Danny Boyle, o aclamado diretor por trás de “Extermínio” (28 Days Later), está de volta ao universo pós-apocalíptico com “28 Anos Depois”, e promete uma experiência cinematográfica que “não é nada do que você esperaria”. Em uma entrevista recente ao IGN, Boyle revelou detalhes sobre suas técnicas de filmagem inovadoras para a sequência, incluindo o uso de um equipamento com 20 iPhones para capturar cenas de violência gráfica e aumentar a sensação de “desconforto” no espectador. O filme tem estreia prevista para 20 de junho.

A técnica inovadora: Filmando o horror com um arsenal de iPhones

Para “28 Anos Depois”, Danny Boyle e seu diretor de fotografia, Anthony Dod Mantle, desenvolveram um equipamento especialmente projetado que utiliza múltiplos iPhones – foram mencionados modelos como o 8, 10 e até um arranjo com 20 aparelhos. Essa configuração permitiu à equipe capturar algumas das sequências de violência mais “gráficas” do filme com uma perspectiva de “180 graus”, segundo Boyle.

O objetivo dessa abordagem multifacetada com smartphones é fazer com que os espectadores se sintam imersos na cena, quase como participantes. “Você se sente como se estivesse na sala com Jodie Comer e seu filho, extravasando sua raiva contra Aaron Taylor Johnson, como se estivesse no trem abandonado com o alfa nu e a coluna e a cabeça descompactadas”, explicou o diretor, pintando um quadro visceral da experiência que aguarda o público.

“Confundindo” o elenco: O efeito das múltiplas câmeras nas atuações

Além do impacto visual para o público, a utilização dos iPhones teve um benefício inesperado no set: confundir os atores e gerar performances menos autoconscientes. Boyle observou que atores experientes geralmente sabem onde as câmeras tradicionais estão posicionadas e como interagir com as lentes. A presença de múltiplos iPhones, no entanto, quebrou essa familiaridade.

“É uma ferramenta maravilhosa para os atores, especialmente atores experientes, mantê-los na dúvida”, comentou Boyle com bom humor. “Eles sabem onde as câmeras estão, conhecem as lentes e sabem o que estão fazendo. Mas isso os confunde. É tipo, ‘O quê!?'”. Essa desorientação, segundo o cineasta, resultou em atuações mais espontâneas e genuínas.

Evolução da linguagem visual: Do digital de ‘Extermínio’ aos smartphones de hoje

A escolha por iPhones em “28 Anos Depois” não é um mero artifício técnico, mas uma evolução da filosofia que Boyle e o roteirista Alex Garland aplicaram no filme original de 2002. Naquela época, “Extermínio” foi filmado com câmeras de vídeo digitais, uma decisão motivada pela ideia de que, em um apocalipse real, as gravações encontradas seriam provavelmente de câmeras amadoras espalhadas pelo país.

Quase três décadas depois, os smartphones se tornaram a ferramenta de registro onipresente. Assim, a nova técnica busca espelhar essa realidade contemporânea. Além disso, Boyle destacou que o efeito widescreen proporcionado pelos múltiplos iPhones permite mais espaço na tela para esconder os aterrorizantes infectados, aumentando o suspense e a sensação de perigo iminente. “Achamos que nos beneficiaríamos do desconforto que o primeiro filme criou em relação à velocidade, à rapidez, ao aspecto visceral da forma como os infectados eram retratados”, concluiu. “Eles poderiam estar em qualquer lugar… você tem que ficar procurando por eles, na verdade.”

A trama de “Extermínio 3” e o que esperar da sequência

“28 Anos Depois” acompanhará um grupo de sobreviventes que vivem em uma ilha fortemente protegida na costa da Inglaterra. Uma tragédia, no entanto, força um pai e seu filho a embarcarem em uma perigosa missão pelo continente, agora infestado pelos infectados. O elenco conta com nomes de peso como Ralph Fiennes, Alfie Williams, Jack O’Connell, Jodie Comer e Aaron Taylor-Johnson.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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