Em um momento em que a indústria de games debate o futuro do hardware, o novo chefe da Sony Interactive Entertainment (SIE), Hideaki Nishino, ofereceu os primeiros vislumbres sobre a estratégia da empresa para a próxima geração, o inevitável PlayStation 6. Embora sem revelar detalhes, Nishino deixou claro que, apesar do crescimento do streaming de jogos na nuvem, a Sony acredita firmemente que a maioria dos jogadores ainda prefere a experiência de um console local.
O console de próxima geração é necessário?
A declaração foi feita durante um recente “Fireside Chat” (uma espécie de bate-papo informal com investidores). Questionado diretamente se, com os jogos em nuvem se tornando mais viáveis, um console de próxima geração ainda seria necessário, o presidente e CEO da SIE, Nishino, não se esquivou. Ele reconheceu o “enorme interesse na nossa estratégia para os consoles da próxima geração” e, embora tenha dito que não poderia “compartilhar mais detalhes neste momento”, garantiu que “o futuro da plataforma é nossa principal preocupação”.
A nuvem como “opção adicional”, não como substituta
Nishino elogiou o progresso da tecnologia de jogos em nuvem da Sony, que já tem 11 anos, afirmando que a empresa se sente “muito orgulhosa da qualidade” oferecida. No entanto, ele apontou dois desafios principais que ainda impedem a nuvem de se tornar a plataforma principal para a maioria dos jogadores.
O primeiro é a infraestrutura. “A estabilidade da rede de ponta a ponta não está sob nosso controle”, disse, referindo-se à dependência da qualidade da internet do usuário. O segundo é o custo. Ele admitiu que o “custo mais alto por tempo de jogo em comparação com o modelo de console tradicional” ainda é um obstáculo.
Por essas razões, a Sony atualmente vê os jogos em nuvem como “uma opção adicional para os jogadores acessarem o conteúdo”, e não como um substituto para o hardware dedicado.
A tese validada pelo PS5 e PS5 Pro
A confiança da Sony no modelo tradicional foi, segundo o executivo, reforçada pelo sucesso da família PlayStation 5. “Acreditamos que a maioria dos jogadores continua querendo jogar [e] experimentar os jogos por meio de uma execução local, sem depender das condições da rede. E acredito que o PS5 e o PS5 Pro validaram essa tese”, afirmou Nishino, citando o “grande ecossistema de jogadores altamente engajados” que a empresa construiu.
O PlayStation 5 completará cinco anos em novembro deste ano. Historicamente, o ciclo de vida de um console PlayStation tem durado cerca de sete anos (o PS4 foi lançado sete anos antes do PS5). Seguindo essa lógica, é quase certo que o desenvolvimento preliminar do PlayStation 6 já esteja em andamento nos bastidores da Sony.