A galáxia muito, muito distante está prestes a se expandir em novas e inesperadas direções. A presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, sinalizou uma mudança de rumo para a franquia “Star Wars”, afirmando que o estúdio está cada vez mais interessado em dar sinal verde para histórias originais e independentes, que não estejam rigidamente conectadas à saga Skywalker.

“Não precisa necessariamente se conectar a cada detalhe”

A declaração foi feita durante uma rara aparição pública de Kennedy no BFI Film on Film Festival, em Londres, no último fim de semana. Em uma conversa com o público, ela falou sobre o futuro da franquia após uma era de acertos e erros.

“Eu realmente acho que agora estamos em uma posição em que ampliamos a possibilidade de histórias e cineastas que podemos trazer para contar histórias que signifiquem algo para eles”, disse Kennedy. Ela enfatizou a nova liberdade criativa: “Não precisa necessariamente se conectar a cada detalhe que foi feito em Star Wars”.

Kennedy sugeriu que essa nova abordagem pode ser o início de novas sagas. Uma história “pode, na verdade, ser uma história independente que, em seguida, se desenvolve em muitas outras histórias”, explicou, indicando um modelo similar ao que a Marvel fez com seus personagens, mas com menos obrigações de conexão imediata.

Essa filosofia já se reflete em alguns dos projetos futuros anunciados, como “Star Wars: Starfighter”, estrelado por Ryan Gosling, que será uma aventura contida em si mesma. Ao mesmo tempo, o estúdio continuará a explorar seus personagens já estabelecidos, como no aguardado filme “The Mandalorian & Grogu”, que chega aos cinemas em 22 de maio de 2026.

A legitimação da cópia original de 1977

A presença de Kathleen Kennedy no festival londrino teve outro propósito significativo: apresentar e “legitimar” uma cópia original de 1977 de “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança”. A exibição é um evento para os fãs, pois a versão mais conhecida do filme é a “Edição Especial” de 1997, que contém inúmeras alterações e adições de CGI feitas pelo próprio George Lucas, muitas delas controversas.

“Mesmo quando entrei na empresa, havia conversas intermináveis sobre onde tudo estava e qual era de fato a primeira cópia”, contou Kennedy. “E é bastante notável, o que vocês vão ver é de fato a primeira cópia, e eu nem tenho certeza se existe outra igual. É tão raro.”

Ela explicou que, com o passar dos anos e as constantes mudanças feitas por Lucas, “todo mundo meio que perdeu a noção do que era” a versão original. A exibição no BFI foi uma celebração dessa peça histórica do cinema.

Um novo rumo para a galáxia

A nova direção apontada por Kennedy pode ser vista como uma resposta às críticas de que a trilogia de sequências (2015-2019) foi excessivamente dependente da nostalgia e dos personagens da saga original. Ao abrir as portas para novas vozes e histórias independentes, a Lucasfilm busca revitalizar a franquia e explorar cantos ainda não visitados da galáxia.

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