A atriz Claudia Raia usou suas redes sociais na última terça-feira (4) para expressar sua indignação com a vitória de Mikey Madison, de 25 anos, na categoria de Melhor Atriz no Oscar 2025. A premiação, que era uma das mais aguardadas, contava com a brasileira Fernanda Torres, 59, e Demi Moore, 62, entre as indicadas.
Raia sugeriu que a decisão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas reflete um padrão etarista, favorecendo atrizes mais jovens em detrimento da experiência e maturidade artística.
Claudia Raia critica decisão: “Muito injusto”
A atriz começou seu desabafo afirmando que não pretendia comentar o resultado, mas sentiu que precisava falar sobre o que considera uma grande injustiça.
“Não ia falar. Ia ficar quietinha, porque a Nanda pediu que a gente só mandasse amor, mas não estou conseguindo porque achei muito, muito injusto o [prêmio] de Melhor Atriz do Oscar”, declarou.
Ela mencionou especificamente Demi Moore, que interpretou uma personagem forte e complexa em seu filme indicado, e Fernanda Torres, que viveu Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui.
“Mas perder para a Mikey não dá. Demi Moore perder para ela… realmente não dá. A gente está falando de qualidade de trabalho, maturidade cênica e talento“, criticou.
“É etarista ou não é?”, questiona Raia
Segundo Claudia, a vitória de uma atriz tão jovem sobre concorrentes mais experientes reforça o culto à juventude na indústria cinematográfica.
“De repente, quem ganha é uma menina de 25 anos que tem um trabalho OK e está fazendo uma prostituta romantizada. É etarista ou não é? De novo, estamos falando da posição da mulher nesse lugar”, pontuou.
Ela também questionou o fato de Demi Moore só ter sido indicada pela primeira vez aos 62 anos, apesar de uma carreira de grandes bilheterias.
“Por que a Demi Moore não ganhou? Porque ela tem 62 anos e uma carreira de 40 anos. Isso não teria que ser visto ou revisto? É a primeira vez que ela é indicada ao Oscar, o que é surreal”, destacou.
O problema da representação feminina no cinema
Para Raia, a escolha da Academia demonstra que a indústria ainda precisa evoluir na forma como enxerga mulheres acima dos 50 anos no cinema.
“Os melhores trabalhos dessa temporada das atrizes eram mulheres 50 a mais. Quer queira ou não queira, a indústria cinematográfica vai ter que olhar para isso. Como é que vai ser?”
Ela encerrou sua fala criticando o padrão de papéis oferecidos às atrizes mais jovens:
“Colocando a mulher, de novo, como sex symbol, como uma prostituta romantizada, a menina jovem, o culto à juventude. Tudo isso. Muitas mensagens a serem decifradas e desvendadas. Precisava desabafar.”
A declaração de Claudia Raia gerou grande repercussão entre os fãs e no meio artístico, reacendendo o debate sobre etarismo e desigualdade de oportunidades para mulheres maduras em Hollywood.