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Crítica | Aliens, O Resgate faz de Sigourney Weaver a melhor heroína do cinema

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Catálogo, Cinema, Críticas•2 de setembro de 2022•12 Minutes

É inegável a importância de Alien, O Oitavo Passageiro na história do cinema. Foi um forte veículo para as carreiras do diretor Ridley Scott e da atriz Sigourney Weaver, que em 1979 ainda caminhavam lentamente e também para a ficção científica no cinema que ganha um sólido exemplar de como se fazer horror dentro do gênero. Foi um sucesso marcado por seu minimalismo e pelo silêncio da trama, rendendo um longa verdadeiramente apavorante.

Quando a Fox anunciara que um até então semi-desconhecido James Cameron (ele havia acabado de lançar o primeiro Exterminador do Futuro) fora contratado para escrever e dirigir uma continuação, haveríamos mais um marco gigantesco no gênero. Há exatos 30 anos, Cameron lança Aliens, O Resgate, uma continuação que reinventa o conceito do original e o transforma em algo novo e mais expansivo, sendo um exemplo crucial que toda continuação deveria seguir.

A Grande Heroína

A trama começa 56 anos após o embate entre Ellen Ripley (Weaver) e o alien xenomorfo  a bordo da nave Nostromo. Encontrada à deriva no espaço em estado criogênico, a tenente é logo levada para uma instalação das indústrias Weyland-Yutani e se surpreende com as mudanças durante sua longa ausência: além da morte de sua filha, Ellen se espanta ao descobrir que o planeta LV-426, onde sua tripulação fez o primeiro contato com a criatura alienígena, está sendo colonizado. A fim de comprovar a veracidade de sua árdua história de sobrevivência, Ripley e uma tropa de marines são enviados para inspecionar o planeta e recuperar o contato perdido com os colonos.

Só pela premissa já vemos que se trata de algo muito diferente do anterior. Toda a claustrofobia de Ridley Scott dá espaço a uma aventura de ação com fortes toques de suspense, sendo uma obra-prima dentro de seu próprio gênero, ao mesmo tempo em que se mostra um perfeito sucessor para o original. A começar, claro, pela personagem de Ripley. O roteiro de Cameron oferece um insight poderoso para a tenente, que se vê forçada a confrontar seus pesadelos novamente e ainda recuperar uma forte relação maternal ao encontrar a sobrevivente Newt (Carrie Henn), em um ótimo paralelo com todo o horror que se desenrola – a motivação vinda através de um arrepiante pesadelo que toma conta do primeiro ato é muito eficiente.

E o melhor de tudo: Ripley agora é uma badass. Já era interessante observar o crescimento da personagem no anterior, com Ripley lentamente adquirindo alguma força e poder entre a desconfiada tripulação da Nostromo. Aqui, Ripley é a mais experiente entre um grupo de marines armados, e a excelente performance de Sigourney Weaver (merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1987) cria uma mulher realista e cheia de camadas; sendo a retomada de um senso de maternidade com Newt a mais forte delas. Não tenho dúvidas de que, ao vê-la surgindo com um imponente exoesqueleto de metal gritando o agora imortal “Get away from her, you bitch!” foi a confirmação de que tínhamos ali a melhor heroína de ação da história do cinema americano.

Tropas Estelares

Vemos muitos elementos aqui que viriam a ser explorado em longas futuros de Cameron, principalmente suas experiências com paletas azuis e laranja em O Exterminador do Futuro 2: Julgamento Final e o conceito de militarização de tropas espaciais em Avatar. O núcleo dos marines é agradavelmente preenchido de diversos estereótipos de personagens típicos de gênero, como o comandante ranzinza (Al Mathews), o líder imponente (Michael Biehn) e o piadista (Bill Paxton, uma perda imensa), responsável por alguns dos melhores bordões do longa graças à sua sagacidade e covardia :“Game over, man! Game Over”. Isso sem falar que ainda temos o andróide Bishop (Lance Henriksen), que revela-se um dos mais interessantes e gentis personagens de toda a projeção, e a durona Velazquez (Jenette Goldstein) – seguindo a escola de Cameron de personagens femininas fortes.

A exploração entre essas figuras tão distintas garante um apego humano palpável – arrisco a dizer, até maior do que aquele entre a tripulação do original – e até mesmo um bem-vindo alívio cômico que se equilibra muito bem com os momentos de tensão, além de Cameron trabalhar bem a evolução do personagem de Biehn, que vai construindo uma relação de amizade (e até um possível interesse romântico) com Ripley. De forma similar, isso também de forma discreta entre Ripley e Bishop, já que a protagonista é incapaz de confiar em um andróide após sua experiência traumática com Ash no anterior; mas para sua surpresa, e do espectador, Henriksen faz dele uma figura verdadeiramente leal e por qual torcemos.

