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Crítica | Ghost in the Shell (1995)

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•29 de março de 2017•11 Minutes

Ghost in the Shell, animação de 1995 dirigida por Mamoru Oshii e inspirada no mangá de mesmo nome de Masamune Shirow, é um dos animes mais conhecidos no Ocidente por ter inspirado não só filmes como games, quadrinhos e diversas mídias, sendo um dos expoentes do gênero cyberpunk. Com um peso histórico tão grande em suas costas, será que a animação sobreviveu ao tempo ou se tornou um mero fantasma de um passado distante?

A ação se passa em 2029, onde a tecnologia e a criação de ciborgues e membros ciberaperfeiçoados se tornaram a base da sociedade.  A agente ciborgue Motoko Kusanagi, a “Major”, líder do esquadrão de serviço secreto da Shell, é encarregada de deter um criminoso chamado Puppet Master (o mestre dos bonecos, em português), hacker com misteriosas intenções e que podem envolver não só o governo, mas os dilemas que Motoko vem tendo sobre seu papel em uma sociedade onde há uma tênue linha entre humanos e robôs.

Máquina e Homem

O plot acaba se tornando a porta de entrada para um debate muito mais profundo e filosófico sobre existencialismo e dualismo. Motoko é uma andróide que luta constantemente para entender seu papel naquele mundo. Vista por muitos como uma máquina de combate, ela questiona constantemente se há alma dentro de si. A contemplação diante de seu estado como ser e indivíduo dentro da sociedade a torna uma personagem fascinante, e que ironicamente é reforçado pelo seu semblante constantemente estéril, com pouquíssimas manifestações de emoções. Ela é um mero reflexo de um ser humano? Há uma alma em sua casca?

 Tais cenas são pontuadas pelo icônico tema de Kenji Kawai, que traz aqui uma trilha sonora que transforma o clima do filme, muitas vezes indo na contramão com a expectativa do espectador. Em uma cena onde há muita ação e preparo da polícia para deter bandidos, o foco não está necessariamente na ação dos militares, mas na contemplação que Motoko está passando na hora, questionando seu papel no meio daquela missão.

Aliás, a trilha sonora se faz ausente por boa parte do filme, para ressaltar a atenção do espectador nos momentos em que surge, criando situações em que nós contemplamos junto com Motoko o espaço ao redor dela. Em uma das cenas mais marcantes de todo o filme, Motoko passeia pela cidade velha de New Pork City. Perdida no meio da multidão, sentido-se apenas um reflexo de um ser humano.

Major tem a assistência de Batou, um homem com ciberaperfeiçoamento e o segundo no comando do grupo, além de outros membros da Seção 9. Batou, um dos personagens mais importantes da franquia e protagonista da sequência, é o suporte emocional necessário para o espectador compreender os dilemas do homem versus máquina e ajudar a entender o existencialismo de Motoko. Junto com o espectador, Batou tenta compreender o que Motoko precisa.

3D e 2D

No início da explosão de efeitos em computação gráfica, Ghost in the Shell soube equilibrar muito bem a dose de efeitos em 3D comparados com a animação tradicional, tornando-se assim um produto atemporal, ao contrário de muitas animações que carregam nos efeitos tridimensionais. Para explorar a tecnologia mostrada no filme, Mamoru Oshii, junto com o estúdio Production I.G., introduz os efeitos apenas em situações onde a tecnologia se sobressai ao homem. Efeitos de camuflagem termo-óticas, monitores e radares de rastreamento de veículos. A princípio os efeitos em si parecem um pouco datados  mas que inseridos no visual futurista e sujo do filme, criam um ambiente particular que se torna atemporal. E que apesar da animação ter recebido uma versão que melhorava visualmente e acrescentava algumas cenas em CG, em uma espécie de “remasterização George Lucas”, a animação original continua incrível e envelheceu extremamente bem.

