Crítica | Super Urso – uma animação sem substância

Super Urso tinha tudo para ser uma animação interessante, tem animais fofinhos, bichinhos que agradam as crianças, animais falantes

O mercado chinês de cinema é um enorme colosso que merece atenção da indústria cinematográfica pelo seu tamanho. Não á toa Hollywood utiliza a China como cenário de suas narrativas. Mas a China já há algum tempo já deixou de ser um país que apenas é sede de grandes histórias hollywoodianas para também começarem a investir – de forma tímida – em sua própria indústria cinematográfica.

O mercado de animação chinês vem chamando a atenção nos últimos anos principalmente com a franquia Boonie Bears, tendo a fraca produção Fantástica (2017), que estreou há alguns anos no Brasil, como um dos carros chefes à frente dos desenhos que desembarcaram por aqui. Desta vez foi o caso do longa Super Urso, do diretor iniciante Wang Qi, utilizar dos mesmos elementos característicos do cinema infantil para tentar ser um sucesso frente ao público, mas falta muito para que isso aconteça.

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A começar que a animação não tem graça alguma, e isso é algo bastante problemático já que é um produto feito focado principalmente para o espectador infanto-juvenil. Se as crianças terão dificuldade em dar risadas com o desenho e principalmente prestar atenção o tempo todo na história apresentada, é de se imaginar o que irá acontecer com os adultos que assistirem ao longa.

O roteiro é fraquíssimo e batido, copiando momentos clássicos de animações conhecidas pelo público como Madagascar (2005) e até mesmo um pouco de Era do Gelo (2012). Para piorar a produção é vazia em ideias, o que explica o motivo de se prender em referências de outras animações consagradas para tentar criar algo novo e assim tentar construir a sua própria narrativa.

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A trama conta a história do Papai Urso que tenta salvar o seu filhote Xi que é vendido para o mercado negro. Falta ambição para a direção e para o roteiro em criar algo novo, em dialogar com muitas questões que fazem parte do dia a dia da sociedade, questões ambientais principalmente, não há uma mensagem sólida que o espectador vá se conscientizar ao assistir e isso é algo bastante decepcionante

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Super Urso tinha tudo para ser uma animação interessante, tem animais fofinhos, bichinhos que agradam as crianças, animais falantes, ursos, tigres, girafas, humanos malvados, mas faltou o principal: o carisma dos personagens, algo que salta aos olhos já nos primeiros minutos da animação. É de se imaginar que a China algum dia se torne uma potência cinematográfica, mas por hora ainda engatinha em questões técnicas e narrativas, e Super Urso é um grande exemplo disso.

Super Urso (Super Bear, 2019, China)

Direção: Wang Qi
Roteiro: Ding Wei
Gênero: Animação, Família
Duração: 85

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Sobre o autor

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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