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Crítica | Você Nunca Esteve Realmente Aqui - Um Relato Sobre os Traumas Passados

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•10 de agosto de 2018•5 Minutes

Joaquin Phoenix é um dos grandes atores de sua geração, com atuações marcantes como em Gladiador e em Johnny e June. Em Você Nunca Esteve Realmente Aqui Joe (Joaquin) é um homem que não irá medir esforços para resgatar uma garota da mão de uma rede organizada de pedofilia. É uma trama pesada, criada para um personagem que não age por vingança como parece acontecer, mas sim pelos seu extinto de sobrevivência e por fazer o que acha ser o certo. 

O personagem de Joe lembra muito o de Robert McCall do filme O Protetor, um homem violento, mas que age pela moral. Joe recebe dinheiro para matar pessoas, faz o serviço quase sempre com martelo ou outros tipos de armas. A virada no roteiro se dá quando aceita um serviço e acaba por se ver no meio de um esquema de pedofilia envolvendo políticos poderosos.

Há muitos mistérios que tornam o protagonista intrigante e interessante. A começar pelo trauma infantil que Joe vivenciou – isso mostrado em flashs em sua cabeça – com seu pai violento. Essa brutalidade pela qual passou o transformou na pessoa que é, como seu cotidiano era de violência ele quando adulto passou a praticar a violência que viveu contra outras pessoas. O martelo que ele tanto usa para desferir golpes certeiros em suas vítimas é nada mais nada menos que o instrumento usado por seu pai para praticar agressões. Pode-se dizer que Joe se tornou o seu pai, mas Joe soube discernir o certo do errado e usa a sua violência vivida contra pessoas que pratiquem crimes.

Essa violência pela qual o personagem passou dá o mote a produção e há muita crueldade em seu jeito de agir. Sempre quando irá acontecer uma cena cruel a diretora corta e não a mostra explicitamente, sabemos o que aconteceu, mas não vemos partes de corpos sendo esmagadas ou quebradas. A violência no filme ela é mais mental que física, pois o que ocorreu com ele quando criança está acontecendo agora com a garota que ele está tentando ajudar, ele não quer que ela viva o mesmo trauma que ele viveu e que a garota possa assim ter uma vida normal sem precisar infringir dor a seu corpo e a sua alma. 

A direção ficou a cargo de Lynne Ramsay do ótimo Precisamos Falar Sobre Kevin em que ela nos mostrava como a mãe de um dos assassinos do massacre de Columbine viveu o trauma pós-ataque, e lá ela já trabalhava temas como traumas passados e solidão, algo que ela aprofundou em Você Nunca Esteve Realmente Aqui, pois o personagem não tem ninguém em quem confiar ou poucas pessoas com quem conversar, é um homem sozinho que vive apenas para praticar atos violentos e lutar contra os pesadelos do passado. 

Lynne faz ótimas jogadas de câmeras acompanhando o personagem com planos abertos e planos fechados, além dos planos detalhes que nos tiram a atenção do personagem para chamar a atenção para outras coisas, hora para o martelo que está em suas mãos hora para uma arma que está prestes a ser usada. 

A interpretação de Joaquin Phoenix é perfeita, mostra como o ator consegue se transformar de papel para papel, e provavelmente este personagem pode ter o gabaritado para interpretar Jocker alguns anos adiante. Sem dúvida uma de suas melhores interpretações na carreira.

É um bom filme sobre como algo rotineiro que ocorre na vida de uma pessoa – no caso a violência por parte do pai do protagonista – pode nos moldar e nos transformar em outra pessoa em um futuro próximo, mas que nós temos escolha do que fazer e quais caminhos traçar. Lynne trabalhou bem o personagem e o roteiro, todas as decisões são as mais atraentes para a trama e não há diálogos jogados ou desnecessários que nos tirem o foco. 

Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here – EUA, França, Reino Unido, 2017)

Direção: Lynne Ramsay
Roteiro: Lynne Ramsay
Elenco: Joaquin Phoenix, Ekaterina Samsonov, Alessandro Nivola
Gênero: Drama, Thriller
Duração: 85 min.

https://www.youtube.com/watch?v=wesbY3DE390

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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