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Crítica | Homem-Formiga - Um pequeno grande filme de herói

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•5 de julho de 2018•10 Minutes

A pré-produção de Homem-Formiga é uma das mais conturbadas da História do Cinema. As manchetes anunciando a saída do então diretor e roteirista Edgar Wright do projeto permearam todos os sites de entretenimento do mundo carregando um tom fúnebre. Todos que orbitam o cinema conhecem o talento nato, o estilo único e irreverência de Edgar Wright.

O trabalho se iniciou em 2006 e foi interrompido em 2014 por divergências criativas entre Wright e o chefão da Marvel Studios, 50. Logo, o futuro cinematográfico de um personagem que já é diminuto nos quadrinhos, ficou completamente a mercê da sorte. Porém, a sorte teve nome e ele é Edgar Wright. Aparentemente, a Marvel utilizou sim boa parte do roteiro que ele havia escrito nesta nova versão. A boa notícia é que o filme deu certo e é um dos melhores da Marvel até agora.

Aqui, os roteiristas Edgar Wright – ele recebeu seus créditos, Joe Cornish, Adam McKay e Paul Rudd – o ator protagonista auxiliou no desenvolvimento final do texto após a saída de Wright, trabalham a história de Scott Lang – o segundo Homem-Formiga nos quadrinhos.

Scott acabou de sair da prisão. Agora, aspirando uma nova vida, obstinado a sustentar sua filha vinda de um relacionamento fracassado. Entretanto, seus colegas de cadeia que já serviram pena, o informam de um novo golpe. Um furto na casa de Hank Pym, um idoso figurão que possui um cofre gigantesco.

Com as dificuldades financeiras e a impaciência para ficar próximo da filha, Scott aceita o trabalho na esperança de encontrar um cofre repleto de dinheiro e melhorar sua vida. Entretanto, após concluir o furto, encontra apenas um macacão velho e empoeirado. Sem saber que aquele é o uniforme do Homem-Formiga, Scott usa a roupa e descobre um gigantesco novo mundo ao diminuir de tamanho. Porém, assim que usufrui do traje, Scott é chamado por Hank Pym, o anterior Homem-Formiga, para resolver um problema massivo.

O presidente da sua empresa de tecnologia, o maníaco Darren Cross, conseguiu recriar um novo uniforme que replica a tecnologia do traje do super-herói. Porém suas intenções são de militarizar a tecnologia. Algo que Pym repudia intensamente. Assim a dupla Pym e Lang formam uma parceria para realizar um furto de um item muito específico.

O texto de Homem-Formiga é um dos melhores da Marvel. O filme cativa pela sua simplicidade e agilidade para a progressão da divertidíssima história. É uma surpresa muito agradável o fato do roteiro possuir sua identidade própria, além da característica comédia de Edgar Wright que permeia o surreal e o nonsense. Ético ou não, o uso dessas piadas oferece um novo ar para os sempre semelhantes roteiros da Marvel. Ao menos, até certo ponto, a trama de Homem-Formiga não é movida apenas por um macguffin.

Entretanto, mesmo utilizando o esqueleto de técnicas batidas e seguras, a Marvel oferece alguma liberdade criativa para piadas, direção e até mesmo em um momento único que acontece no fim do longa – isso já aconteceu antes no excelente Guardiões da Galáxia.

Ainda é triste notar que a Marvel não pretende amadurecer nada suas produções. Por exemplo, nesta daqui, era possível deixar a relação de Hope com Cross muito mais complexa, envolvendo um triangulo amoroso complicando o dilema familiar dela. Além disso, o filme é deficitário em desenvolver todos seus personagens, principalmente o antagonista Darren Cross – genérico e copiosamente maniqueísta. Entretanto, como o longa praticamente nunca se leva a sério, isso não se torna um problema.

