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Crítica | Eu, Christiane F. Continua chocando 40 anos após seu lançamento

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•3 de agosto de 2022•6 Minutes

Muito antes da série Skins (2007) se consagrar por acompanhar os dramas adolescentes, abordando na época temas como uso de álcool e consumo de drogas entre jovens, e Euphoria (2019) tratar de vários temas modernos, entre eles também está o do uso das drogas como alternativa para fuga da realidade. Eu, Christiane F. 13 Anos, drogada e Prostituída (1981) já havia feito um registro do assunto de forma crua e com uma veracidade que no período havia sido pouco apresentado até então.

O diretor Uli Edel (O Grupo Baader Meinhof) em seu primeiro trabalho no cinema fez um competente trabalho ao adaptar a obra literária escrita por Kai Hermann e Horst Rieck, que contava com detalhes quatro anos da vida de Christiane, que vão dos seus 12 aos 15 anos, mostrando suas experiências traumáticas com o uso excessivo de álcool, depois indo parar no mundo das drogas, usando e abusando da heroína, e por fim o caminho da prostituição infantil.

O longa lançado no início da década de 80 é um retrato de como era a sociedade alemã no período da Berlim Ocidental, época em que o muro de Berlim seguia erguido separando a Alemanha. Portanto, ao assistir Christiane F. é de se fazer uma viagem ao período retratado pelo cineasta ao submundo de Berlim, em que Christiane (Natja Brunckhorst), sua melhor amiga Babsi e seu jovem namorado Detlev (Thomas Haustein) vivem em uma sociedade marginalizada e sucumbem ao violento mundo das drogas.

Por ser filmado na década de 80, a produção fez um relato de como a heroína estava se disseminando entre os jovens naquele momento, e em busca de mais e mais doses acabavam fazendo de tudo para conseguir dinheiro e comprar mais droga. Impressionante como passados 40 anos, o longa de Uli Edel ainda permanece atual nos dias de hoje, sendo que naquela época já havia uma epidemia no vício em drogas como heroína e cocaína, e hoje há uma explosão muito maior com o uso e a expansão das drogas sintéticas e do crack.

Há uma carência no roteiro escrito por Herman Weigel no sentido em que parece não haver muita esperança para Christiane F. e seus amigos, e o diretor segue bem essa linha de exibição, o que não é verdade, já que em dado momento, quando a protagonista e Detlev tentam largar o vício, há um rápido declínio para o sombrio mundo das drogas e da prostituição infantil. Ou seja, há sim uma esperança para os personagens, mas o foco está em querer retratar a degradação da geração de jovens.

Outro acerto de Uli Edel foi o de apresentar gradativamente a piora da garota e  a de seus amigos e de como todos, pouco a pouco, foram naufragando para o fim por causa do vício em heroína. Uma produção que também tratou desse assunto, do vício em drogas, com uma narrativa parecida com a de Christiane F., foi Réquiem para um Sonho (Darren Aronofsky), pelo menos seu tom sombrio usado na trama, que se assemelha em algumas situações ao longa de 81.

O ponto alto de Christiane F. foi o de assistir de forma nostálgica ao show de David Bowie em que ele canta Station to Station na disputada Sound, considerada no período uma das mais modernas discotecas da Europa. Bowie estava em seu auge, já havia lançado álbuns que logo se tornariam verdadeiros clássicos, como Aladdin Sane e Heroes. No longa, o uso da imagem de David Bowie poderia funcionar como uma espécie de fuga da realidade para Christiane, mas não acontece nada disso, pelo contrário, ela tão logo se torna viciada em heroína e acaba por ter que deixar para trás seu fascínio pelo camaleão do rock.

Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída é um filme duro de assistir, difícil de acompanhar as cenas em que Christiane e seus amigos surgem se picando com seringas. Tal escolha é feita justamente para chocar, para passar a mensagem de desconforto ao público e de como o uso de drogas pode destruir a vida de quem a consumir, transformando o usuário em um zumbi. Queira ou não é uma trama que se mantem atual, pode-se passar os anos e ainda continuará chocando.

Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, Ale – 1981)

Direção: Uli Edel
Roteiro: Herman Weigel, Kai Hermann (livro), Horst Rieck (livro)
Elenco: Natja Brunckhorst, Christiane Reichelt, David Bowie, Thomas Haustein, Jens Kuphal
Gênero: Biografia, Drama
Duração: 125 min.

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Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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