Utilizando a mesma estratégia, mas com um efeito inverso, o roteiro do diretor é habilidoso em enganar o espectador das intenções do simpático burocrata Burke (Paul Reiser), personagem que desde o início mostra-se o único companheiro e apoiador das ideias de Ripley naquele ambiente, apenas para sutilmente inverter o jogo e fazer do sujeito o vilão mais frio de todo o longa. É uma reviravolta espetacular, e que Cameron extrai o máximo de suspense quando Burke prende Ripley e Newt em uma sala com dois facehuggers, revelando o interesse do personagem em levar a criatura de volta para a Terra e transformá-la em uma espécie de arma biológica. Em certo momento, até a própria protagonista questiona se as criaturas alienígenas são realmente piores do que a ganância do Homem.

E quando chegamos no quesito terror, vemos que Cameron aprendeu a escola de suspense com Scott. A icônica cena em que acompanhávamos luzes de radar que indicavam a localização de personagens retorna agora com uma escala muito maior (afinal, este filme se chama ALIENS), e Cameron explora esse mundo maior com um design de produção aterrador que nos leva dentro dos casulos dos xenomorfos e uma fotografia que abraça muito mais as sombras e tons azulados do que o original. A condução de Cameron em cenas em que antecipamos certos eventos é poderosa, com o uso mínimo da trilha sonora agitada de James Horner e uma montagem paralela inteligente, também funcionando quando as cenas de ação entram em jogo, já que o suspense o pavor que os personagens – e o espectador – têm pelas criaturas são um fator essencial, e é um sentimento de empolgação e vibrância ver as cabeças dos xenomorfos sendo atingidas por tiros sem comparação, pois a mise en scène de Cameron nos coloca junto aos marines, colados no confronto.

Sua Alteza

O design das criaturas é outro ponto alto. Temos muito mais criaturas do que anterior, e o visual criado pelo artista plástico H.R. Giger permanece quase que o mesmo, mas com algumas modificações para tornar os aliens mais ágeis e animalescos, o que garante sequências grandiosas, como aquela em que as criaturas surpreendem os marines pela tubulação ou quando em um longo plano acompanhamos um dos marines vasculhando o casulo, cujas paredes sinuosas e melequentas revelam-se um ótimo dispositivo de camuflagem para os xenomorfos.

Porém, o grande destaque da produção, a jóia da impecável carreira do supervisor de efeitos especiais Stan Winston, é a antagonista principal: a Rainha Alien. É uma versão jumbo do xenomorfo que representa um dos pilares do trabalho de bonecos e marionetes no cinema, sendo assustadora e incrível de se ver em cena mesmo 30 anos depois; colocando no chinelo até o melhor dos trabalhos CGI da Industrial Light & Magic ou Weta. O nível de detalhes para seus múltiplos braços, a “boca interna” maior do que o comum e sua icônica cabeça que traz um apropriado formato de coroa, caindo como uma luva para sua posição de realeza, é um trabalho primoroso.

O confronto entre Ripley, armada de uma empilhadeira mecânica, e a Rainha é de ficar tatuado na memória, sendo ainda mais poderosa pelo fato de termos ali duas “mães” lutando para proteger suas proles e por Cameron oferecer uma briga lenta e pesada, onde cada golpe e movimento é sentido pelo espectador, frisado pela ausência de música e a precisão dos efeitos sonoros. Além disso, a força dessa briga é ainda maior por Cameron já ter nos apresentado a empilhadeira no começo do filme, sendo usada para uma função operacional simples, respeitando assim uma valiosa regra de roteiro, que é introduzir justamente uma ferramenta tão poderosa e crucial para a resolução da história – que homenageia o filme original ao trazer Ripley se livrando da Rainha da exata mesma forma como o fez anteriormente no primeiro filme, pelo uso de uma câmara de vácuo.

Aliens, O Resgate é sem dúvida alguma uma das melhores continuações já feitas, podendo até mesmo dizer que se equipara ao original em praticamente todos os aspectos, sem nunca limitar-se a uma cópia de estrutura ou ritmo. James Cameron transformou o terror em ação e a figura de Sigourney Weaver em um de seus mais icônicos representantes da História do gênero no cinema. Um filme inesquecível.

Aliens, O Resgate (Aliens, EUA – 1986)

Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Bill Paxton, Carrie Henn, Al Mathews, Lance Henriksen, Jenette Goldstein, Paul Goldstein, William Hope, Mark Rolston, Ricco Ross, Colette Hiller
Gênero: Ação, Ficção Científica
Duração: 137 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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