"Em vez de apresentar a complexidade da realidade israelense, os cineastas escolheram amplificar narrativas que distorcem a imagem de Israel em relação ao público internacional".
Governo israelense reforça posição contra o filme
Zohar também mencionou que a vitória acontece em um contexto delicado, após os ataques de 7 de outubro e a guerra em andamento na região. Segundo ele, o documentário não deveria ser celebrado como arte, mas sim visto como uma ferramenta de difamação contra Israel.
"Transformar a difamação de Israel em uma ferramenta para promoção internacional não é arte — é sabotagem contra o Estado de Israel".
O ministro ainda defendeu a recente reforma no financiamento do cinema israelense, alegando que o dinheiro do contribuinte deve apoiar produções voltadas para o público interno, e não aquelas que, segundo ele, prejudicam a imagem do país.
Impacto da polêmica e distribuição do filme
A repercussão da vitória de No Other Land pode influenciar a recepção do documentário, que ainda não garantiu distribuição nos EUA. O prêmio aumenta a visibilidade da obra, mas também intensifica o debate sobre como os conflitos no Oriente Médio são retratados na indústria cinematográfica global.
A polêmica reflete a divisão de opiniões sobre o tema, destacando os desafios enfrentados por cineastas que abordam conflitos geopolíticos sensíveis em suas obras.
Após vitória no Oscar, Zoe Saldaña anuncia pausa na carreira para focar na família
Atriz deseja dedicar mais tempo aos filhos após intensa temporada de premiações
Zoe Saldaña, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez, anunciou que fará uma pausa na carreira após a premiação. Durante sua passagem pelo tapete vermelho do Oscar 2025, em Los Angeles, a atriz revelou ao E! News que pretende dedicar mais tempo à família.
Prioridade: ser mãe em tempo integral
A estrela de Guardiões da Galáxia e Avatar destacou que deseja acompanhar mais de perto a rotina dos filhos.
"Gostaria de levar meus filhos para a escola e buscá-los. E gostaria que eles terminassem este ano letivo com a mãe ao lado, porque eles são muito resilientes e têm me apoiado junto com meu marido durante toda esta campanha", disse Saldaña.
A atriz, mãe dos gêmeos Cy e Bowie, de 10 anos, e do caçula Zen, de 7, enfatizou que sente falta de passar mais tempo com eles.
"Mas sinto falta dos meus filhos como sinto falta do ar, como sinto falta da água, e mal posso esperar para ir para a escola", completou.
Uma pausa merecida após temporada intensa
A decisão de Zoe Saldaña acontece após meses de compromissos e uma campanha intensa rumo ao Oscar. Sua atuação em Emilia Pérez foi amplamente elogiada, garantindo premiações como o BAFTA e o Critics Choice Awards, antes de sua consagração na Academia.
Casada há 11 anos com o artista italiano Marco Perego-Saldaña, a atriz sempre destacou a importância da família em sua vida e, agora, escolheu priorizá-la antes de assumir novos projetos em Hollywood.
O que esperar do futuro da estrela?
Embora Saldaña não tenha definido um prazo para o retorno, sua pausa deve ser temporária. A atriz tem diversos projetos de sucesso e, quando decidir voltar, certamente continuará brilhando nas telonas.
Por enquanto, seu foco está claro: trocar os holofotes pelos momentos simples ao lado dos filhos.
Oscar 2025: Como Anora conquistou o maior prêmio em meio à temporada caótica?
Longa independente de Sean Baker se destaca após escândalos e premiações decisivas
A temporada do Oscar 2025 foi uma das mais imprevisíveis da memória recente. Entre incêndios devastadores em Los Angeles e a implosão de um dos principais concorrentes devido a um escândalo pós-indicações, o prêmio de Melhor Filme acabou indo para Anora, um drama independente de US$ 6 milhões dirigido por Sean Baker. A produção levou cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Direção, Atriz (Mikey Madison), Roteiro Original e Edição.
A ascensão de Anora
A trajetória de Anora começou no Festival de Cannes, onde venceu a Palma de Ouro. Embora essa conquista nem sempre garanta sucesso no Oscar, a vitória chamou a atenção da indústria para um filme com elenco desconhecido e um diretor aclamado, mas até então pouco reconhecido pela Academia.