O que segura essa ilusão é a excelente animação 2D. Com um visual extremamente memorável, o visual não perdeu seu brilho devido a quantidade de quadros por segundo dedicados a cada movimento dos personagens. Como Akira, outra animação extremamente primorosa em seu esmero e cuidado nos detalhes, cada frame de Ghost in the Shell mantém a qualidade da animação e cria momentos de tirar o fôlego. Como a cena de Major enfrentando um ciberterrorista em uma rede de esgotos, ou o derradeiro encontro de Motoko com a aranha robótica no clímax do filme.

Mesmo sendo um filme lento, há momentos de ação extremamente intensos e cativantes para o espectador com uma violência brutal e visceral.

A criação de uma New Pork City formada por contrastes traz o peso e contexto desde nossos primeiros vislumbres, quando Motoko acorda no breu de seu apartamento, sendo iluminado apenas pela luz da cidade através da janela, já temos o contexto necessário para termos noção das proporções e riscos daquela cidade.

A cidade carrega uma influência tanto do ocidente quanto do oriente. Os outdoors em kanji, contrastando com as roupas e trajes ocidentais mostra uma  ambivalência no local onde a história acontece encapsulando exatamente o que se passa dentro dos personagens.

Motoko e o Mundo

Os perigos que Motoko enfrenta vão além de sua jurisdição e envolvem interesses de uma hierarquia muito acima das dela. Em um contexto político social muito interessante, Ghost in the Shell constantemente nos informa dos dilemas que aquela sociedade passa, com o avanço da tecnologia e o aprimoramento da inteligência artificial: dar tanto poder para a tecnologia pode ter suas consequências.

Além de todo o primor técnico que ainda persiste ao tempo, o filme debate assuntos extremamente atuais. Em uma sociedade engolida pelas redes sociais e a constante necessidade de se viver conectado, é fascinante assistir ao filme nos dias de hoje e refletir sobre o nosso estado como sociedade e como isso pode se tornar perigoso nas mãos erradas.  Mamoru Oshii constantemente coloca um filtro de câmera de vigilância. Há sempre alguém vigiando o outro, seja olhando uma tela, seja no topo de um prédio.

Um dos vilões mais fascinantes criados em uma animação, Puppet Master é a força motriz para o debate de existencialismo e dualismo no filme. A relação dele com Motoko vai sendo afunilada pouco a pouco, até o embate filosófico e existencial do final, onde a maneira encontrada pelo robô é fundir seu corpo ao de Motoko e se tornar um só. Concebendo um ser perfeito, único, indo além da matéria e transcendendo o dilema de matéria e espírito. Motoko é então libertada de suas amarras.

O final do filme não oferece uma conclusão simples e tradicional para o problema de Motoko, desafiando o espectador a pensar nos problemas micro e macro questionados no filme.

Ghost in the Shell e as Influências

As influências do filme são sentidas até hoje. Apesar de se inspirar em muitas obras do passado, como Blade Runner e Neuromancer, o filme se tornou referência tanto no Japão como no mundo.  O principal exemplo é The Matrix, dos irmãos Wachowizk, que pegaram referências tanto no visual (do letreiro verde em cascata até conceitos como o plug-in)  quanto em alguns debates filosóficos que a animação aborda.

Outro exemplo pouco citado é o do game Metal Gear Solid, lançado em 1997 e que se inspira muito na identidade visual do filme, com máquinas bélicas bípedes, camuflagens termo-oculares e . Pode-se dizer que o que Matrix fez para o cyberpunk ocidental, Ghost in the Shell fez para o oriental.

Estabelecendo uma identidade visual e tornando-se um exemplo de seu gênero para diversos títulos, Ghost in the Shell é um clássico atemporal que não só irá agradar aos fãs do gênero mas que traz à tona temas de identidade e existencialismo em uma sociedade onde a tecnologia e informação são consideradas a nova forma de proliferação da cultura e identidade humana. Ghost in the Shell trata do passado, presente e futuro.

Ghost in the Shell (Mobile Armored Riot Police: Ghost In The Shell, Japão – 1995)

Direção: Mamoru Oshii
Roteiro: Kazunori Itō
Elenco (Voz) :  Atsuko Tanaka, Akio Ōtsuka, Iemasa Kayumi
Gênero: Animação, Ficção Científica
Duração: 82 min.

Redação Bastidores

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