Também há o fator do carisma que os atores inserem em seus papéis. Paul Rudd convence muito bem como super-herói e nos cativa pelo carisma. Michael Douglas, apesar de manter a figura rabugenta durante a projeção inteira, domina e compreende seu personagem. Evangeline Lily e Corey Stoll também mostram que são atores mais versáteis.

Este é um dos primeiros longas oriundos do estúdio que realmente exibem o protagonista a se tornar um herói. Sequências de treinamento, autoconhecimento e até mesmo o carinho depositado nas pequeninas e carismáticas formigas – muito relevantes ao longa, fazem com que a figura do herói cresça e ganhe uma empatia fantástica conosco.

Já a direção fica por conta de Peyton Reed, diretor acostumado a fazer filmes pequenos de comédias românticas. Considerando que este é o primeiro trabalho em uma produção “grande” de ação, Reed faz um trabalho impecável. Felizmente, o diretor se inspirou com certeza em Edgar Wright para dirigir diversas sequências como as que envolvem o planejamento do assalto, o clímax e as muitas montagens paralelas que o filme possui – em excesso. Aliás, um personagem inteiro muito provavelmente tem a criação de Wright – o falastrão Luis, vivido por Michael Peña.

Obviamente, devido à redução de tamanho do protagonista, esse é um dos primeiros filmes da Marvel a apresentar cenas de ação verdadeiramente diferentes – e todas filmadas com maestria. O filme praticamente se transforma quando Paul Rudd se transforma no Homem-Formiga. Tudo se torna mais interessante, seja no design de produção, na fotografia e na própria direção do filme. Nesse escopo, o diretor de fotografia Russell Carpenter, foge da fotografia sem identidade que perdura nas cenas ‘normais’ para utilizar jogos de luzes mais audaciosos, mais tons coloridos e o trabalho fenomenal com objetivas voltadas para a macrofotografia.

Homem-Formiga é um filme extremamente divertido que me transportou de volta para minha infância quando eu vibrava, me maravilhava com as histórias incríveis do Homem-Aranha de Sam Raimi. Ele te cativa pela sua simplicidade, pelos personagens divertidíssimos e graças aos novos ares da ação inédita e pequenina. Até mesmo a trilha foge do padrão ao inserir ritmos típicos do jazz. Aliás, é genial o casamento das lutas selvagens entre os personagens pequenos com os planos que englobam o ponto de vista que estamos habituados.

 O longa é um dos mais engraçados e divertidos da Marvel, porém alguns problemas que persistem em quase todos os filmes deste universo se fazem presentes aqui também. A quebra do drama, da tensão e da atmosfera por conta do uso estúpido de piadinhas empurradas pelo produtor manda-chuva Kevin Feige, por algum milagre, casa com a proposta despojada de Homem-Formiga. Logo, este é um dos filmes que não são afetados pelo vício do produtor – Guardiões da Galáxia também se livrou de perder qualidade por causa das piadas.

É engraçado notar que essas duas produções consideradas pequenas e pouco importantes para a obra maior do estúdio, conseguem se tornar as melhores produções já vindas dele. Melhores até que Era de Ultron. Talvez a Marvel tenha que tratar todos seus filmes como “pequenos”. Quem sabe, se isso acontecer, a qualidade dos outros longas mais tradicionais também não melhore? Afinal, um Vingadores levar uma surra de um Homem-Formiga ou Guardiões da Galáxia nos quesitos diversão, originalidade de produção, audácia de texto e carisma é uma baita vergonha. Leia mais sobre Marvel Studios

Homem-Formiga (Ant-Man, EUA – 2015)

Direção: Peyton Reed
Roteiro: Joe Cornish, Edgar Wright, Peyton Reed, Adam McKay e Paul Rudd
Elenco: Paul Rudd, Michael Douglas, Evangeline Lily, Corey Stoll, Michael Peña, Anthony Mackie, Bobby Cannavale, Judy Greer
Gênero: Aventura, Comédia
Duração: 118 min

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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