Cientistas dos Estados Unidos revelaram a descoberta do primeiro “buraco negro triplo”, um fenômeno que surpreendeu a comunidade científica. A equipe de físicos do MIT e Caltech identificou este sistema inédito, algo que nem imaginavam ser possível. O estudo foi publicado esta semana na revista Nature e já desperta grande curiosidade entre os especialistas.
Normalmente, os buracos negros são encontrados em pares, orbitando um objeto cósmico, como uma estrela ou até mesmo outro buraco negro, e lentamente sendo arrastados pela força gravitacional um do outro. No entanto, a nova descoberta adiciona um nível de complexidade até então não documentado, com três corpos interagindo de formas muito distintas.
Afinal, o que é o buraco negro triplo?
Embora o nome possa sugerir três buracos negros juntos, a realidade é um pouco diferente. Este sistema consiste em um buraco negro central, que está consumindo uma pequena estrela que orbita muito próxima dele, completando uma volta a cada seis dias e meio. Ao mesmo tempo, uma segunda estrela orbita o mesmo buraco negro, porém, em uma distância muito maior, estimada em cerca de 70 mil anos para completar uma volta completa. A descoberta foi feita acidentalmente, durante uma análise astronômica de rotina.
Este comportamento incomum faz com que os cientistas se questionem sobre a origem desse sistema triplo e sobre como o buraco negro é capaz de manter sua atração gravitacional em objetos tão distantes.
Como isso é possível?
A formação de buracos negros geralmente está associada à explosão violenta de estrelas moribundas, um processo conhecido como supernova. Essa explosão poderosa e luminosa resulta no colapso da estrela em um buraco negro invisível. A teoria é que a supernova que criou o buraco negro também pode ter empurrado a estrela externa para uma órbita distante, resultando no sistema triplo observado.
“Evolução super emocionante”
Kevin Burdge, autor principal do estudo e pesquisador no Departamento de Física do MIT, descreve a descoberta como “super emocionante” para a compreensão da evolução dos buracos negros. Segundo ele, o sistema recém-descoberto desafia as crenças sobre como esses objetos celestes se formam e interagem.
“Achamos que a maioria dos buracos negros se forma a partir de explosões violentas de estrelas, mas esta descoberta ajuda a questionar isso”, afirma Burdge. Ele também sugere que essa configuração não é fruto de coincidência: “Estamos vendo duas estrelas que estão se seguindo porque estão presas por esta fraca corda de gravidade”.
A descoberta do buraco negro triplo levanta novas perguntas sobre a possibilidade de existirem outros sistemas semelhantes no universo, abrindo caminho para mais investigações sobre a dinâmica e a formação desses fenômenos cósmicos.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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