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Crítica | Feito Na América - A nova aposta de Tom Cruise

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•13 de setembro de 2017•8 Minutes

Em 2005, ano em que anunciou publicamente o noivado com a atriz Katie Holmes, Tom Cruise mal sabia que estava prestes a enfrentar uma série de turbulências que culminariam no encerramento súbito do contrato assinado há anos com a Paramount Pictures. Desde então, como uma maneira de sobreviver na jaula de leões hollywoodiana, ele estreitou os laços com Paula Wagner – a sua colega de longa data – e montou um grupo de confiança capitaneado por Christopher McQuarrie e Doug Liman. Com este último, por enquanto, a parceria rendeu dois filmes. O mais recente deles é o divertido Feito na América. 

Baseada em eventos reais, a história gira em torno de Barry Seal (Cruise), um frustrado piloto de vôos comerciais. Dono de uma personalidade inquieta e aventureira, ele supre a inércia da profissão traficando objetos de valor. Ao descobrir as suas ações ilegais, a CIA decide transformá-lo em um aliado na Guerra Fria. Sobrevoando e registrando com uma máquina fotográfica os territórios inimigos, ele finalmente encontra a emoção que tanto procurava. No entanto, depois de ser rastreado pelo cartel de drogas colombiano, é obrigado a transportar vários quilos de cocaína ao território norte-americano. Isso acaba por lhe gerar muito dinheiro, mas também o coloca em um caminho de excessos e perdição.

Com uma trama repleta de reviravoltas e apresentando fatos que até um roteirista criativo teria dificuldade de imaginar, Feito na América é o tipo de filme que segura as mãos do espectador logo nos minutos iniciais e o leva aos instantes derradeiros, sem que haja muito tempo para refletir ou respirar ao longo do trajeto. Construindo o seu roteiro sob uma sucessão ininterrupta de acontecimentos, Gary Spinelli cria uma experiência envolvente na qual não há espaço para se ater aos detalhes, personagens coadjuvantes ou dramas periféricos. Para o roteirista, o importante são os desvios comportamentais do protagonista.

Nesse sentido, a performance de Tom Cruise é certeira. Carismático, intenso e engraçado, o ator mostra ter compreendido a essência do personagem e o quão importante é a sua atuação para que a proposta do filme se concretize. De fato, a história é interessante o suficiente para atrair a nossa atenção – imaginar que tudo aquilo aconteceu realmente é uma fonte de constante fascínio -, porém, inegavelmente, a força motriz empurrando a trama para frente é o astro. São os os seus típicos exageros e a sua entrega física sempre invejável que nos guiam durante a projeção.

Outros elementos que também contribuem para a criação dessa narrativa agitada são a montagem acelerada e a trilha sonora. A primeira é eficaz na manutenção do ritmo estabelecido pelo roteiro de Spinelli e a interpretação de Cruise e a segunda se ocupa de embalar a ação com exuberância. Em relação às canções selecionadas, é necessário dizer que, assim como a fotografia de César Charlone, a direção de arte e o figurino, elas são essenciais na recriação de época. A história começa nos anos 1970 e, por várias vezes, o filme passa a impressão de ter sido realizado na década retratada (a estética da Nova Hollywood é constantemente invocada).

Todavia, mesmo com todas essas qualidades, Feito na América não ultrapassa a linha do mero entrenimento, e isso se dá principalmente por causa da direção de Doug Liman. Conhecido pela destreza com que compõe cenas de ação e momentos apreensivos, o cineasta parece ser incapaz de adaptar o seu estilo às necessidades da história. No caso deste longa, era vital que ele abandonasse o seu jeito mais “clássico” de filmar e abraçasse o improviso, a câmera na mão ou investisse na sincronização de movimentos obtida através da montagem. Infelizmente, ele não faz nada disso. 

Aliás, em alguns momentos chega a ser evidente a sua falta de intimidade com o material, como, por exemplo, a cena em que Barry é preso e diz aos policiais ao redor que será solto em breve. A piada é óbvia, mas, ainda assim, ela funcionaria caso Liman acelerasse o passo e mantivesse o timing cômico do instante. No entanto, acontece o oposto. Cadenciando em demasia, ele suga todo o humor que poderia existir na gag e, ao tentar quebrar a previsibilidade da brincadeira feita pelo protagonista, acaba finalizando-a de uma maneira completamente anti-climática. Ele até tenta deixar o filme mais dinâmico, empregando lentes de diferentes milímetros, planos desfocados e ângulos inusitados, mas esses recursos criam apenas diferentes texturas, auxiliando muito pouco no dinamismo da obra.

Se esses defeitos atrapalhassem apenas o ritmo, não estaríamos diante de um problema muito sério. Contudo, eles acabam sabotando a intenção do próprio roteiro. É óbvio que o objetivo de Spinelli era fazer uma sátira sobre como a CIA (Agência Central de Inteligência), ao usar uma estratégia que considerava genial, permitiu que o cartel de Pablo Escobar crescesse a custo de vidas norte-americanas. No entanto, em razão da direção irregular de Liman, a mensagem não é transmitida e o filme nunca atinge o seu objetivo, ficando sempre na linha tênue entre o drama e a comédia (como em Sr. e Sra. Smith). Isso faz com que surjam outros tipos de deméritos, como a superficialidade dos conflitos familiares e a passividade do protagonista, aspectos que não incomodariam se o filme fosse o deboche originalmente pretendido.

É verdade que, durante a projeção, a narrativa é tão intensa que, à primeira vista, essas deficiências passam despercebidas e a sensação geral é de que testemunhamos um filme perfeito em sua proposta. Mas, assim como no consumo da cocaína que o protagonista leva de um lado ao outro, há primeiro o torpor e, depois, a eventual melancolia, geralmente acompanhada de um reconhecimento melancólico. Diverte enquanto é projetado, porém, o filme não resiste fortemente às reflexões posteriores, gerando um triste suspiro diante do potencial desperdiçado.

Deste modo, já que não oferece muito material para considerações futuras, Feito na América nos deixa com uma questão pertinente apenas, e ela tem a ver tanto com a obra quanto com a carreira de Tom Cruise. Depois de tudo o que lhe aconteceu, é compreensível que opte trabalhar somente com os profissionais de sua confiança. Quando funciona, essa opção se mostra completamente justificada. Entretanto, não é todo material que será compatível com o estilo desses artistas. Este longa atual não era, e o resultado ficou muito aquém do que poderia ter sido.

Feito Na América (Made In America,  EUA – 2017)

Direção: Doug Liman
Roteiro: Gary Spinelli
Elenco: Tom Cruise, Dohmnall Gleeson, Sarah Wright, Caleb Landry Jones, Jesse Plemons, Lola Kirke
Gênero: Ação
Duração: 115 min

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Redação Bastidores

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