logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Lightyear é o primeiro filme falso da História da Pixar

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•13 de junho de 2022•8 Minutes

No que diz respeito à dupla central da franquia Toy Story, confesso que sempre fui mais fã do Buzz Lightyear. Naturalmente, vem da minha preferência pessoal de ficção científica à westerns, com a figura de um patrulheiro espacial sendo bem mais interessante e divertida do que a de um cowboy, por mais carismático que fosse. Por isso, é até com certa curiosidade que enxergo este peculiar Lightyear, um filme que não se encaixa tecnicamente como prelúdio ou derivado – e chegarei nisso mais à frente – mas também mantém a franquia da Pixar viva de forma única.

O problema, porém, é justamente a forma como a Disney e a Pixar optam por posicionar e contextualizar Lightyear, em uma decisão que – pelo menos para mim – mostra-se um verdadeiro tiro no pé.

A trama do filme nos apresenta ao patrulheiro espacial Buzz Lightyear (voz de Chris Evans no original), que acaba acidentalmente prendendo a si mesmo e sua equipe em um planeta alienígena desolado. Enquanto tenta encontrar uma forma de reparar seu erro e tirá-los dali, os experimentos envolvem o uso de hiper velocidade, o que acaba levando Buzz anos e anos em direção ao futuro. As viagens vão acelerando-se até o momento em que ele e seus colegas passam a ser atacados por uma força alienígena misteriosa.

Além do Infinito

Como fã de ficção científica, estou sempre aberto para aventuras espaciais, especialmente de exploração. O roteiro assinado por Jason Headley e o diretor Angus MacLane é bem simplista nessa proposta, oferecendo um objetivo claro e uma lição de moral que é bem presente. Repetitiva e sem muitas nuances, mas que funciona perfeitamente bem no tipo de história que Lightyear se propõem a contar, analisando a obsessão de um homem por seu serviço e as dificuldades diversas de se lidar com erros pessoais e o peso da culpa.

MacLane e Headley também criam diversos núcleos de personagem ao redor de Buzz, com o foco residindo em um grupo de guerreiros nada preparados e atrapalhados (claro). São boas interações e que garantem diversas tentativas de humor, mas nenhuma delas é tão eficiente quanto a de Sox, o gato robô que acompanha Buzz durante suas missões. Apesar de ser a tentativa mais apelativa possível de se vender brinquedos, é inegável o nível de humor e carisma que o bichano robotizado tem, principalmente por apresentar uma dicção sempre monótona e inexpressiva, potencializando ainda mais o elemento cômico.

Naturalmente, essa crítica não contém spoilers, mas há uma reviravolta complicada envolvendo o vilão Imperador Zurg (voz de James Brolin no original), que era uma figura icônica na franquia Toy Story, servindo como clara paródia ao Darth Vader de Star Wars. É uma excelente ideia no papel, mas que em execução se mostra confusa e sem sentido dentro da narrativa, quase como se o valor de choque fosse mais valioso do que a própria coerência.

Caindo com estilo

Ainda assim, o grande destaque de Lightyear é mesmo seu poderio técnico. A Pixar sempre esteve passos à frente no que diz respeito a animação em 3D, com obras como Procurando Nemo, Ratatouille e o recente Soul aprimorando ainda mais a criação de imagens totalmente computadorizadas. É um grau de realismo e sinergia visual que atinge um novo ápice com Lightyear, que impressiona com as sequências envolvendo as viagens espaciais, os saltos na velocidade da luz e também a variedade de ambientes, espaçonaves e alienígenas presentes ao longo da projeção.

Vale também pontuar a excelente habilidade do estreante Angus MacLane em comandar cenas de ação. Fã assumido do personagem de Buzz Lightyear há anos, desde antes de se formar como animador e co-dirigir Procurando Dory, MacLane aproveita ao máximo as liberdades da cinematografia virtual e da falta de limites físicos para criar ótimas cenas de ação: seja em confrontos de homens com robôs, perseguições de naves espaciais e, em especial, uma caminhada no espaço que é capaz de tirar o fôlego graças ao inebriante uso do silêncio para exacerbar a tensão e o suspense. Tudo movido também pela empolgante trilha sonora de Michael Giacchino, que apesar de ser sua colaboração mais fraca com a Pixar, ainda é perfeitamente funcional.

Porém, por mais que tenha todas essas qualidades gráficas e narrativas, há um elemento que simplesmente matou Lightyear para mim: o texto de abertura. Sim, antes de a narrativa de fato começar, há um lettering breve que explica que “em 1995, um garoto chamado Andy ganhou um boneco de Buzz Lightyear após assistir a seu filme preferido. Este era o filme que ele assistiu”. Dessa forma, toda a experiência de Lightyear foi simplesmente enfraquecida, já que o texto indica que tudo isso é apenas um filme falso dentro de um universo de animação. Nada muito diferente dos trailers de produções fictícias de Trovão Tropical ou a experiência de se jogar um Grand Theft Auto e sair para assistir a um filme falso dentro daquele universo.

É exatamente assim que Lightyear transparece comigo, me deixando incapaz de sentir qualquer medo, perigo, risco ou apego emocional com todos aqueles personagens em tela – teria sido muito mais fácil, mais sutil e elegante se simplesmente não houvesse texto algum. A necessidade incessante de se amarrar tudo, justificar qualquer tipo de nova produção dentro de suas respectivas “IPs” ou universos acabou sendo o fator que me invalidou o filme todo, infelizmente.

Foi isso o que tornou toda a experiência de Lightyear nula. É uma aventura funcional e divertida, com bons personagens e sequências de ação, mas que no fim não significa nada muito além de uma amostragem de gráficos e CGI. 

Mas fico feliz que o Andy tenha gostado.

Lightyear (EUA, 2022)

Direção: Angus MacLane
Roteiro: Angus MacLane e Jason Headley
Elenco: Chris Evans, Uzo Aduba, Keke Palmer, Peter Sohn, Dale Soules, Taika Waititi, James Brolin, Isiah Whitlock Jr.
Gênero: Aventura
Duração: 100 min

Crítica em vídeo no canal de YouTube do Lucas Filmes.

Mostrar menosContinuar lendo

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
ListasGames
GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história

GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história


by Patrícia Tiveron

Esportes
Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago

Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago


by Patrícia Tiveron

Games
'Pokémon Legends: Z-A' confirma que Pokémon fazem cocô; veja a polêmica

Requisito ‘absurdo’ para o Shiny Charm em ‘Pokémon Legends: Z-A’ divide a comunidade

Requisito para o Shiny Charm em Pokémon Legends: Z-A exige 1000 vitórias e…


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}