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Crítica | Lara Croft: Tomb Raider - Os Absurdos de Simon West

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•11 de março de 2018•9 Minutes

Lara Croft tornou-se uma das personagens aventureiras mais famosas e mais rentáveis de todos os tempos após ganhar conhecimento público em 1996. Com o crescente sucesso, não demorou muito até a indústria cinematográfica hollywoodiana canalizar seus esforços para fornecer uma nova roupagem às incríveis aventuras da heroína, permitindo que o escopo em game fosse traduzido para as telonas: Simon West, pois, foi cotado como o diretor responsável por trazer à vida a franquia de jogos, trazendo ninguém menos que a incrível Angelina Jolie em mais um de seus papéis do gênero de ação (anteriormente, a atriz já havia estrelado em filmes como Piratas de Computador e 60 Segundos); levando todos esses aspectos em questão, poderíamos esperar algo pelo menos satisfatório tanto para os fãs dessa vertente narrativa quanto os dos games, mas o resultado infelizmente passa bem longe disso.

Em se tratando de um longa-metragem aventuresco, é meio óbvio que sua estética deva prezar por uma investida mais dinâmica e até mesmo frenética justamente para que o público não tenha como desviar a atenção – entretanto, parece que West não se atentou a esses cruciais detalhes e resolveu brincar de modo fracassado e errôneo com inúmeras perspectivas paradoxais. Em outras palavras, o diretor resolve fornecer uma visão mais intimista dentro de um panorama estruturalmente superficial. É claro que o cinema configura-se como um nicho do entretenimento no qual o impossível torna-se possível e realizável, mas aqui estamos esperando um milagre que não pode e não será concretizado, não importa quantas tentativas sejam feitas – não é à toa que o começo do primeiro ato já se desenrola de uma forma tão pífia que fica difícil ter qualquer esperança acerca do restante da história.

Lara Croft: Tomb Raider gira em torno da personagem-título, uma lutadora, caçadora de recompensas e “arqueóloga” que tem como missão resgatar importantes e milenares artefatos mágicos para protegê-los. É claro que isso não fica muito claro com o início do filme, visto que a sequência a mostra enclausurada em uma catacumba egípcia lutando contra um robô assassino apenas para recuperar um pequeno chip de memória que revela conter uma… Playlist. Sim, é isso mesmo: Jolie, nos mostrando toda a sua escultural fisionomia para encarnar a heroína, na verdade estava tentando conectar uma maldita lista de músicas para continuar o seu treinamento – e é claro que tudo isso seria risível se não fosse trágico demais para ser varrido para debaixo do tapete.

As coisas não melhoram muito com o passar do tempo: além de viver em uma gigantesca mansão que outrora pertencia ao seu pai desaparecido, Lorde Richard Croft (Jon Voight), ela tem a companhia de dois dos personagens mais genéricos desse universo narrativa, representando estereótipos unidimensionais do elegante e cômico mordomo (Chris Barrie) e do excêntrico gênio da tecnologia (Noah Taylor), que eventualmente deveriam respaldar a contraditória personalidade da protagonista. Entretanto, essa exploração mais aprofundada nunca vê a luz do dia e segue um padrão tão formulaico que fica difícil não conseguir prever cada virada no pífio roteiro assinado por Patrick Massett e John Zinman: de forma inegável, a dupla parece ter realizado a adaptação em uma onda de cansaço extrema, nem mesmo se preocupando em tapar eventuais furos no roteiro e erros de concordância narrativa, deixando que esse simulacro de filmes predecessores se construísse por conta própria.

E é claro que, como toda “boa” história que se preze, temos a presença dos vilões. O problema? Sua total falta de carisma. Diferente de obras como Duro de Matar, responsável por nos introduzir a um dos personagens mais envolventes das últimas décadas, Hans Gruber (Alan Rickman), o colecionador de artefatos místicos e, por alguma razão, advogado Manfred Powell (Iain Glen) trilha um caminho insuportavelmente chato. O seu arco é pautado em diálogos recheados de metáforas vencidas e de egolatrias sem fim que não apenas abrem brechas absurdas para contestar seu verdadeiro objetivo, como também permite que a audiência se distancie mais e mais do que poderia ser uma subtrama agradável e satisfatória; a atuação medíocre de Glen não contribui em nada para salvar o antagonista de cair no abismo dos clichês – logo, não é nenhuma surpresa que sua aguardada finalização tenha vindo em boa hora, livrando o espectador de ainda mais sofrimento.

Nem mesmo os coadjuvantes servem para algo palpável, e isso inclui o sedutor arqueólogo Alex West (Daniel Craig), que é completamente desperdiçado em meio a tantos acontecimentos desnecessários. Primeiro, o diretor acredita com todas as forças no poder do foreshadowing e presume que seu público já conheça esse personagem – mas isso não ocorre e, levando em consideração a breve organicidade entre Alex e Lara, parece que o roteiro foi amarrado às pressas, deixado com algumas lacunas que se iniciam no primeiro ato e que se tornam uma bola de neve incontrolável e sem qualquer noção de espaço e tempo. E mais: tantos equívocos assim contribuem para nos esquecermos da mística epopeia na qual os protagonistas estão envolvidos e que, de alguma forma, conversam com a salvação do universo de uma força desconhecida e aterrorizante – mas, de novo, quem é que liga para isso quando podemos prestar atenção no forçado sotaque inglês de Jolie em cena?

Não é preciso nem comentar que os deslizes também se alastram para as vertentes técnicas: West definitivamente não sabe orquestrar sequências de ação, optando por planos mais abertos ao invés de prezar por enquadramentos fechados e câmera na mão justamente para transmitir a sensação caótica do gênero de ação. A montagem é lenta e, aliada a uma ideia que preza pela generalização imagética, transforma um dos poucos bons pontos do filme em um ciclo de monotonia sem fim; basicamente, estamos assistindo a cenas e mais cenas em formatos pictóricos estáticos que tentam buscar referência em um simbolismo que simplesmente não existe.

Lara Croft: Tomb Raider é inesquecível por todos os motivos errados. Além de uma atmosfera nem um pouco envolvente e de uma história que não faz sentido algum nem mesmo para os conhecedores mais experientes da franquia de jogos, até mesmo o carisma de Jolie é ofuscado por equívocos tão dolorosos que chega a ser difícil manter total atenção em um longa-metragem fadado, desde o princípio, ao iminente fracasso.

Lara Croft: Tomb Raider (Idem, EUA – 2001)

Direção: Simon West
Roteiro: Patrick Massett, John Zinman
Elenco: Angelina Jolie, Jon Voight, Iain Glen, Noah Taylor, Daniel Craig, Richard Johnson, Chris Barrie, Julian Rhind-Tutt, Leslie Phillips
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 100 min

Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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