A distribuidora Neon replicou sua estratégia de Parasita (2019), relançando Anora nos festivais de Telluride, Toronto e Nova York, além de investir em uma forte campanha com exibições e debates. O filme, que inicialmente estreou em apenas seis salas, acumulou quase US$ 41 milhões globalmente, consolidando-se como um dos favoritos.
Escândalos e reviravoltas mudam o jogo
Apesar da força de Anora, a corrida pelo Oscar parecia favorecer Emilia Pérez, da Netflix, que recebeu 13 indicações. No entanto, um escândalo envolvendo postagens antigas da protagonista Karla Sofía Gascón prejudicou gravemente a campanha do filme.
Enquanto isso, Anora conquistou prêmios cruciais nas semanas finais, incluindo o Critics Choice Award, o Producers Guild Award e o Directors Guild Award, o que solidificou sua posição como favorito.
Impacto da nova Academia no resultado
Desde o movimento #OscarsSoWhite, a Academia passou por mudanças significativas, tornando-se mais diversa em raça, gênero, idade e geografia. Esse novo perfil de votantes demonstrou maior abertura para filmes independentes e narrativas não convencionais. Nos últimos anos, produções como Moonlight, Parasita e Everything Everywhere All at Once já haviam quebrado padrões tradicionais do Oscar — e Anora seguiu essa tendência.
Mikey Madison vence Melhor Atriz em disputa acirrada
A performance de Mikey Madison foi essencial para o sucesso de Anora. A jovem atriz venceu prêmios importantes como o BAFTA e o Spirit, e apesar da forte concorrência de Demi Moore (The Substance), garantiu o Oscar de Melhor Atriz.
Adrien Brody conquista segundo Oscar, e Zoe Saldaña brilha como coadjuvante
Outros vencedores da noite incluíram Adrien Brody, que levou seu segundo Oscar por The Brutalist, e Zoe Saldaña, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez. Kieran Culkin, de A Real Pain, levou Melhor Ator Coadjuvante.
Na categoria de Melhor Filme Internacional, o Brasil brilhou com I'm Still Here, que superou Emilia Pérez e manteve o forte desempenho visto no Globo de Ouro e no BAFTA.
Distribuidoras e prêmios: quem levou mais?
A Neon foi a grande vencedora da noite, com cinco estatuetas. Já a A24 levou três Oscars por The Brutalist, enquanto a Netflix, que chegou à premiação com 18 indicações, saiu com apenas três prêmios.
Entre os destaques ainda estavam Dune: Part Two, que venceu Efeitos Visuais e Som, e Wicked, que garantiu Melhor Figurino e Direção de Arte.
Fim da temporada: rumo ao Emmy
Com a cerimônia de 2025 encerrada, a atenção da indústria já se volta para a temporada do Emmy. Enquanto isso, Anora entra para a história como mais um filme independente que conquistou Hollywood — uma vitória improvável, mas incontestável.
Zoe Saldaña defende Emilia Pérez e responde a críticas sobre representação do México
Atriz vencedora do Oscar pede desculpas a quem se sentiu ofendido, mas mantém visão sobre o filme
Zoe Saldaña, que conquistou seu primeiro Oscar por Emilia Pérez, se manifestou sobre as críticas que o filme recebeu por sua representação do México. Durante a coletiva de imprensa pós-Oscar, a atriz pediu desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas, mas reforçou que o longa não tinha a intenção de retratar um país, e sim contar a história de quatro mulheres.
"Sinto muito, muito que você e tantos mexicanos tenham se sentido ofendidos. Essa nunca foi nossa intenção", disse Saldaña em resposta a um repórter que questionou a abordagem do filme.
O centro da história não é o México, diz Saldaña
A atriz destacou que, apesar do enredo se passar no México, a essência da narrativa vai além da nacionalidade das personagens.
“Nós conversamos e viemos de um lugar de amor, e eu vou manter isso. Não compartilho sua opinião. Para mim, o coração deste filme não era o México. Não estávamos fazendo um filme sobre um país. Estávamos fazendo um filme sobre quatro mulheres.”
Segundo Saldaña, as personagens poderiam ter origens diversas, e a mensagem do filme é universal.
