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Crítica | A Lei da Noite

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•23 de fevereiro de 2017•7 Minutes

Alguns gêneros do cinema precisam de certos cuidados para serem executados. Claro que todos esses gêneros possuem seus respectivos clássicos – mas alguns clássicos são mais clássicos que outros. Alguns filmes definem elementos do gênero, e não fugir muito a esses elementos pré-determinados pode tornar um filme enfadonho e previsível. Esses são alguns dos problemas que afetam aquele que deveria ser a “menina dos olhos” do diretor em ascensão Ben Affleck – A Lei da Noite.

A maior dificuldade de Affleck na sua segunda adaptação de um romance de Dennis Lehane – tendo sido o primeiro Medo da Verdade – é justamente o fato de que ele não conseguiu decifrar com tanta precisão o gênero de filmes de máfia, construindo uma narrativa genérica, que em nada acrescenta a essa linhagem com tantos clássicos. E isso tem motivo – por aqui, nós chamamos de “não querer largar o osso”.

Affleck pisou no caqui em A Lei da Noite, cometendo um erro muito comum – acúmulo de tarefas. Astros hollywoodianos também são gente como a gente, e, assim como a gente, quando eles entram em um modo multitask, as chances de eles fazerem besteira aumentam exponencialmente. No filme, ele não apenas dirige e atua, o que por si só já é um fenômeno, como também produz E assina uma parte da adaptação do roteiro. É como uma daquelas bandas de um homem só – mas ao invés de o seu equipamento custar algumas centenas de dólares para ser ignorado por algumas dúzias de pessoas, Affleck gastou milhões de dólares para apresentar algo genérico para milhões de pessoas.

O período é a Lei Seca entre os anos 20 e 30 nos EUA, época de ouro dos mafiosos americanos. Joe Coughlin é um bandido independente, com um certo senso de honra, que decide aprontar para cima de Albert White, um dos chefões do crime de Boston. Após o golpe bem sucedido, ele chama a atenção de outro chefão, Maso Pescatore, que tenta alicia-lo sem sucesso. No decorrer dos golpes, Goughlin se apaixona por Emma, mulher-bibelô de White. O envolvimento dos dois vai custar caro para Coughlin, que terá que ir para a Flórida, onde sua vida começar a mudar.

E esse é realmente apenas o início da trama. Porque outro dos grandes problemas do filme é a dificuldade na transição entre os seus episódios. Dividir o filme entre partes não e necessariamente algo ruim, mas essa transição precisa de fluidez, coerência e um certo peso das consequências de um ato para o outro.  Personagens são apresentados e somem. Atos graves, de grande impacto, ocorrem, mas suas consequências não são sentidas.

Tudo se cria como tudo se resolve com a mesma facilidade, com uma transição truncada que faz parecer que nada realmente importa, e que o filme poderia ser reduzido ao encerramento de cada ato, e tudo ficaria na mesma. Cada parte de A Lei da Noite, salvo por um ou outro aspecto específico, é completamente independente da outra. E isso não é algo bom quando a óbvia intenção do filme é fazer você se envolver com a trajetória do protagonista.

O que apresenta outro problema grave – a atuação do seu protagonista. Não necessariamente porque ele seja ruim – este catastrófico crítico não chega nem perto de pegar no pé de Affleck por birra como fazem muitos outros – mas porque existe um evidente desnível entre ele e seus coadjuvantes.

Enquanto todos parecem se esforçar, com grande sucesso, para construir personagens críveis e vivos desse período dos EUA, o Coughlin de Affleck parece perdido no tempo – em muitos sentidos. Ele fala como Affleck, tem sotaque de Affleck, se porta como Affleck. Mas seus coadjuvantes mergulham nos seus personagens, dragando toda a atenção para esse desnível. Não obstante, é inevitável pensar se o sucesso dos coadjuvantes não é resultado da boa direção de atores de Affleck, e como teria sido se ele tivesse se restringido a essa função ao invés de querer abraçar o mundo.

E essa não é a única evidência nesse sentido. Toda a direção de arte e trilha sonora são muito belas, e ao menos pincelam o ar épico não realizado pelo resto do filme. As tomadas em ambientes tão distintos como Boston e Tampa, na Flórida, recebem as fotografias apropriadas, e os cenários se mesclam aos personagens. Saber que o filme é esteticamente belo, sem conseguir realizar sua proposta muito provavelmente pelo acúmulo de tarefas do seu diretor, torna A Lei da Noite um processo ainda mais frustrante – mesmo que um deleite para olhos e ouvidos.

Affleck é um diretor de estilo clássico – correto e firme, sem grandes afetações, valorizando a beleza natural que a arte audiovisual oferece. Ele não é tolo, nem ignorante. O que nos leva a crer, objetivamente, que A Lei da Noite é um velho caso de boa ideia/má execução. E a razão disso foi seu idealizador e realizador ter transformado um belo projeto em uma egotrip. Os motivos são incertos, mas o pensamento de que Affleck está querendo escapar do estigma de um certo Morcego, principalmente dadas as declarações recentes sobre o assunto, é bastante contundente.

Só podemos esperar então que Ben Affleck aposente a capa logo – antes que a capa comece a aposenta-lo.

A Lei da Noite (Live By Night, EUA – 2016)
Direção: Ben Affleck

Roteiro: Ben Affleck, Dennis Lehane
Elenco: Ben Affleck, Elle Fanning, Brendan Gleeson, Chris Messina, Sienna Miller, Zoe Saldana, Chris Cooper
Gênero: Gangster, Drama
Duração: 129 minutos.

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