A cineasta vencedora do Oscar, Chloé Zhao, falou sobre seu polêmico filme da Marvel, Eternos (2021). Em uma nova entrevista, a diretora refletiu sobre a experiência de trabalhar em um blockbuster. Ela, aliás, afirmou que os “recursos ilimitados” do projeto foram, na verdade, um desafio “bastante perigoso” para a criatividade.

A declaração foi dada à revista Vanity Fair. Chloé Zhao, portanto, promovia seu novo filme, Hamnet. Este é seu primeiro trabalho desde a estreia na Marvel.

“Recursos ilimitados são perigosos”

Zhao explicou como a experiência em Eternos a preparou para seu novo longa. “Eternos me preparou para Hamnet porque é uma construção de mundo”, disse a cineasta. “Antes disso, eu só havia feito filmes que existiam no mundo real.”

Ela, então, detalhou a principal lição que aprendeu. “Eternos tinha uma quantidade ilimitada de dinheiro e recursos”, afirmou. “E aqui [em Hamnet] temos uma esquina que podemos pagar. […] Eternos não tinha muitas limitações, e isso é bastante perigoso. Como só temos aquela esquina, de repente tudo tem um significado.”

O legado agridoce de ‘Eternos’

Eternos, de fato, teve uma trajetória conturbada. O filme foi um dos mais mal avaliados da história do Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Ele, por exemplo, tem apenas 47% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Sua bilheteria de US$ 402 milhões também foi vista como uma decepção para os padrões do estúdio.

O futuro incerto dos personagens

A recepção morna do filme deixou o futuro dos personagens em aberto. O ator Kumail Nanjiani, por exemplo, revelou recentemente que assinou um contrato para seis filmes da Marvel. No entanto, ele confessou que, após o fracasso do longa, “nada disso aconteceu”.

A atriz Gemma Chan, por sua vez, se mostrou mais esperançosa. Ela disse sentir que há “negócios inacabados” com a história. Chan, portanto, afirmou que voltaria a interpretar a personagem Sersi, se fosse chamada.

Enquanto isso, a Marvel segue com seus planos. O próximo filme do estúdio é Homem-Aranha: Um Novo Dia, previsto para julho de 2026. A reflexão de Chloé Zhao, por fim, oferece um raro vislumbre. Ela mostra os desafios criativos por trás de uma superprodução. Além disso, a cineasta prova que até mesmo as experiências difíceis podem gerar grandes aprendizados.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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