“Essas mulheres poderiam ter sido russas, poderiam ter sido dominicanas, poderiam ter sido negras [e] de Detroit, poderiam ter sido de Israel, poderiam ter sido de Gaza. Essas mulheres ainda são mulheres muito universais que estão lutando todos os dias para tentar sobreviver à opressão sistêmica e tentar encontrar suas vozes mais autênticas.”
Embora tenha rebatido as críticas, a atriz se mostrou aberta ao diálogo e à reflexão sobre possíveis melhorias no longa.
“Também estou sempre aberta para sentar com todos os meus irmãos e irmãs mexicanos, e com amor e respeito, ter uma ótima conversa sobre como Emilia Pérez poderia ter sido melhor. [Eu] não tenho problema. Eu acolho isso.”
Filme polêmico e trajetória premiada
Apesar do sucesso nas premiações, Emilia Pérez, dirigido pelo francês Jacques Audiard, enfrentou controvérsias. Muitos espectadores criticaram a forma como a produção abordou a realidade mexicana e questões ligadas à comunidade trans. Além disso, postagens antigas e racialmente carregadas de Karla Sofía Gascón, atriz principal do filme, reacenderam debates sobre representatividade e sensibilidade cultural.
Ainda assim, o longa recebeu aclamação da crítica e rendeu a Saldaña vitórias no Globo de Ouro, SAG Awards, Critics’ Choice Awards, BAFTA e, agora, no Oscar.
A 97ª edição do Oscar, apresentada por Conan O’Brien no Dolby Theatre, em Hollywood, teve momentos marcantes, incluindo a histórica vitória de Sean Baker e a homenagem a Gene Hackman no In Memoriam.
Sean Baker faz história no Oscar 2025 ao vencer quatro prêmios pelo mesmo filme
Cineasta de Anora supera lendas como Coppola e Disney com feito inédito
A 97ª edição do Oscar marcou um momento histórico para o cinema independente: Sean Baker se tornou o primeiro cineasta a vencer quatro estatuetas pelo mesmo filme. Anora, um drama que conquistou público e crítica, rendeu a Baker os prêmios de Melhor Filme, Direção, Roteiro Original e Montagem, um feito sem precedentes nos quase 100 anos da premiação.
O triunfo do diretor é ainda mais impressionante ao considerar que grandes nomes da indústria, como Francis Ford Coppola, Walt Disney, Alfonso Cuarón e Bong Joon Ho, chegaram perto desse feito, mas nunca conseguiram vencê-lo da mesma maneira.
Por que a conquista de Sean Baker é tão especial?
Ao longo da história do Oscar, alguns cineastas já acumularam múltiplos prêmios na mesma edição, mas nunca quatro pelo mesmo projeto.
- Walt Disney, em 1954, venceu quatro Oscars, mas por diferentes filmes.
- Francis Ford Coppola, em 1974, levou três estatuetas por O Poderoso Chefão: Parte II, mas perdeu a quarta em sua indicação por The Conversation.
- Alfonso Cuarón e Chloé Zhao chegaram a ser indicados quatro vezes por Roma (2019) e Nomadland (2021), respectivamente, mas venceram apenas dois prêmios cada.
- Bong Joon Ho, com Parasita (2020), subiu ao palco quatro vezes, mas um dos prêmios foi pelo Oscar de Filme Internacional, que vai para o país de origem.
Baker, por outro lado, venceu quatro prêmios individuais pelo mesmo filme, algo que nunca havia acontecido antes.
A força do cinema independente
O reconhecimento de Anora reforça a valorização do cinema independente dentro da Academia. Diferente dos grandes estúdios de Hollywood, Baker trabalha com orçamentos reduzidos e equipes pequenas, um estilo que já se destacou em filmes anteriores como The Florida Project (2017) e Tangerine (2015).
“Quero agradecer à Academia por reconhecer um filme verdadeiramente independente”, disse Baker ao receber seu quarto Oscar. “Este filme foi feito com sangue, suor e lágrimas de incríveis artistas independentes.”
A vitória de Baker também reflete uma mudança no perfil do Oscar, que nos últimos anos tem premiado produções fora do circuito tradicional de Hollywood. Sua abordagem minimalista e realista conquistou a crítica, provando que histórias autênticas podem ter grande impacto, mesmo sem os orçamentos milionários das superproduções.
