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Crítica | Cam - A perda de identidade no meio digital

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•17 de novembro de 2018•7 Minutes

Estamos acostumados a assistir produções de alta qualidade da Blumhouse sobre os mais variados temas, mas sempre com foco no terror. Queira ou não os longas da empresa têm a capacidade de impressionar o público com histórias originais e apavorantes. Pois agora eles dão um grande passo no sentido de criar algo maior com uma narrativa bastante complexa. Cam (Daniel Goldhaber) é daqueles filmes que anos vão se passar e ainda será lembrado por ter feito algo que muitos longas do gênero tentaram e não conseguiram que foi o de surpreender com um terror psicológico bem trabalhado e o de criar um mistério de difícil compreensão a respeito do que está sendo apresentado. 

A trama segue Lola (Madeline Brewer), uma garota que construiu em sua residência um set de filmagem em que faz vídeos para a internet, mas não é uma vlogueira no sentido normal da linguagem e sim uma camgirl, uma modelo virtual que realiza práticas sexuais em troca de dinheiro virtual. Há um ranking em que a garota se prende e vai até os limites imagináveis do fetichismo para conseguir a atenção do público e assim subir nesse raking. Claro que tudo tem um preço e uma clone começa a usar a sua conta e a se passar por Lola para realizar seus serviços em seu lugar. 

Claro que a partir do momento em que ocorre o roubo da conta e de identidade de Lola há uma busca para tentar encontrar o possível vilão e é aí que o filme acerta em cheio, pois às vezes em uma história não existe outro alguém para se culpar e esse vilão pode ser você mesmo, assim como realmente aconteceu no longa. O perigo pode parecer ser outra pessoa que invadiu seu computador e roubou seus dados ou alguém que está se passando por você usando efeitos especiais para mudar seu rosto, mas o que o diretor quer realmente nos mostrar é que a vilã no caso é a própria Lola e sua ânsia em se tornar importante e relevante no meio digital. 

Para que o telespectador entenda Cam é necessário que não se olhe para a história de uma maneira racional, pois não há nada de lógico ali apresentado. Tudo é uma grande metáfora sobre o mundo digital em que vivemos. A começar pela própria perda de identidade, no longa essa perda acontece literalmente, pois a garota está tão fanática em chegar entre nas cinquenta mais assistidas que ela começa a viver uma outra realidade que é a do show online. Lola não é aquilo nem daquele jeito que está sendo apresentada, mas precisa ser outra pessoa para que gostem dela.

Também é um grande acerto do diretor Daniel Goldhaber tratar de outros assuntos muitos pertinentes em relação ao digital como, por exemplo, o preconceito com pessoas que trabalham nesse meio. São algumas passagens que são inseridas para dar esse tom de que trabalhar com internet não é um trabalho de fato. Lola tira a roupa para ganhar dinheiro e não há nada que a impeça de fazer isso, mas a sociedade enxerga isso com outros olhos, uma crítica interessante e atual quanto aos velhos valores em relação os novos valores. 

Há ainda outro tema que pode ter passado despercebido do público, mas é uma sacada muito inteligente que é a da espetaculização da violência e o mercado de tragédias, pois ao longo do filme são vários casos de violência que são praticadas pela própria protagonista contra si, sempre assistidas por centenas de espectadores e cada vez que prática algo mais violento vai recebendo mais dinheiro e mais atenção do público.

O roteiro aborda esses temas de forma bastante competente, pois eles são colocados ali não por acaso e o diretor não dá a entender que está criticando essas práticas, ele dá um jeito de enganar o público ao abordar o mercado de sexo virtual e que de início parece ser a real crítica a pessoas que consomem conteúdo digital com a única e exclusiva finalidade de sentir prazer e achar que é amigo de alguém que conheceu pela internet mesmo sem nunca tê-la visto presencialmente.

Uma grande vantagem do longa é o elenco reduzido, em algumas produções isso poderia atrapalhar o andamento da história, mas em Cam o acerto está em fazer com que a protagonista busque formas de reconquistar sua conta e entender tudo o que está acontecendo. Há personagens secundários que dão ainda mais mistério para o andamento da narrativa e fazem o mistério ficar ainda maior do que já é. Madeline Brewer (The Handmaid’s Tale) é uma ótima atriz e encara o papel de interpretar ela mesma de forma competente e surpreendente, prende a atenção do público e ajuda a contar a história de forma perfeita. 

Alguns filmes já trataram sobre o assunto dos problemas no meio digital como Unfriended em que mostra o bullying virtual ou Nerve em que os usuários precisavam realizar desafios para se tornarem mais populares. São produções que desde o início dizem sobre o que é diferente do que ocorre com Cam que desde o momento em que o mistério é inserido fica aquela duvida do que seria aquele duplo de Lola. Como dito acima, não é para se assistir logicamente como estamos acostumados a ver em outras produções, é apenas para entrar na vibe do diretor e entrar na mente da protagonista em ser uma pessoa querida por todos.

Cam (Cam, EUA – 2018)

Direção:  Daniel Goldhaber
Roteiro: Daniel Goldhaber, Isa Mazzei, Isabelle Link-Levy
Elenco: Madeline Brewer, Patch Darragh, Melora Walters, Devin Druid, Imani Hakim, Michael Dempsey, Flora Diaz
Gênero: Horror, thriller, mistério

Duração: 94 min

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Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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