A participação de Jacob Geller como consultor no remake de Silent Hill 2, desenvolvido pela Bloober Team em parceria com a Konami, reacendeu discussões sobre suas declarações polêmicas a respeito da comunidade gamer. Geller, que trabalha na Hit Detection LLC, compartilhou nas redes sociais sua colaboração no projeto, sem entrar em detalhes sobre o jogo. No entanto, é seu histórico de comentários críticos que atraiu a atenção dos fãs e da imprensa.
Em postagens anteriores, Geller sugeriu que o mundo seria “melhor sem jogadores”, o que gerou controvérsia. Essa declaração veio em resposta a uma pergunta feita em 2019 por Bijan Stephen, escritor da Compulsion Games, que provocava uma reflexão sobre ideias aparentemente absurdas que poderiam melhorar o mundo. Além disso, Geller já havia feito críticas sobre a forma como gamers lidam com discussões políticas em jogos, especialmente questões relacionadas a raça e gênero. Em uma de suas postagens, ele criticou o que chamou de incapacidade dos jogadores em reconhecer figuras como Hideo Kojima e Yoko Taro como políticos, afirmando que a visão sobre “política em jogos” é frequentemente limitada a debates de gênero e raça.
Essas opiniões reforçaram a percepção de que parte da atual geração de roteiristas e consultores no setor de entretenimento está cada vez mais voltada para integrar agendas políticas em suas criações. Críticos como o romancista Isaac Young veem isso como uma tentativa de “perverter” obras cinematográficas, televisivas e de videogames, apontando que muitas dessas produções estariam mais preocupadas em recompensar aliados ideológicos e punir oponentes do que em entreter o público.
Polêmicas e expectativas em torno do remake
Embora o remake de Silent Hill 2 seja altamente aguardado, especialmente pelos fãs da franquia de terror, a revelação do envolvimento de Geller trouxe um novo nível de atenção para o projeto. A comunidade gamer, que tem uma relação próxima com a franquia, pode se sentir dividida entre a expectativa pelo retorno de um clássico e o desconforto gerado pelas declarações do consultor.
A questão central que surge é até que ponto a visão pessoal de Geller pode influenciar o conteúdo do remake e como isso será recebido por um público que já se mostrou crítico a abordagens excessivamente políticas em jogos. A indústria de games, que já se viu no centro de debates sobre inclusão de agendas sociais em suas produções, pode novamente enfrentar um conflito entre o desejo de inovação e a preservação da essência de títulos icônicos como Silent Hill 2.