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Crítica | RoboCop - O Policial do Futuro

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•23 de abril de 2021•8 Minutes

Dentre todas os filmes da obra de Paul Verhoeven, RoboCop é o mais poderoso e contundente. É um longa que tem força até hoje e que funciona tanto como crítica social quanto filme de ação. Raro vermos um longa tão bem pensado em suas camadas.

Após ser violentamente morto por um grupo de assaltantes, o policial Alex Murphy (Peter Weller) se torna um objeto da organização OCP. Com o objetivo de ser o novo produto da companhia, Alex é transformado em um androide que tem como diretrizes obedecer a lei. Mesmo sendo máquina, ele percebe que ainda tem humanidade e irá atrás dos seus assassinos

Com esse ponto de partida simples, o roteiro de Edward Neumeier e Michael Miner cria uma grande sátira política e social do consumismo, além de criticar seriamente o capitalismo e o fascismo. Isso vem desde as chamadas de televisão que aparecem durante o longa, vendendo um jogo de guerra nuclear, enquanto os âncoras falam sorrindo sobre a situação de violência e caos que ocorre naquele mundo. E mesmo os executivos que trabalham na OCP, caricaturas de empresários inescrupulosos, servem para mostrar o mal causado pelo capitalismo, por acharem podem comprar tudo, e pelo fascismo, por quererem que todos sirvam a favor do sistema. Tanto o RoboCop quanto o ED-209 têm como objetivo usar a força bruta para que o povo obedeça a “lei”. É irônico quando falam que o um monstro como o ED-209 foi feito para pacificação urbana, sendo que é um grande tanque de guerra. O próprio plano da corporação em construir a chamada Delta City, uma cidade para “melhorar” a qualidade de vida de Detroit, já demonstra o pensamento desses executivos em que moral no local, quem puder pagar.

Além dessas camadas, o longa é um excelente filme de ação o qual um homem luta contra a máquina e tem um objetivo humano: se vingar. Durante a projeção vemos RoboCop se livrando de suas diretrizes e tornando-se Murphy. Destaque para cenas em que o herói consegue derrotar ED-209 por fazer algo humano que é descer uma escada, que mostra a diferença entre o raciocínio do homem e da máquina. O ED é o que a organização queria que o RoboCop fosse: uma máquina fria e burra, que só sabe obedecer ordens. Outra cena que demonstra essa humanidade do herói é quando ele tira o capacete pela primeira vez. A expressão de Peter Weller mostra como Murphy está assustado com o que se tornou e é sutil pelo fato de não conseguir reproduzir emoções por conta do software em seu cérebro. É um roteiro muito bem pensado em todos os sentidos.

A direção de Verhoeven é muito acertada, porque consegue narrar todos os temas acima de maneira orgânica. Além de saber criar ótimas sequências de ação e dar um tom satírico ao filme, muito característico da sua obra. O clássico exemplo é a cena em que uma pessoa é derretida após entrar em contato com um produto tóxico e o seu final. Outra característica que chama a atenção no longa é a sua violência que não é exagerada ao ponto de ser engraçada como a dos filmes de Quentin Tarantino. É crua, chocante e realista, ao ponto que dá para sentir os tiros. Verhoeven não engana o espectador e mostra realmente as consequências de um tiro. O próprio assassinato de Murphy é retratado de uma maneira fria e crua, com o policial sendo fuzilado com espingardas e só ouvimos gritos, disparos e risadas. Admito que quando revi o filme alguns anos atrás, fiquei assustado com a violência apresentada porque não lembrava dessa crueza que se tornou uma característica da obra do diretor.

O envelheceu muito pouco. As únicas coisas realmente “datadas” são algumas características típicas dos anos 80. Como o efeito em stop motion (utilização de massinhas) para o ED-209, a droga da época ser a cocaína e os vilões terem características bem caricatas, como o homem negro que faz barulhos esquisitos com a boca. São pequenos detalhes pontuais da época, mas até hoje o filme continua com um ritmo muito agradável.

Por falar nos vilões, os dois antagonistas principais do longa são muito fortes. O empresário Dick Jones (Ronny Cox) tem um discurso atraente e educado, mas que pouco a pouco vai se mostrando cada vez mais ameaçador, por conta das explosões dadas pelo ator nos momentos pontuais. Já Clarence Boddicker (Kurtwood Smith) é um dos vilões mais perversos da década de 80. Mesmo com uma aparência que não soa ameaçadora, as ações de Clarence o deixam cada vez mais perigoso. Não pensa duas vezes em utilizar a violência e se mostra cada vez mais sádico. Na cena da morte de Murphy, quando imita um detector de metais para ver em qual parte do corpo atirará primeiro, é um exemplo claro do sadismo do personagem. É um vilão odioso e icônico.

A trilha de Basil Poledouris também merece destaque. O tema do RoboCop é praticamente um hino. Funciona tanto quanto um tema de herói quanto um hino fascista (como foi utilizado no remake de José Padilha). Na cena em que Murphy visita sua casa após a sua transformação, a trilha faz um ótimo trabalho ao trazer a mesma sensação do personagem, sem que ela grite e chame a atenção para ela mesma. Um tema magnífico feito por um compositor que nos deixou muito cedo.

Enfim, poderia falar mais sobre RoboCop. É uma obra muita rica e eficiente, que merece o titulo de Cult. É um excelente filme de ação e uma ótima sátira. É um tipo de filme que hoje não mais feito, tanto que por alguns anos, ficou escondido pela turma do politicamente correto, mas hoje considero um filme quase que obrigatório a um cinéfilo que quer um filme de ação completo e pensado em cada camada.

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