Kate Beckinsale é o exemplo de atriz que mudou como um camaleão desde que iniciou sua carreira no cinema. É uma artista de alto escalão em Hollywood, mas que não tem recebido a devida atenção. Tendo atuado em comédias românticas e thrillers, só se encontrou mesmo nos filmes de ação..
Em Canário Negro, Beckinsale interpreta a Agente americana da CIA Avery Graves, ela vive na Croácia com seu marido David (Rupert Friend), que ele entra de gaiato em uma história que não tem nada a ver. É sequestrado e os criminosos pedem para que Graves roube um arquivo secreto de computador da CIA, chamado de Canário Negro.
Ou seja, de espionagem a trama em si não tem nada, mais parecendo um thriller sobre sequestro em que Graves é a heroína e precisa salvar o seu marido. É bastante óbvio que Graves será procurada pelos Agentes da CIA, incluindo seu chefe Jarvis Hedlund (Ray Stevenson em um de seus últimos papéis) que ainda tem resquicios de confiança em Avery.
O roteiro de Mateus Kennedy é cheio de inconsistências e fraco em gerar uma motivação em Graves que fuja dos habituais clichês, até porque um sequestro de familiar para pedir um resgate em troca para um Agente Secreto ou policial é algo que já presenciamos em diversas produções do gênero.
Se o roteiro é raso o mesmo pode-se dizer da direção de Pierre Morel, cineasta que ganhou destaque com o divertido Busca Implacável, que alçou Liam Neeson a um ícone moderno de filmes de ação.
Morel busca fazer o mesmo com Kate Beckinsale, mas sua personagem é tão vazia e as cenas de luta que sua personagem está envolvida são tão genéricas, que acaba enterrando a personagem e, consequentemente, sua atuação.
A indecisão em não conseguir escolher entre filmar um filme de espionagem ou de sequestro deixa a trama sem destino certo. Isso sem mencionar o fato de o longa não ter emoção alguma, até porque o relacionamento entre Avery e David é tão mal apresentado que a única coisa que sabemos sobre os dois é que estão casados.
Pierre Morel deu praticamente um Ctrl + C e Ctrl + V em seu próprio filme, já que fica bem claro que o longa é uma cópia mal feita de Busca Implacável. Isso demonstra que nem sempre repetir a fórmula de algo que já deu certo resulta em sucesso, e Canário Negro é um grande exemplo disso.
Canário Negro (Canary Black, EUA– 2024)
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Matthew Kennedy
Elenco: Kate Beckinsale, Rupert Friend, Ray Stevenson, Jaz Hutchins, Goran Kostic
Gênero: Ação, Drama
Duração: 101 min.