Cineasta diz que Wicked será ‘censurado’ se EUA seguirem o rumo da “direita”

“Wicked” divide opiniões nos EUA com mensagem política radical e conquista indicações ao Oscar e Globo de Ouro.
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Cineasta Adam McKay aponta potencial censura ao filme nos EUA em meio a elogios à atuação de Ariana Grande e mensagem radical

O musical “Wicked”, que já enfrenta controvérsias internacionais como sua breve retirada de cartaz no Kuwait, foi tema de um intenso debate político nos Estados Unidos. O cineasta Adam McKay, conhecido por suas obras com viés crítico e político, sugeriu que o filme pode enfrentar desafios similares no futuro devido ao cenário político norte-americano.

No X (antigo Twitter), McKay descreveu o primeiro filme da saga como “um dos filmes mais radicais de grandes estúdios de Hollywood já feitos”. Para o diretor de “Don’t Look Up”, a narrativa de “Wicked Parte 1” aborda diretamente temas como radicalização diante do fascismo, propaganda e carreirismo. Ele chamou atenção para o fato de o filme chegar ao público em um momento em que, segundo ele, “a América nunca foi tão de direita e propagandizada”.

Crítica política e previsão de censura

Respondendo a outro usuário na plataforma, McKay afirmou que não se surpreenderia caso “Wicked” fosse banido nos EUA nos próximos anos, caso o cenário político atual se intensifique. O cineasta destacou que essa reação não seria inédita, dado o tom radical da obra e sua mensagem subversiva.

“Minha filha me disse que o livro é selvagem e vale a pena ler”, comentou McKay, em referência ao romance de 1995 que originou o musical. Escrito por Gregory Maguire, o livro aborda temas como preconceito, autoritarismo e resistência, oferecendo um contexto mais profundo para a história da Bruxa Má do Oeste.

Conquista de prêmios e elogios

Apesar das controvérsias, o filme é apontado como um dos grandes concorrentes ao Oscar, especialmente na categoria de Melhor Filme. Além disso, recebeu indicações ao Globo de Ouro, incluindo Melhor Musical/Comédia e prêmios de atuação para Cynthia Erivo e Ariana Grande.

Grande, que interpreta Glinda, foi alvo de elogios específicos por McKay: “É uma atuação tão boa quanto você encontrará em qualquer gênero”.

“Wicked” no centro de um debate cultural

O musical, originalmente um sucesso da Broadway, já era reconhecido por abordar temas políticos e sociais relevantes. No entanto, McKay traçou paralelos entre o impacto da produção e outros filmes de estúdios que considera radicais, como “A Noviça Rebelde” e “Jogos Vorazes”, destacando como o cinema pode carregar mensagens transformadoras.

Com a sequência já em produção e marcada para 2025, “Wicked” promete continuar no centro do debate entre entretenimento e política, ao mesmo tempo em que consolida sua posição como um marco cultural.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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