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Crítica | Beijos Proibidos - A Inconstância do amor

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•31 de maio de 2018•5 Minutes

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e considerado por uma variedade de críticos como uma das melhores obras de François Truffaut, Beijos Proibidos mais uma vez traz para o centro da narrativa o personagem Antoine Doinel, alter-ego do próprio Truffaut e protagonista da obra-prima Os Incompreendidos e do curta Antoine et Colette. O espectador que não assistiu a tais filmes, porém, não deve se preocupar – Beijos Proibidos se sustenta por si só e não requer nenhum conhecimento prévio. Assim como em seu primeiro longa-metragem, o diretor trabalha em cima das dificuldades do amor – dessa vez, contudo, a paixão entre o homem e a mulher sob uma ótica mais bem-humorada, trazendo consigo doses bem posicionadas de risadas e tensão.

Antoine (Jean-Pierre Léaud) é um jovem, já por volta de seus vinte e poucos anos, que, aparentemente, não consegue acertar em nada. Alistou-se no exército somente para passar a maioria desse tempo na prisão militar por desacato. Quando é dispensado (sem a menor honraria) do serviço, passa a trabalhar em um hotel, onde poucas noites depois é mandado embora por violar a privacidade de uma cliente. No ramo amoroso, é perdidamente apaixonado por Christine Darbon (Claude Jade), uma linda moça que, ao seu ver, não corresponde seus sentimentos. Sua desolação amorosa, ainda que acompanhada pela sua incansável insistência, acaba o levando por caminhos nada convencionais e logo se torna um detetive particular, cuja primária ocupação é nada mais que invadir as relações pessoais de indivíduos afora.

acompanha o emocional do protagonista através dos constantes movimentos de câmera e cortes bruscos, dando à narrativa uma nítida sensação de inquietação. A montagem, em especial, pode causar um desconforto nas audiências, porém, mesmo o espectador médio perceberá a importância dessa sensação. Jean-Pierre Léaud, mais uma vez, vive magistralmente essa representação em tela do diretor e consegue nos passar, desde os primeiros planos, a excentricidade de seu personagem. Sua linha de raciocínio está longe de ser cem por cento clara e o diretor faz bom uso dessa característica para causar bem-vindas risadas no espectador.

Rapidamente o clima sedimentado pela obra se torna um de seus maiores atrativos, convidando o espectador a sentir como seus personagens. A identificação é praticamente imediata, trazendo à tona em nossa memória as loucuras que já fizemos pelo amor. O roteiro, porém, não permanece nessa infindável jornada de conquista amorosa e insere pontuais e marcantes dúvidas em seu protagonista, que garantem uma evidente riqueza ao texto. Pouco a pouco a imprevisibilidade preenche a narrativa, ao mesmo tempo que passamos a pensar como o personagem central.

Esse conhecimento que temos do protagonista vai sutilmente se formando ao longo da projeção. Enquanto acompanhamos as peripécias de Antoine, sua empreitadas como investigador particular, sua personalidade é firmemente construída. Seu olhar e linguagem corporal transmitem as palavras que sua boca parece querer esconder, ao ponto que seu constante silêncio sustenta o humor da obra. A discreta evolução do personagem se faz nítida quando, já nos minutos finais do longa-metragem, olhamos para trás: Doinel, por mais que mantenha sua personalidade inquieta, é uma pessoa completamente diferente daquela que fora dispensada do exército, distanciando-nos temporalmente do princípio da narrativa.

Com uma mistura perfeita de humor e drama, François Truffaut nos traz mais um inesquecível capítulo da vida de Antoine Doinel. Beijos Proibidos é um filme que mostra o talento desse diretor, que sabe trabalhar cada aspecto de seu audiovisual para compor essa narrativa sobre a inconstância do amor. Definitivamente uma obra que merece ser conferida e que, evidentemente, se sustenta por si só, dispensando um conhecimento prévio de Os Incompreendidos, ainda que esse, sem dúvidas, também seja um filme obrigatório.

Beijos Proibidos (Baisers Volés – França, 1968)

Direção: François Truffaut
Roteiro: François Truffaut, Claude de Givray, Bernard Revon
Elenco: Jean-Pierre Léaud, Claude Jade, Delphine Seyrig, Michael Lonsdale, Harry-Max, André Falcon, Daniel Ceccaldi, Claire Duhamel
Gênero: Comédia, drama

Duração: 90 min.

Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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