Deolane Bezerra deixa prisão para cumprir prisão domiciliar após decisão do TJ-PE

A advogada e influenciadora Deolane Bezerra foi liberada da Colônia Penal Feminina do Recife na tarde desta segunda-feira (9) para cumprir prisão domiciliar. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), por meio do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal. A empresária deixará a cadeia utilizando tornozeleira eletrônica e sob condições restritivas.

Deolane saiu da prisão por volta das 15h, sendo recebida por dezenas de apoiadores que aguardavam em frente à unidade prisional, localizada no bairro da Iputinga, na zona oeste do Recife. Visivelmente emocionada, a influenciadora fez críticas à sua detenção, classificando-a como “criminosa” e afirmando que houve abuso de autoridade por parte do Estado de Pernambuco. Ela reiterou que não existem provas contra ela, destacando a atuação do delegado Paulo Gondim no caso.

Restrições durante a prisão domiciliar

O desembargador responsável pela decisão estabeleceu que Deolane Bezerra deve permanecer em sua residência, incluindo finais de semana e feriados, sem contato com outros investigados no processo. Além disso, ela está proibida de se manifestar em redes sociais, imprensa ou qualquer meio de comunicação durante o período de prisão domiciliar. A defesa de Deolane ainda não confirmou se ela cumprirá a prisão em Recife ou em São Paulo, onde também possui residência.

Enquanto Deolane deixou a prisão, sua mãe, Solange Alves, permanece detida na mesma unidade. O pedido de liberdade de Solange foi negado pelo magistrado, que não forneceu mais detalhes sobre a decisão. Deolane evitou comentar sobre o caso da mãe, justificando que foi “calada pelo Tribunal de Justiça”.

Deolane e Solange foram presas no último dia 4 de setembro durante a Operação Integration, que visa desarticular uma suposta organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A operação ocorreu em cinco estados, incluindo Pernambuco. De acordo com as investigações, o grupo teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões por meio de empresas de eventos, publicidade, câmbio e outras atividades.

Decisão do STF influencia liberação

O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão justificou a concessão da prisão domiciliar para Deolane com base em sua primariedade e bons antecedentes, além de sua responsabilidade como provedora da família e mãe de uma criança de oito anos. O magistrado fez referência a uma decisão de 2018 do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante prisão domiciliar a gestantes, lactantes e mães de crianças até 12 anos ou pessoas com deficiência, em casos de prisão preventiva.

Em uma mensagem divulgada nas redes sociais no último domingo (8), Deolane voltou a afirmar sua inocência e criticou a falta de provas concretas contra ela. A investigação que levou à prisão da advogada teve início em abril de 2023 e se concentra na identificação de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo várias empresas.

Agora, Deolane Bezerra aguarda o desenrolar dos processos judiciais em prisão domiciliar, enquanto continua a negar qualquer envolvimento nas atividades ilegais investigadas pela Operação Integration.

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