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Crítica | Morbius é um dos piores filmes de quadrinhos já feitos

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•30 de março de 2022•8 Minutes

A Sony Pictures é uma empresa ligeiríssima, especialmente quando se trata de sua divisão de adaptações de quadrinhos. Apesar de o Homem-Aranha estar compartilhando a tela com os Vingadores da Marvel Studios, Avi Arad mantém controle do Aracnídeo e sua extensa galeria de personagens, o que possibilita este pequeno e estranho universo compartilhado que teve início com o bem-sucedido Venom, com Tom Hardy. Após uma sequência igualmente lucrativa e uma trilogia de filmes com Tom Holland em parceria com a Disney, o próximo passo representa uma escolha peculiar: Morbius.

Baseado em um personagem bem mais obscuro e menos conhecido dos quadrinhos do Homem-Aranha, o tal do Vampiro Vivo é literalmente isso: um vampiro sugador de sangue. Não há muita margem para se criar um anti-herói colorido como aconteceu com Venom nos quadrinhos (e também nos cinemas), então a escolha da Sony para preencher seu novo universo era bem curiosa. E, ao testemunhar o resultado final nas telas, realmente surpreendentemente em níveis de mediocridade.

Na verdade, mediocridade seria um elogio. Morbius é absolutamente ruim.

A trama nos apresenta ao Dr. Michael Morbius (Jared Leto), que desde criança é afetado por uma doença sanguínea rara que afeta sua locomoção. Dedicando toda a sua vida para encontrar a cura, ao lado de seu amigo Milo (Matt Smith), Morbius recorre a uma mistura nada ortodoxa de seu DNA com o de uma espécie de morcego-vampiro. O resultado o transforma em uma criatura vampiresca que precisa de sangue para sobreviver, colocando Morbius na mira da polícia de Nova York e também de seu amigo de infância.

Monstros justiceiros

No papel, é uma clássica história de cientista trágico. A ideia de se ter um herói que sofre por uma maldição não é nova e já se mostrou bem-sucedida no próprio gênero (vide o Hulk, Blade, os X-Men ou até o próprio Homem-Aranha), mas o grande problema de Morbius é não se decidir sobre o que quer ser. A dupla de roteiristas Matt Sazama e Burk Sharpless (que ironicamente também escreveram o péssimo Drácula: A História Nunca Contada) fica presa entre um filme de herói e um de terror, não sendo necessariamente bem sucedidos em nenhuma dessas vertentes. É uma história de origem/doença capenga e clichê, seja pela personalidade idealista de Morbius ou de sua amizade com Milo, resumida em uma frase sobre espartanos que é repetida ao menos uma dúzia de vezes ao longo da projeção.

O desespero da produção em tornar uma figura tão vilanesca como Morbius em herói é tamanha que, ainda com o protagonista não estabelecido, o filme invente um antagonista para “diminuir” sua ameaça. Ainda que Morbius seja, sim, um assassino desde sua primeira aparição, todo o arco envolvendo o personagem de Milo tenta ser ainda mais vilanesco e cruel – mas o resultado é um show de vergonha alheia para o pobre Smith, que só tem dancinhas embaraçosas e um rosto CGI pavoroso como armas em seu arsenal bem limitado de terror. A inserção de Milo tão cedo (sem o menor mistério em relação à sua participação em uma série de assassinatos) que a perseguição da polícia em torno de Morbius perde qualquer impacto ou senso de urgência. Não que o longa realmente investisse nisso, mas seria o básico absoluto.

Sede de Genérico

Quando chegamos à direção, o nome de Daniel Espinosa é o tipo de cineasta interessante que poderia se divertir num longa do gênero (vide o eficiente Vida, também da Sony). Infelizmente, Espinosa parece estranhamente capado e genérico, oferecendo as piores e mais incompreensíveis cenas de ação desde Transformers: A Vingança dos Derrotados, e falhando miseravelmente nas tentativas de terror. Mesmo que ofereça muita fumaça durante uma perseguição em um navio de carga (batizado de Murnau!) e que o fotógrafo Oliver Wood pisque bastante as luzes de um corredor profundo, o resultado é sempre mais próximo do riso do que o pavor; tanto pelo CGI terrível associado aos rostos digitais dos vampiros ou pela ausência de sangue, que rendem cenas em que personagens são perfurados e se debatem loucamente, como se litros de sangue invisível jorrassem de suas jugulares. 

Nem quero lembrar dos embates vampirescos, onde Espinosa até tenta fazer algo diferente. Infelizmente, a cena em questão envolve Morbius descobrindo sua habilidade de voar, justamente quando um Milo de rosto vampiresco corre em sua direção a toda velocidade em uma estação de metrô. Espinosa aposta em uma câmera lenta para alternar as reações de um Morbius confuso com o Milo furioso, enquanto o protagonista sente o vento no rosto e ouve o som do metrô se aproximando. É uma cena absurdamente ridícula e artificial, mas que – se serve de algum elogio – eu pude identificar algo, mesmo que a encenação focada em descoberta parece flertar com a sedução homoerótica – algo do qual o roteiro parece descaradamente querer fugir, ainda que fosse algo que, honestamente, fortaleceria o arco entre Michael e Milo.

Afinal, quando o trailer tem uma apresentação do rosto monstruoso do protagonista  bem mais formidável e regada a suspense do que a do próprio filme… É sinal de que a situação é feia.

Infelizmente, ninguém do elenco pode se salvar. Leto se prende a uma performance fria e sem qualquer variação/empolgação, onde confesso que até mesmo seu Coringa afetado e funkeiro de Esquadrão Suicida acrescentaria uma empolgação à mistura. Matt Smith sofre com a caricatura embaraçosa de Milo, enquanto Adria Arjona cumpre o papel de “interesse amoroso óbvio” sem muito carisma. Enquanto isso, Jared Harris é desperdiçado cruelmente em um papel sem destaque, enquanto Tyrese Gibson é reduzido ao estereótipo do policial bravo que nunca realmente entra em ação.

Morbius é um desastre sem tamanho. Em um cenário onde filmes de super-heróis vão se tornando cada vez mais intercambiáveis e sem personalidade, o filme protagonizado por Jared Leto não faz o menor esforço para esconder suas intenções claramente mercadológicas e tampouco para caprichar em qualquer elemento cinematográfico. Uma das maiores bombas que os quadrinhos já originaram para o cinema em sua História.

Crítica em vídeo

Morbius (EUA, 2022)

Direção: Daniel Espinosa
Roteiro: Matt Sazama e Burk Sharpless
Elenco: Jared Leto, Matt Smith, Jared Harris, Adria Arjona, Tyrese Gibson, Al Madrigal
Gênero: Ação
Duração: 104 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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