O Oscar de Sean Baker: um marco para o cinema
A noite de domingo foi marcada pelo nome de Sean Baker. Desde sua primeira vitória no palco, a emoção tomou conta da cerimônia. Em seu segundo discurso, ele até agradeceu a seu cachorro, Bunsen, antes de recuperar o fôlego para os prêmios seguintes.
Além de Baker, o Oscar 2025 contou com momentos memoráveis, como a vitória de Kieran Culkin como Melhor Ator Coadjuvante e a homenagem emocionante a Gene Hackman durante o In Memoriam. A cerimônia, apresentada por Conan O’Brien, aconteceu no Dolby Theatre em Hollywood e será lembrada como uma das mais históricas da premiação.
Kieran Culkin revela inspiração inusitada para seu papel vencedor do Oscar
Kieran Culkin, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Ator Coadjuvante por A Real Pain, revelou que só percebeu sua verdadeira inspiração para o papel depois que o filme já estava pronto — e sua esposa, Jazz Charton, foi quem apontou a semelhança.
Uma conexão inesperada com o personagem
- Culkin contou que o roteiro de Jesse Eisenberg foi tão impactante que ele nem quis ensaiar.
- "Pela primeira vez, eu li algo e pensei: 'Entendo completamente esse cara. Não quero nem ler de novo’", disse o ator.
- Após assistir ao filme, ele percebeu que conhecia alguém exatamente como seu personagem.
- Sua esposa, ao notar a semelhança, sussurrou o nome dessa pessoa em seu ouvido durante a sessão.
Apoio da esposa e promessa de mais filhos
Além de ajudá-lo a reconhecer sua inspiração, Jazz Charton foi mencionada por Culkin em seu discurso de aceitação. No ano anterior, ele havia dito em outra premiação que queria um terceiro filho — e Charton prometeu dois se ele levasse um Oscar para casa.
"Desculpa fazer isso de novo, mas vamos começar a trabalhar nisso", brincou o ator no palco.
O Oscar 2025, apresentado por Conan O’Brien, aconteceu no Dolby Theatre no Ovation Hollywood e foi marcado por discursos emocionantes e momentos inesperados.
Oscar 2025: Omissões no In Memoriam geram indignação nas redes sociais
Segmento homenageou Gene Hackman, Maggie Smith e James Earl Jones, mas deixou de fora nomes importantes
O tradicional segmento In Memoriam do Oscar 2025 emocionou o público ao lembrar grandes estrelas que faleceram no último ano, mas a ausência de alguns nomes gerou revolta nas redes sociais. A homenagem, embalada pela peça Lacrimosa do Requiem em Ré Menor de Mozart, incluiu tributos a Gene Hackman, David Lynch, Maggie Smith e Donald Sutherland, mas omitiu figuras icônicas do cinema, como Tony Todd, Alain Delon e Michelle Trachtenberg.
Quem foi homenageado:
- Gene Hackman, com um discurso especial de Morgan Freeman.
- David Lynch, Maggie Smith e James Earl Jones, entre outros gigantes do cinema.
- Donald Sutherland, veterano de Hollywood, lembrado por seus papéis marcantes.
Quem foi esquecido:
- Tony Todd, astro do terror Candyman, falecido em novembro de 2024.
- Mitzi Gaynor, ícone da Era de Ouro de Hollywood.
- Michelle Trachtenberg, estrela de Gossip Girl e Harriet, a Espiã.
- Shannen Doherty, conhecida por Heathers e Mall Rats.
- Silvia Pinal, lenda do cinema mexicano e musa de Luis Buñuel.
- Alain Delon, um dos maiores atores franceses da história.
- Olivia Hussey, a eterna Julieta de Zeffirelli.
Revolta nas redes sociais
A ausência desses nomes gerou grande repercussão, com fãs e especialistas criticando a Academia por não reconhecer figuras tão importantes para o cinema. A omissão de Alain Delon e Silvia Pinal foi especialmente controversa, visto que a Academia tem se esforçado para se tornar mais global.
A falta de Michelle Trachtenberg, falecida poucos dias antes da cerimônia, também chamou atenção, levantando debates sobre o critério de inclusão no In Memoriam.
O Oscar 2025, apresentado por Conan O’Brien, foi marcado por fortes emoções, mas a polêmica do In Memoriam mostrou que a homenagem aos falecidos continua sendo um dos momentos mais debatidos da premiação.